Dia de Santo Amaro evoca tradição da Bênção das Fogaças em Palmela

A Fogaça e a devoção das gentes da vila a Santo Amaro

Dia 15 de Janeiro, no domingo, às 11h30, a igreja de São Pedro, na vila de Palmela, revive a tradição, com a realização da cerimónia da Bênção das Fogaças, no dia consagrado a Santo Amaro. Esta iniciativa, promovida pela Confraria Gastronómica de Palmela e pela Paróquia de Palmela, com os apoios do município e da Junta de Freguesia de Palmela, contribui para a valorização e divulgação deste “ícone” da doçaria local e para a preservação da memória e raízes da comunidade. A história da Fogaça, cujas receitas centenárias passam de geração em geração nas famílias palmelenses, está intimamente ligada à vivência das gentes da vila e à devoção a Santo Amaro. Este bolo com uma base de massa de pão, pede luta sobre a bancada, mas traz recompensa. O resultado é aromático, de paladar rico e textura a pedir trinca.
Bênção da Fogaça faz-se este domingo na igreja de São Pedro 


Por décadas a tradição perdeu-se em Palmela. Atualmente, recupera-se para o 15 de Janeiro, a Bênção das Fogaças. Uma prática em torno de um bolo que, de base, traz um dos alimentos mais intimamente ligado à cultura de mesa humana, o pão. No caso presente, a massa de pão, à qual se juntam elementos doces.
O município de Palmela, no quadro do desenvolvimento turístico-cultural e da valorização dos seus recursos endógenos, apoia e divulga a tradicional Cerimónia da Bênção da Fogaça, que contribui para perpetuar a memória da história local e das raízes da comunidade.
A história da Fogaça, cujas receitas centenárias passam de geração em geração nas famílias palmelenses, está intimamente ligada à vivência das gentes da vila e à devoção a Santo Amaro.
No início do ano, a população confecionava fogaças com formas diversas, desde os animais domésticos à fruta produzida nos pomares da região, passando por membros e órgãos do corpo humano, com o propósito de pedir saúde e proteção das colheitas e animais.
Normalmente, a fogaça tem a forma das ameias do Castelo de Palmela, na parte superior, e a de um cacho de uvas na zona inferior, já que é este o símbolo da gastronomia da vila. Mas há dezenas de formatos. Segundo a tradição mais antiga, era costume a população preparar fogaças para oferecer a Santo Amaro.
No dia 15 de Janeiro, as pessoas transportavam os bolos dentro de cestos de verga e panos bordados para a Igreja Paroquial, onde eram benzidas pelo padre. Cada formato de fogaça correspondia a uma promessa feita ao Santo Amaro, por exemplo, um pé, braço, coração, cacho de uvas, entre outros. Depois de benzidas, uma parte das fogaças eram leiloadas a favor da igreja. A outra parte, as pessoas levavam para casa e todos os elementos da família comiam, incluindo os animais.
Hoje, esta tradição foi revitalizada, culminando com a Bênção das Fogaças na Igreja de São Pedro, em Palmela, no dia 15 de Janeiro. 

A história de Amaro, o Santo 
Fogaça é o bolo típico de Palmela 
Amaro, ou Mauro, como também é conhecido, nasceu em Úmbria, Itália, no século VI. Ainda em criança, foi entregue pelos seus nobres pais romanos a um mosteiro, dirigido por São Bento, para que fosse formado na vida monástica. A pedido de São Bento, Amaro viajou para França, para estabelecer a Regra de São Bento neste país.
Foi assim que Santo Amaro abriu o primeiro mosteiro Beneditino, a Abadia de Glanfeuil, perto de Angers, França. É um santo invocado contra várias doenças, em especial, para curar gripes, rouquidão, dores de cabeça, enxaquecas, artrose e artrite.

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