Governos locais
eleitos por uma minoria da população
Os votos em branco
destas autárquicas foram superiores aos votos alcançados pelo CDS ou pelo Bloco
de Esquerda e, comparados com 2009, duplicaram. Um voto de protesto dos
eleitores que também se verifica na elevada percentagem da abstenção - 47,4 por
cento. Cascais, Sesimbra e Palmela foram os concelhos com a abstenção mais
elevada - a rondar os 62 por cento.
Sesimbra e Palmela bateram recorde nacional da abstenção |
Os concelhos de Sesimbra, Cascais e Palmela
são os recordistas da abstenção, onde mais de 60 por cento dos eleitores não
votaram nas eleições autárquicas de domingo, enquanto a afluência às urnas nas
Lajes das Flores, Açores, foi a maior do país.
No distrito de Lisboa, Cascais voltou a estar
entre os concelhos onde menos se vota, com uma taxa de abstenção de 62,1 por
cento. Nos dois últimos actos eleitorais para os órgãos autárquicos, Cascais
foi o que registou a abstenção mais elevada – 55,9 por cento em 2009 e 53,7 por
cento em 2005.
Em terceiro lugar, também no distrito
de Setúbal, surge Palmela, com 61,49 por cento dos eleitores a falhar a ida às
urnas. Das 51 mil 465 pessoas apenas 19.818 foram às mesas de voto.
Lajes das Flores, Arronches e Barrancos onde mais se vota
No pólo oposto, Lajes das Flores, nos
Açores, teve a abstenção mais baixa do país – 17,97 por cento –, seguido de
Arronches, distrito de Portalegre, onde apenas 18,6 por cento dos eleitores não
foram votar.
Barrancos (Beja) já foi, em 2005, o
concelho com menor abstenção, e desta vez ficou-se pelo terceiro lugar entre os
municípios mais participativos, registando agora uma taxa de 21,85 por cento.
Dos 308 concelhos do país, 76 (quase
um quarto) ultrapassaram a média nacional de abstenção nestas eleições.
Votos nulos e em branco disparam
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Votos nulos e brancos também duplicaram no distrito de Setúbal |
Com uma freguesia por apurar, estão
contabilizados 189.809 votos brancos (3,87 por cento) e 144.520 nulos (2,95 por
cento). Juntos, os brancos e os nulos somam 6,82 por cento, menos 0,6 pontos
percentuais do que os independentes, que venceram em 13 câmaras neste acto
eleitoral.
A percentagem de votos brancos mais do
que duplicou em relação há quatro anos e bateu o máximo de há oito, quando
138.449 eleitores (2,6 por cento) entregaram o boletim em branco.
E o mesmo acontece com os votos nulos,
que atingem já os 144.683, bem mais do que anteriores recordes (2,1 por cento
nas autárquicas de 1976 e mais de 91 mil nas eleições de 1982).
Também aqui o distrito de Setúbal bate
recordes. Seixal teve 9,8 por cento de votação nula ou em branco. Ou seja: 5
mil 119 pessoas foram votar para nada. Ficou à frente do BE e do CDS naquele
concelho. Em Sesimbra, 1576 pessoas votaram branco ou nulo e em Palmela, 9,3
por cento dos votantes ditaram nada. 1865 pessoas que votando podiam fazer a
diferença. Almada, Alcochete e Montijo também ficaram acima dos 8 por cento. No
lado oposto, Alcácer do Sal, Sines e Grândola foi onde menos existiu votos
nulos ou brancos. Os números deverão fazer reflectir todas as candidaturas, independentemente
de quem ganhou ou perdeu.
Agência
de Notícias
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