Perigo na Arrábida: Câmara de Setúbal acusa Governo de inação

Estrada entre Figueirinha e Portinho da Arrábida continua bloqueada pela rocha em risco

A Câmara Municipal de Setúbal voltou a lançar o alerta: a rocha de mais de mil toneladas que ameaça a estrada entre a praia da Figueirinha e o Portinho da Arrábida continua sem solução. O município considera “imperioso” que o Governo avance de imediato com medidas concretas para garantir a segurança da população e a reabertura total daquela ligação.
Rocha em risco de queda bloqueia estrada na Arrábida desde 2023

O presidente da câmara, André Martins, garante que tem alertado repetidamente as entidades competentes - tanto no tempo do executivo de António Costa como já nos dois Governos liderados por Luís Montenegro. Contudo, afirma, “tudo ficou igual” e nada avançou.
Num vídeo partilhado nas redes sociais em Abril de 2025, antes do arranque da época balnear, o autarca já tinha apelado a uma intervenção urgente, mesmo quando o país atravessava um período de eleições legislativas. Meses depois, com um novo executivo em funções, André Martins lamenta que “nada tenha acontecido ainda” e reforça: “Não podemos esperar mais”. 

Estrada encerrada desde 2023

O problema não é novo. Desde Fevereiro de 2023 que o túnel da praia da Figueirinha e o acesso a partir da praia de Galapos permanecem interditos a automóveis, peões e qualquer atividade, devido ao perigo iminente de queda do bloco rochoso.
Em Abril do ano passado, técnicos municipais reforçaram a sinalização e colocaram barreiras adicionais, mas a instabilidade continua a condicionar toda a circulação naquela zona. Atualmente, quem parte de Setúbal só consegue chegar até à Figueirinha, sendo obrigado depois a utilizar a estrada superior da Serra da Arrábida para seguir para o Portinho, Creiro ou Galapos. No sentido inverso, a circulação também está cortada a partir de Galapos, impondo o mesmo desvio pela serra.

Estudo entregue, decisão parada
A empresa Secil apresentou em Janeiro um estudo com enquadramento financeiro para avançar com uma solução técnica. Contudo, a decisão final ficou nas mãos do Ministério do Ambiente, onde o processo parece estar parado.
Entretanto, a autarquia sublinha que a instabilidade da rocha continua a pôr em risco a segurança de quem frequenta a serra e as praias da Arrábida, pedindo uma intervenção urgente antes que seja tarde demais. 

Comentários