Palmela bate à porta do Governo para salvar mega estúdios de cinema em Pinhal Novo

Autarquia exige resposta do Governo para evitar fuga de investimento de 200 milhões no Vale do Alecrim

O município de Palmela lançou um apelo direto ao primeiro-ministro para travar a possível saída de um ambicioso projeto de estúdios de cinema, avaliado em 200 milhões de euros, previsto para o Vale do Alecrim, no Pinhal Novo. Os “investidores têm vindo a promover o conceito da chamada Hollywood Verde em todo o mundo, o que gerou enorme expectativa dentro do setor, pela inovação e sustentabilidade, constituindo-se como alternativa à hegemonia dos estúdios norte-americanos”, sublinha o município. O projeto iria criar cerca de três mil postos de trabalho.
O Pinhal Novo passaria a ser a capital do cinema 

Em causa está a construção de um polo cinematográfico internacional - o Tage - Centro Internacional do Audiovisual que poderá não avançar devido à insatisfação dos investidores com os incentivos fiscais em vigor, nomeadamente o valor do ‘cash-refund’, atualmente fixado em 20 milhões de euros.
De acordo com o presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, os investidores consideram este montante manifestamente insuficiente face aos elevados custos de produção do setor cinematográfico. “O ‘cash-refund’ é o que torna Portugal atrativo para as grandes produtoras. Mas, com estes valores, o país perde competitividade. As produtoras defendem um aumento progressivo para 100 milhões de euros até 2028”, explicou o autarca em nota à ADN – Agência de Notícias.
A preocupação agravou-se após a publicação de uma notícia no Jornal Económico, dando conta da rescisão do contrato-promessa de compra e venda do terreno, por parte dos investidores. Este passo pode significar o fim do projeto que ambicionava colocar o Pinhal Novo no mapa do audiovisual internacional.
Segundo nota oficial da Câmara Municipal, os promotores do projeto têm vindo a apresentar o conceito da Hollywood Verde - estúdios sustentáveis e tecnologicamente avançados - a nível global, despertando o interesse da indústria pela inovação e compromisso ambiental da proposta portuguesa.
“Está em risco um investimento de 200 milhões de euros numa fase inicial, com impacto direto e indireto na economia regional e nacional. O país não pode deixar escapar esta oportunidade”, sublinha o município.
A autarquia relembra ainda que a empresa Tage participou na Consulta Pública ao Programa de Financiamento à Indústria do Audiovisual e do Cinema promovido pelo Governo, e que já alertou formalmente o primeiro-ministro e o ministro das Finanças para a necessidade urgente de revisão da legislação que regula estes apoios.

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