Misericórdia fica com a gestão do Serviço de Medicina do Hospital e levanta dúvidas a profissionais e utentes
A Santa Casa da Misericórdia do Montijo vai assumir a gestão do Serviço de Medicina do Hospital do Montijo, após vencer um concurso promovido pela Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho. A decisão surge num momento sensível para a unidade hospitalar, marcada por sucessivas perdas de valências e por uma crescente inquietação entre profissionais e população.![]() |
| Gestão do Serviço de Medicina muda a partir do próximo ano |
O desfecho não era, à partida, o mais previsível. Inicialmente, estava implícito que a gestão do Serviço de Medicina, responsável por doentes acamados já com alta clínica, seria entregue à União Mutualista Nossa Senhora da Conceição no início do próximo ano. No entanto, a Santa Casa da Misericórdia do Montijo manifestou formalmente o seu interesse e alertou o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho para a necessidade de um processo aberto e transparente.
Perante esta posição, a administração decidiu lançar um procedimento concursal, permitindo a participação das duas entidades. A análise das propostas decorreu na passada semana e resultou na exclusão da União Mutualista, por incumprimento de requisitos essenciais e pela existência de erros de cálculo. Em sentido oposto, a proposta da Misericórdia foi considerada válida, com um valor de adjudicação superior a 560 mil euros.
Próximos passos e regras do processo
O concurso entra agora na fase de audiência prévia, conforme previsto na contratação pública. Caso não haja pronúncia por parte da entidade excluída, o relatório preliminar elaborado pelo júri converter-se-á em relatório final, consolidando a decisão.
Este avanço administrativo aproxima a concretização de uma mudança estrutural no Hospital do Montijo, num serviço que poderá vir a aumentar significativamente a sua capacidade.
O concurso entra agora na fase de audiência prévia, conforme previsto na contratação pública. Caso não haja pronúncia por parte da entidade excluída, o relatório preliminar elaborado pelo júri converter-se-á em relatório final, consolidando a decisão.
Este avanço administrativo aproxima a concretização de uma mudança estrutural no Hospital do Montijo, num serviço que poderá vir a aumentar significativamente a sua capacidade.
Mais camas, mais dúvidas e um hospital em transformação
A passagem do Serviço de Medicina para gestão externa prevê a expansão do número de camas até um máximo de 50, praticamente o dobro das atualmente existentes. Ainda assim, o processo tem sido acompanhado por forte polémica.
Entre as principais críticas está a perceção de uma nova “descapitalização” do Hospital do Montijo, que ao longo dos anos tem vindo a perder serviços e especialidades. A forma inicialmente reservada como todo o procedimento foi conduzido também gerou inquietação, sobretudo entre os profissionais de saúde diretamente afetados.
Até agora, eram estes trabalhadores que asseguravam o funcionamento do serviço, sem informação clara sobre o seu futuro. A maioria dos 19 enfermeiros, 12 auxiliares e um médico deverá ser colocada no Hospital do Barreiro, cenário que aumentou o clima de incerteza.
A passagem do Serviço de Medicina para gestão externa prevê a expansão do número de camas até um máximo de 50, praticamente o dobro das atualmente existentes. Ainda assim, o processo tem sido acompanhado por forte polémica.
Entre as principais críticas está a perceção de uma nova “descapitalização” do Hospital do Montijo, que ao longo dos anos tem vindo a perder serviços e especialidades. A forma inicialmente reservada como todo o procedimento foi conduzido também gerou inquietação, sobretudo entre os profissionais de saúde diretamente afetados.
Até agora, eram estes trabalhadores que asseguravam o funcionamento do serviço, sem informação clara sobre o seu futuro. A maioria dos 19 enfermeiros, 12 auxiliares e um médico deverá ser colocada no Hospital do Barreiro, cenário que aumentou o clima de incerteza.
Profissionais exigem respostas e esclarecimentos
A tensão tornou-se visível no dia 19 de Novembro, quando cerca de duas dezenas de profissionais marcaram presença na reunião de câmara do Montijo. O objetivo foi obter esclarecimentos junto do presidente da autarquia, Fernando Caria, depois de este se ter reunido, na véspera, com a administração da Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho nos Paços do Concelho.
O episódio revelou a preocupação crescente com o rumo da unidade hospitalar e com o impacto das decisões tomadas fora do espaço clínico.
A tensão tornou-se visível no dia 19 de Novembro, quando cerca de duas dezenas de profissionais marcaram presença na reunião de câmara do Montijo. O objetivo foi obter esclarecimentos junto do presidente da autarquia, Fernando Caria, depois de este se ter reunido, na véspera, com a administração da Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho nos Paços do Concelho.
O episódio revelou a preocupação crescente com o rumo da unidade hospitalar e com o impacto das decisões tomadas fora do espaço clínico.
Um hospital com história e um futuro em debate
Inaugurado em 1947, o Hospital do Montijo atravessa um período particularmente delicado. Desde a criação do Centro Hospitalar Barreiro Montijo, formalizada por protocolo assinado em Fevereiro de 2007 entre a Câmara Municipal do Montijo e a então Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a unidade montijense tem visto reduzir as suas valências, contrariando o que estava inicialmente acordado.
A entrega da gestão do Serviço de Medicina à Santa Casa da Misericórdia do Montijo representa mais um capítulo desta transformação, levantando expectativas, mas também receios, sobre a capacidade do hospital responder às necessidades atuais e futuras da população.
Inaugurado em 1947, o Hospital do Montijo atravessa um período particularmente delicado. Desde a criação do Centro Hospitalar Barreiro Montijo, formalizada por protocolo assinado em Fevereiro de 2007 entre a Câmara Municipal do Montijo e a então Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a unidade montijense tem visto reduzir as suas valências, contrariando o que estava inicialmente acordado.
A entrega da gestão do Serviço de Medicina à Santa Casa da Misericórdia do Montijo representa mais um capítulo desta transformação, levantando expectativas, mas também receios, sobre a capacidade do hospital responder às necessidades atuais e futuras da população.
.jpeg)
Comentários
Enviar um comentário