Município emite parecer desfavorável à transferência da Farmácia para Pinhal Novo
O pedido de parecer foi solicitado à autarquia pelo Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde e os requisitos para o processo de transferência assentam nos critérios previstos na legislação em vigor, nomeadamente, na "necessidade de salvaguardar a acessibilidade das populações aos medicamentos, a sua comodidade, bem como a viabilidade económica da farmácia", diz a autarquia
A Câmara Municipal de Palmela aprovou, por unanimidade, na reunião pública, a proposta de parecer desfavorável à transferência da Farmácia de Lagameças para o Pinhal Novo. De acordo com a proposta, a Câmara de Palmela "sempre pugnou pela defesa dos interesses das populações, nomeadamente, no que respeita a uma cobertura farmacêutica de qualidade e de proximidade, pelo que não poderia concordar com o encerramento de uma farmácia na localidade rural de Lagameças". Recorde-se que a União de Freguesias de Poceirão e Marateca também se pronunciou desfavoravelmente. O pedido de parecer foi solicitado à autarquia pelo Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde. Adilo Costa, responsável pela saúde no concelho, sublinha "se o alvará passar para o Pinhal Novo,
Lagameças nunca mais terá farmácia".
Farmácia quer mudar-se para Pinhal Novo |
A concretizar-se a deslocalização pretendida, a população das Lagameças, "teria como recurso as farmácias existentes nas localidades mais próximas e que distam desta farmácia, respetivamente, quatro quilómetros (Farmácia de Poceirão), 5,2 quilómetros (Farmácia de Cajados), oito quilómetros (Farmácia de Brejos do Assa) e 11,7 quilómetros (Farmácia Ideal, Águas de Moura)", explica a Câmara de Palmela.
A agravar esta situação, "verifica-se a falta de transportes públicos e de mobilidade, atingindo sobretudo a população mais envelhecida, predominante nesta área geográfica", sublinha a autarquia.
Autarcas querem continuidade nas Lagameças
Em reunião de Câmara, o vereador socialista Raul Cristóvão, disse que “a farmácia tem de ser vista como um equipamento social. É um investimento económico e que tem que dar viabilidade económica a quem faz esse investimento, mas quando foi para ali em 2009, também estavam lá pouco mais de 1.400 moradores”. De acordo com o autarca do PS, “trata-se de um território rural, com determinadas características, e que nunca teria, em condições normais, um exponencial crescimento demográfico que levasse a 3 ou 4 mil habitantes”.
A mesma ideia é defendida pelo autarca do Movimento Independente pela Mudança. “Não poderemos deixar a população das Lagameças sem a farmácia,
sobretudo porque falamos de uma população
que se encontra distante dos
centros urbanos e com dificuldades na
área dos transportes”, realçou José Calado. Para Paulo Ribeiro, “esta não é uma proposta fácil. Percebo
o complicado que é uma situação
de uma farmácia que precisa de clientes.
E nós estamos a falar além da
questão da actividade regulada e de
uma possível saída do local, mas também
temos de ver a questão da viabilidade
do negócio”, diz o vereador da coligação PSD/CDS-PP, que sustenta ainda que esta é “uma questão complexa, mas
acho que pode ser feito um esforço de
procurar soluções que possam aliviar
o peso que esta matéria tem, pois não
queremos que ao final do dia deixemos
de ter farmácia por questões de falência”, sublinhou o autarca social-democrata.
Álvaro Amaro, presidente
da Câmara de Palmela, sublinha que o
“desejável seria que pudesse haver um
outro alvará em Pinha Novo e que estes
investidores pudessem ficar com a farmácia
de Pinhal Novo, mantendo a de Lagameças aberta”.
Agência de Notícias com Câmara de Palmela
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