Autoeuropa está a produzir menos carros

Fábrica de Palmela vai parar nove dias em Setembro e Outubro

A Autoeuropa vai parar mais nove dias em Setembro e Outubro. Ao fim dos primeiros dez meses do ano, serão 27 dias sem laboração na fábrica portuguesa da Volkswagen. No ano passado, esse número chegou aos 44 dias. A empresa recebeu esta semana, em Palmela, o encontro do grupo Volkswagen onde se debateu o futuro e as estratégias do grupo cá e no mundo, numa altura onde já é claro que a fábrica de Palmela está a produzir menos carros este ano.

Autoeuropa está a produzir menos carros este ano 
O coordenador da Comissão de Trabalhadores, António Chora, acredita que o número de “downdays” ficará abaixo do valor de 2012. A direcção da fábrica não quer fazer previsões.
Em Setembro a paragem da fábrica de Palmela vai ocorrer nos dias 6,13,20 e 27, e no mês seguinte, em Outubro, acontecerá a 4, 11, 18,24 e 25. “Acredito que este ano o número de dias de paragem irá ficar abaixo do que se verificou o ano passado”, diz António Chora.
Já a direcção da fábrica de Palmela explica que  a marcação de mais nove dias de paragem está ligada “à optimização do nosso processo de produção, de modo a mantê-lo estável”. “Por outro lado, esta ferramenta de flexibilidade laboral permite-nos ainda atingir índices de desempenho mais eficazes”, acrescenta.
Questionado sobre como é possível ter menos dias de paragem mesmo com a expectável queda da produção durante o ano, e mantendo a produção nos 460 carros/dia, António Chora responde que esse objectivo vai ser possível graças “à colocação de vários trabalhadores em outras fábricas do grupo”.

Autoeuropa a produzir menos
Em relação à projecção do número de dias de paragem da unidade da Volkswagen para este ano, a direcção da fábrica considera que  “opera num dos sectores de actividade industrial onde mais se têm notado os efeitos da instabilidade económica global que se vive desde 2008”.
 “Como tal, as empresas que operam neste mercado – e a Volkswagen Autoeuropa não é excepção – têm de estar preparadas para flutuações na procura dos seus produtos. Assim, o nosso plano de produção é revisto regularmente para responder às exigências dos mercados, pelo que indicar um valor para o período em causa será extemporâneo”, conclui.
Os últimos dados da associação do sector automóvel, ACAP, revelam que até Julho a produção na Autoeuropa caiu 21,4 por centoface ao período homólogo do ano passado. Nos primeiros sete meses do ano, a fábrica de Palmela produziu 60.238 unidades, que comparam com os 76.658 carros que saíram da unidade nacional o ano passado no mesmo período, ou seja, menos 16.420 automóveis.
 A Autoeuropa representa 59,6 por cento dos 101.094 veículos que até Junho saíram das fábricas em Portugal.

Palmela recebeu encontro da Volkswagen
Hoje é o primeiro dia de paragem  dos nove dias previstos  
Durante esta semana, a unidade nacional da Volkswagen recebeu em Palmela o encontro do comité europeu do grupo VW, que é composto por representantes da comissão de trabalhadores de marcas do grupo e direcção de recursos humanos do grupo.
António Chora afirmou que neste encontro foram debatidas questões de recursos humanos e da política de cada uma das marcas do grupo. Segundo o coordenador da Comissão de Trabalhadores, não esteve em cima da mesa a discussão de possíveis reestruturações no grupo que levem a despedimentos.

Novos operadores logísticos
A Acciona é agora a empresa responsável pelas operações logísticas no interior da fábrica de Palmela e a FCC fica encarregue do trânsito logístico no exterior, na sequência de um concurso que a Autoeuropa lançou este ano. “O concurso é uma forma de examinar o mercado e de tornar a estrutura de custos da empresa cada vez mais eficiente”, afirma a administração da Volkswagen Autoeuropa, que adianta também que recebeu “propostas de diversas empresas”.
Fernando Oliva, diretor da Schnellecke Logística, explica que a empresa desistiu do concurso lançado pela Autoeuropa “somente por uma questão comercial, isto é, de preços”, uma vez que “as exigências eram maiores e o valor pago pelo serviço prestado foi reduzido”. O diretor da companhia que dominava a logística na fábrica de Palmela assegura, no entanto, que esta decisão “não condiciona a situação financeira da Schnellecke”, uma vez que esta continua a colaborar com a Autoeuropa “na parte de produção de peças” e trabalha também com outras empresas europeias.


Agência de Notícias 

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