Raríssimas em risco na Moita: Centena de utentes pode ficar sem apoio urgente

Governo avisou que não será concedido à Raríssimas o Fundo de Socorro Social

A Raríssimas – Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras, na Moita, enfrenta uma crise financeira que pode levar ao encerramento das suas atividades, deixando sem apoio cerca de uma centena de utentes. O Instituto da Segurança Social e a direção da associação procuram uma solução urgente para manter os serviços em funcionamento.

O futuro está em risco, mas a esperança de solução permanece


O Instituto da Segurança Social e a direção da Raríssimas acordaram procurar uma solução urgente para evitar o encerramento da associação e garantir a continuidade dos serviços prestados a utentes e famílias afetadas por doenças raras. De acordo com uma nota enviada pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, ambas as entidades comprometeram-se a encontrar uma alternativa viável para assegurar o funcionamento da instituição.
A Raríssimas corre o risco de encerrar devido a dificuldades financeiras, deixando sem resposta cerca de cem utentes. Segundo Fernando Ferreira Alves, presidente da associação, a Casa dos Marcos, localizada na Moita e sede da instituição, pode fechar em breve após a indicação do Governo de que não será concedido o Fundo de Socorro Social solicitado em Julho.
Atualmente a funcionar em regime 'gratuito', a associação acolhe 29 utentes internos, 30 no Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão e 39 na Unidade de Cuidados Continuados. Contudo, sem apoio financeiro, a continuidade destes serviços está seriamente ameaçada.

 "Crise financeira e passado conturbado dificultam futuro da Raríssimas"
Marcelo esteve em 2017 na Casa dos Marcos 
Desde 2017, a associação tem enfrentado dificuldades devido a controvérsias que afetaram a sua imagem pública, resultando numa significativa perda de apoios e donativos. Esta situação comprometeu a sustentabilidade financeira da instituição e obrigou à implementação de reestruturações internas.
A ex-presidente da Raríssimas, Paula Brito da Costa, foi condenada a uma pena suspensa de dois anos de prisão e ao pagamento de uma indemnização de cerca de 12 mil 800 euros pelo crime de abuso de confiança, após ter utilizado indevidamente património da associação em benefício próprio. Apesar destas dificuldades, a Raríssimas manteve-se ativa, procurando recuperar a confiança do público e assegurar o apoio a doentes raros e suas famílias.
A Raríssimas é uma peça fundamental no apoio a pessoas com doenças raras em Portugal, proporcionando serviços essenciais e promovendo a inclusão social. Com cerca de 800 mil portugueses afetados por doenças raras, a continuidade desta instituição é vital para muitas famílias. Envolver a sociedade através de campanhas de sensibilização, voluntariado e mecenato é crucial para garantir que esta causa não se perde e que a Raríssimas possa continuar a cumprir a sua missão na Casa dos Marcos, na Moita. 

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