Areal é cada vez menor e o último temporal voltou a provocar a derrocada da arriba
A Serra da Arrábida tem recebido cada vez mais turistas portugueses e estrangeiros nos últimos anos, mas há uma praia que pode desaparecer em breve se nada for feito, entretanto. A praia do Portinho da Arrábida - uma das sete maravilhas de Portugal - está a ser transformada numa zona de pedras e calhaus após o progressivo desaparecimento do areal ao longo de décadas, escreveu o jornal Público. “Salvem o Portinho da Arrábida” é o apelo que os ambientalistas do Clube da Arrábida lançaram nesta semana, numa carta aberta ao ministro do Ambiente, à Agência Portuguesa do Ambiente a diversas entidades. Isto porque, ao longo dos anos, o desassoreamento tem vindo a agravar-se a cada temporal e a praia está transformada num "mar de calhaus", revela o Clube da Arrábida. Para a Câmara de Setúbal, o desabamento da arriba provocado pelo temporal do mês passado, "não representa um risco" imediato. |
| Praia do Portinho cada vez com menos areia |
"Para quem toda a vida conheceu o Portinho da Arrábida, o aspeto atual da praia é desolador, como aliás já é há uns anos", lamenta Pedro Soares Vieira, Presidente do Clube da Arrábida. "Em 2017 o Laboratório Nacional de Energia e Geologia fez, a pedido do Clube da Arrábida, um parecer sobre o estado do Portinho da Arrábida, nessa altura estimou que já se tinha perdido 60 por cento do volume de praia, assim como 63 por cento do seu comprimento. Isto é uma barbaridade", acrescenta.
Segundo Pedro Soares Vieira, os 37 por cento que sobram da praia estão agora cobertos por "um mar de calhaus". Isto porque com "o brutal desassoreamento que tem vindo a acontecer, as arribas argilosas da praia ficaram sem proteção e a força do mar começou a desfazer essas arribas colocando-as em perigo de desabamento, assim como em perigo de destruição algumas das casas no próprio Portinho da Arrábida", sublinha. “
Segundo Pedro Soares Vieira, os 37 por cento que sobram da praia estão agora cobertos por "um mar de calhaus". Isto porque com "o brutal desassoreamento que tem vindo a acontecer, as arribas argilosas da praia ficaram sem proteção e a força do mar começou a desfazer essas arribas colocando-as em perigo de desabamento, assim como em perigo de destruição algumas das casas no próprio Portinho da Arrábida", sublinha. “
O temporal marítimo de 18 de Setembro provocou no Portinho da Arrábida a "derrocada de várias secções de enrocamento da arriba por debaixo do caminho de acesso pedonal à praia, colocando-o novamente em risco de desabamento", referiu a carta do Clube da Arrábida. No entanto, esta não é a primeira vez que o mau tempo coloca esta praia em risco.
A mais recente derrocada, junto à praia, além de ameaçar o acesso, pode "potenciar o avanço do mar sobre a duna primária do Creiro". Todos os anos, o areal diminui e já está de tal forma reduzido que, esta época balnear, a colocação de sombras passou a ocupar exclusivamente zonas ambientalmente sensíveis. "Os concessionários continuaram a escavar a duna primária para montarem os chapéus de sol, por falta de área com areia na frente do mar", denunciam os responsáveis. 10 anos sem encontrar respostas definitivas
Os ambientalistas defendem que a salvação do Portinho da Arrábida depende de um plano que ajude a mitigar o desassoreamento, pedindo às entidades da administração central do Estado que se entendam com o Município de Setúbal para resolverem o problema. “Ao fim de 10 anos de diversas conversas, não se chegou a um acordo, de forma a que se possa avançar com um projeto de recuperação”, revela Pedro Soares Viera. "O nosso receio, é que se tivermos pela frente um inverno rigoroso, tenha de haver, novamente, intervenções de urgência, o que seguramente significará mais pedra, sendo então a estocada de morte no Portinho da Arrábida", explica Pedro Soares Vieira.
A resposta por parte da Agência Portuguesa do Ambiente e da Câmara de Setúbal foi fazer um enrocamento que, segundo o presidente do Clube da Arrábida, serve para uma situação de urgência, mas não é uma solução permanente, pois "ao não absorver a força do mar como absorve um areal, transmite essa força para o que resta do areal causando um efeito de rapagem da areia que ainda sobra na praia".
A Câmara de Setúbal, por sua vez, confirmou que a autarquia está em contacto com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e a Agência Portuguesa do Ambiente para "avançar com soluções". Em relação ao desabamento da arriba provocado pelo temporal, a fonte contactada pelo jornal, assegura que "não há risco".
A resposta por parte da Agência Portuguesa do Ambiente e da Câmara de Setúbal foi fazer um enrocamento que, segundo o presidente do Clube da Arrábida, serve para uma situação de urgência, mas não é uma solução permanente, pois "ao não absorver a força do mar como absorve um areal, transmite essa força para o que resta do areal causando um efeito de rapagem da areia que ainda sobra na praia".
A Câmara de Setúbal, por sua vez, confirmou que a autarquia está em contacto com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e a Agência Portuguesa do Ambiente para "avançar com soluções". Em relação ao desabamento da arriba provocado pelo temporal, a fonte contactada pelo jornal, assegura que "não há risco".
Resposta que não agrada a quem sempre lutou pela serra e pelo Portinho da Arrábida. "O nosso receio, é que se tivermos pela frente um inverno rigoroso, tenha de haver, novamente, intervenções de urgência, o que seguramente significará mais pedra, sendo então a estocada de morte no Portinho da Arrábida", explica Pedro Soares Vieira.
O Clube da Arrábida é uma associação de proprietários, comerciantes e utentes da zona do Portinho da Arrábida que tem como principal objetivo a salvaguarda desta área em pleno Parque Natural da Arrábida.
Agência de Notícias
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