Festas Populares de São Pedro chegaram ao fim

Seis dias em nome de S. Pedro, dos pescadores e da animação genuína 

As Festas Populares de São Pedro, no Montijo, encerraram na madrugada de terça-feira. Quim Barreiros encheu a Praça da República e a Queima do Batel, nas águas calmas do Tejo, foram as principais atracções do último dia da maior festa da cidade do Montijo. O almoço da classe piscatória - uma tradição de há muitos anos - foi outro dos grandes eventos de segunda-feira. 

Festas de S. Pedro, no Montijo, terminaram na segunda-feira 


Milhares de pessoas passaram pelas ruas iluminadas do centro do Montijo, durante as Festas Populares de São Pedro. Durante seis dias a tradição desceu e subiu as avenidas, ruas e travessas da cidade. A procissão em nome de São Pedro, por mar e por terra, de dia e de noite, foi de certeza o momento maior destas festas que honram os pescadores e os homens do mar. Apesar desses momentos infinitos de fé, o propano também se juntou à festa e as tertúlias [uma tradição cada vez mais fortes das Festas] encheram-se de pessoas, animação, bailaricos até altas horas da noite, houve come e bebes e o bibe eléctrico - outra tradição em crescendo no Montijo - desceu as ruas com Pão com Manteiga [uma banda de música] a distribuir música e alegria por onde passava. O povo ia atrás sempre animado e sempre feliz a dançar. As charangas, as largadas de toiros, a corrida de toiros, a noite da flor, os concertos, o folclore, as sevilhanas e demonstrações de zumba e capoeira foram outras das atividades marcantes nas noites de S. Pedro. Descaque ainda para os pátios engalanados, do Bairro dos Pescadores, a fazer lembrar outros temos e outras tradições. Esta é, como dizia António Santos, morador na zona, à reportagem do ADN, "uma festa que nasceu dos pescadores para o povo... e o povo gosta disto e gosta dos pescadores".

Almoço junta 300 pescadores
Bairro dos Pescadores engalanado a relembrar outros tempos 
Cerca de 300 pessoas da classe piscatória almoçaram, na segunda-feira, com a tradicional caldeira confecionada e oferecida pela Sociedade Cooperativa União Piscatória, no almoço dos pescadores, durante as Festas de São Pedro, no Montijo.
Nuno Canta, presidente da Câmara do Montijo, esteve presente no almoço tradicional onde elogiou o contributo dos pescadores para a região do Montijo, e agradeceu “o trabalho e dedicação às Festas Populares de São Pedro”.
No último dia de festas, o autarca relembrou ainda que as festividades são “a expressão mais genuína do povo montijense que simbolizam a nossa memória, tradição e cultura”.
A centenária Sociedade Cooperativa União Piscatória Aldegalense nasceu no dia 2 de Março de 1913. A associação funcionava como uma cooperativa de consumo. Os pescadores descontavam os seus rendimentos para benefício de todos, cada um pagava o que podia formando uma espécie de “mealheiro” dos pescadores com uma função social muito forte.
As sucessivas crises do setor e o abandono da arte da pesca obrigaram a Sociedade a uma reconversão no sentido cultural e da memória.

Forcados da cidade festejam 50 anos 
Centenas de pessoas marcaram presença na abertura da exposição 

Na passada sexta-feira, foi inaugurada a exposição “Grupo de Forcados Amadores do Montijo: 50 anos de história, 1964-2014”, no Museu Municipal. A cerimónia contou com a presença de dezenas de pessoas entre entidades oficiais, forcados, familiares e amigos dos Amadores do Montijo.
José Cáceres, presidente da direção do Grupo de Forcados Amadores do Montijo, referiu que a mostra retrata cinco décadas de existência dos Amadores do Montijo “seguramente um dos mais antigos de Portugal com atividade dita relevante. Décadas marcadas por bons momentos, na sua maioria, mas também por alguns momentos mais tristes e dolorosos”.
O presidente da direção do Grupo de Forcados do Montijo sublinhou que a mostra tem por objetivo “dar a conhecer a todos a história do Grupo, bem como prestar tributo e homenagem a todos aqueles forcados e amigos que ajudaram a fazer estas cinco décadas de história”.
Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo, enalteceu o Grupo de Forcados Amadores do Montijo. “Ao longo do seu historial muito têm contribuído para o toureio e para a tauromaquia enquanto elementos estruturantes da nossa cultura tradição e identidade” afirmou o presidente.
“Desde a sua fundação até aos nossos dias, os Forcados Amadores do Montijo têm edificado o nome da nossa terra com a participação em grandes corridas nas mais importantes praças de Portugal, assim como representado o bom nome da nossa cidade, nas suas inúmeras digressões ao estrangeiro” sublinhou Nuno Canta.
Para o autarca esta exposição homenageia “os que envergaram a jaqueta do grupo no mais puro amadorismo, representando o Montijo e afirmando o espírito único do forcado. Dar tudo até por vezes a vida sem nunca ter nada em troca”.
A mostra, patente até final do ano, assinala o 50.º aniversário do Grupo, fundado no ano de 1964. O cabo fundador dos Amadores do Montijo foi Jacinto Carvalheira. A primeira apresentação do Grupo foi no dia 2 de Agosto de 1964, numa corrida à antiga portuguesa na Praça de Touros de Cascais.

Agência de Notícias

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