Estado retira candidatura da Arrábida a Património Mundial

Pareceres de órgãos consultivos da UNESCO "chumbam" Arrábida como Património Mundial da Humanidade  

O Estado português vai retirar a candidatura da Serra da Arrábida a Património Mundial da Humanidade. A decisão de retirar a candidatura surge na sequência dos conteúdos dos relatórios do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios e da União Internacional para a Conservação da Natureza, explicou Ana Martinho, embaixadora em Portugal da UNESCO. As duas organizações consultivas da UNESCO realizaram uma visita à Serra da Arrábida durante o passado mês de Outubro para apurar se os requisitos da candidatura estariam em cumprimento. A Associação de Municípios da Região de Setúbal - responsável pela candidatura -  lamenta a decisão e promete uma resposta oficial ainda esta semana. 

Estado retira candidatura da Serra da Arrábida a Património Mundial 
A Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) informou em comunicado divulgado na semana passada que o Estado português vai retirar a candidatura da Serra da Arrábida a Património Mundial da Humanidade.
A divulgação do relatório do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) estava prevista para o mês de Março. As duas organizações consultivas da UNESCO realizaram uma visita à Serra da Arrábida durante o passado mês de Outubro para apurar se os requisitos da candidatura estariam em cumprimento.
"O processo de candidatura da Arrábida a Património Mundial, tal como sempre afirmámos, tem sido um projecto de desenvolvimento regional, de valorização das nossas gentes e terras, do seu património natural e cultural", realça a AMRS em comunicado. 
Associação de Municípios da Região de Setúbal diz que o "caminho" foi construído "com "inúmeras personalidades e instituições da região, com a profunda convicção de que sendo um dossier de candidatura complexo e exigente, na Arrábida coexistem valores naturais e culturais únicos e excepcionais, que merecem ser conhecidos, preservados e divulgados".
E apesar da "aparente" retirada da candidatura, a organização da mesma quer "procurar todas as possibilidades alternativas para o reconhecimento internacional deste território". Desta forma, diz ainda a AMRS, que pretende dar continuidade ao "processo de afirmação e valorização da Arrábida, nomeadamente, através da continuação dos trabalhos em curso, entre eles, os decorrentes dos protocolos estabelecidos com instituições do ensino superior relativos à definição de roteiros e ao estudo de capacidade de carga da Arrábida; a edição dos estudos técnicos e científicos produzidos; a promoção dos valores naturais e culturais da Arrábida". 

AMRS reúne esta semana para uma tomada de posição 
O comunicado conta ainda que a associação está "desde já, a procurar todas as possibilidades alternativas para o reconhecimento internacional deste território, convictos de que as populações e os agentes de desenvolvimento permanecerão ao nosso lado neste desígnio regional".
A AMRS agradece o "contributo e empenho de todos os que participaram na candidatura" e o "apoio e a disponibilidade sempre demonstrada pela Comissão Nacional da UNESCO ao longo deste processo", conclui o comunicado. 
Apesar do comunicado oficial, a AMRS vai reunir em breve para discutir o processo de candidatura da Arrábida a Património Mundial e a sua possível retirada por parte do Governo, estando prevista uma tomada de posição. Rui Garcia, presidente da AMRS, recusa, para já, fazer declarações  sobre o assunto, remetendo esclarecimentos para mais tarde, explicando que só se vai pronunciar depois uma reunião do órgão que deve realizar-se ainda esta semana e da qual deve sair uma tomada de posição.
O território da Arrábida abrange as câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra que também deverão tomar uma posição em breve. 

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