Autarcas exigem bilhetes de barco mais baratos entre Setúbal e Tróia

Custo das viagens está a ser penalizador para as atividades económicas e para as populações

Os presidentes das Câmaras de Setúbal, Alcácer do Sal e Grândola exigem que o Governo inclua a travessia do Sado - um percurso essencial para muitos moradores - no passe Navegante. Há queixas sobre o preço dos bilhetes de barco entre Setúbal e Tróia utilizados por moradores e milhares de turistas. Os autarcas pedem a intervenção do Governo e que a travessia passe a ser incluída no passe mensal. A travessia do Sado faz a ligação entre Setúbal e Tróia. Os preços preocupam quem utiliza o ferry com regularidade.
Autarcas querem Navegante na ligação de Setúbal a Tróia 

Os presidentes das Câmaras Municipais de Setúbal, Alcácer do Sal e Grândola defenderam esta terça-feira que os transportes fluviais entre Setúbal e Troia deveriam ser assegurados por uma empresa pública e associados ao passe Navegante.
"É necessário pôr termo a esta barreira que hoje nós encontramos na travessia do rio Sado", disse o presidente da Câmara de Setúbal.
André Martins falava à agência Lusa após uma conferência de imprensa em que os três autarcas defenderam a necessidade de se acabar com o elevado custo do transporte fluvial entre as duas margens do Sado, que dizem ter graves consequências económicas, ambientais e sociais para as populações de Setúbal e do Litoral Alentejano.
Em nota de imprensa distribuída durante a conferência de imprensa, os autarcas dos três concelhos de 
maioria CDU defendem que "a Área Metropolitana de Lisboa (AML) deve equacionar, como, aliás, tem sido defendido nos últimos anos, a possibilidade de associar o passe Navegante a esta travessia".
"E o Governo, que tutela as infraestruturas de transporte e esta travessia, tem de assumir as suas responsabilidades para com estas regiões e as suas populações, ponderando, nomeadamente, entregar esta travessia a uma empresa pública. O Estado não pode continuar a desresponsabilizar-se", acrescenta o documento.
A nota de imprensa dos três autarcas salienta ainda que a Atlantic Ferries, concessionária do transporte fluvial de passageiros e viaturas entre Setúbal e Troia, cobra atualmente 8,80 euros por uma viagem de ida e volta por passageiro transportado nos catamarans.
No que respeita aos ferryboats, cada viatura, com condutor incluído, paga 39,20 euros por uma viagem de ida e volta, mas, se o veículo, além do condutor, transportar mais três passageiros, o custo da viagem de ida e volta sobe para 67,60 euros, valor considerado muito elevado para a maioria da população.
"É mais do que algumas viagens para destinos europeus em companhias de aviação `lowcost´", afirmou o presidente da Câmara de Setúbal.

O serviço público de transporte da travessia do Sado deve ser assumido
Preço elevado das passagens afasta passageiros 
Para os presidentes dos três municípios, André Martins (Setúbal), Vítor Proença (Alcácer do Sal) e Figueira Mendes (Grândola), a travessia do rio Sado é uma ligação essencial ao desenvolvimento económico e à coesão social de toda a região, mas o custo das viagens está a ser penalizador para as atividades económicas, bem como para as populações do Litoral Alentejano, que continuam a utilizar diversos serviços de saúde sedeados em Setúbal, designadamente o Hospital de São Bernardo, e diversos serviços administrativos na capital de distrito.
O presidente da Câmara de Setúbal lembrou ainda que, "a partir de 2007, com a nova concessão [à Atlantic Ferries], os preços [das viagens] aumentaram de tal forma que muitas pessoas, muitas atividades económicas, em vez da utilização da travessia fluvial do Sado, começaram a fazer a ligação através da autoestrada, até Alcácer do Sal. E depois voltam para trás cerca de 30 quilómetros [para chegarem à zona de Troia]".
"É um constrangimento que hoje temos aqui. Nós consideramos que o serviço público de transporte da travessia do Sado deve ser assumido, em primeiro lugar, pela Área Metropolitana de Lisboa e pelo Governo", disse André Martins.
O autarca setubalense reiterou também a ideia de que o contrato de concessão do transporte fluvial no rio Sado não deveria ser gerido, como é atualmente, pela Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), mas por um serviço público gerido por autoridades e entidades da Área Metropolitana de Lisboa, que têm autoridade neste domínio, como é o caso da entidade gestora pública Transportes Metropolitanos de Lisboa. 

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