Habitação em Almada cada vez mais cara: o que está por trás da subida?

Concelho vive um novo capítulo no mercado habitacional. Rendas já superam média nacional em 46 por cento 

Com rendas que já superam em 46 por cento a média nacional, Almada afirma-se como um dos municípios com preços de arrendamento mais elevados do país. A mediana mantém-se nos 12 euros por metro quadrado, mas essa estabilidade esconde uma valorização contínua nos últimos anos - e um desafio crescente para quem procura casa. Ainda assim,  continua a ser um território apetecível para morar. 
Almada entre os concelhos mais caros para arrendar casa

Nos primeiros meses de 2025, Almada destacou-se como uma das zonas urbanas com maior pressão no mercado de arrendamento. A mediana de 12 euros por metro quadrado representa uma subida de cinco por cento face ao mesmo período de 2024 e 30 por cento acima dos valores registados há cinco anos. A procura elevada e a proximidade com Lisboa estão entre os principais fatores que justificam esta valorização.
Quando comparado com a mediana nacional, que se situa nos 8,22 euros por metro quadrado, Almada apresenta um desfasamento significativo. Esta discrepância reflete um fenómeno mais amplo: a crescente concentração de pessoas na Área Metropolitana de Lisboa em busca de melhores oportunidades profissionais e qualidade de vida.

Almada em 6.º lugar: Lisboa lidera, mas margem sul não fica atrás
Almada ocupa agora a sexta posição no ranking dos municípios com rendas mais altas, atrás de Lisboa (16 euros/m²), Cascais, Oeiras, Porto e Amadora. Mesmo assim, continua a ser considerada uma alternativa viável à capital, especialmente para quem procura um equilíbrio entre acessibilidade e proximidade urbana.
No primeiro trimestre deste ano, foram assinados 456 novos contratos de arrendamento em Almada - um número que, embora superior aos meses anteriores, ainda fica ligeiramente abaixo dos 477 contratos registados no mesmo período de 2024.
A facilidade no acesso ao crédito habitacional e as políticas de apoio à compra de casa, sobretudo para os mais jovens, têm vindo a desviar parte da procura do arrendamento para a aquisição de imóveis, alterando a dinâmica habitual do mercado.

Quanto custa arrendar em Almada? Depende de onde e do quê
Rendas em Almada continuam a subir em 2025
Os preços variam consideravelmente consoante o tipo de imóvel e a zona da cidade. Apartamentos T1 em áreas centrais podem atingir os 1.200 euros mensais, enquanto moradias em zonas mais periféricas apresentam valores ligeiramente mais baixos, embora em tendência crescente.
Com o avanço da urbanização e o crescimento populacional contínuo, a pressão sobre o mercado é expectável. Ainda assim, especialistas apontam que o ritmo de aumento das rendas poderá ser travado por fatores económicos e pelas políticas públicas em curso.

Setúbal também regista subida: compra de casa em alta
O distrito de Setúbal acompanha esta tendência de valorização. A nível nacional, o preço médio de venda de imóveis chegou aos 419 mil euros, com uma valorização de 20 por cento face ao ano anterior. No distrito, a média está nos 450 mil euros - com aumentos de um por mês e 17 por cento ao ano.
No que diz respeito ao arrendamento, o valor médio nacional manteve-se nos 1.300 euros, com uma subida de quatro por cento face ao ano anterior. Em Setúbal, a média é de 1.200 euros, refletindo um aumento homólogo de nove por cento 
Estes dados mostram que a região continua a afirmar-se como uma das mais dinâmicas no setor imobiliário nacional, tanto na compra como no arrendamento.

O futuro do arrendamento em Almada: oportunidades e desafios
A estabilidade aparente dos preços em Almada pode representar uma fase de ajustamento do mercado a novas realidades económicas. No entanto, garantir o acesso a habitação digna e acessível continuará a ser um dos grandes desafios para os próximos anos.
A aposta em habitação acessível e sustentável será essencial para manter o equilíbrio social e económico da cidade. Projetos habitacionais que respondam às necessidades da população, especialmente dos mais jovens e das famílias, poderão ajudar a mitigar os efeitos da especulação.
Num contexto de crescimento urbano, Almada deverá continuar a reinventar-se, assegurando que todos os seus habitantes tenham um lugar a que possam chamar casa.

Agência de Notícias 
Fotografia: DR 

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