Começa hoje a VIª Feira Medieval de Alhos Vedros

Uma vila que regressa ao tempo de D. João II e dos Descobrimentos

A partir de hoje, a vila de Alhos Vedros (Parque das Salinas e zona envolvente) regressa ao passado, à época de D. João II e da epopeia dos Descobrimentos, através da VI Feira Medieval de Alhos Vedros, este ano com o tema principal “O Mostrengo que está no Fundo do Mar”. A Feira Medieval, que ano após ano atrai cada vez mais visitantes, apresenta um programa vasto e diversificado com combates e torneios, animação circense, música, danças palacianas e danças orientais, aves de rapina e cobras, tasquinhas, artesanato nacional e oriental, desfiles e muito convívio. Só acaba domingo e merece a sua visita.


Alhos Vedros recua no tempo durante três dias 

A VI Feira Medieval transporta a vila de Alhos Vedros [e de todos que a visitem] ao tempo de D. João II e da epopeia da época dos descobrimentos. Pelo burgo da vila antiga haverá cantigas de bem e mal dizer, tambores e comidas de outros tempos. Moedas antigas, lutas e glórias dos cavaleiros de aquém mar. Feiras, mulheres que adivinham o futuro e todas as personagens – reais e imaginárias – que marcaram “O Mostrengo que está no Fundo do Mar”, [este ano o tema principal da feira], o celebre livro de Fernando Pessoa que retrata o medo do desconhecido que os navegadores portugueses tiveram que ultrapassar ao enfrentar mares nunca antes navegados.
As histórias cruzam-se com os mitos e pelas ruas da vila de Alhos Vedros, até domingo, haverá tanta história real para se reescrever. De acordo com a Alius Vetus – Associação Cultural Histórica e Património – que organiza desde sempre [leia-se, seis anos] a Feira Medieval da vila, são esperadas “milhares de pessoas, a atraídas pelo exotismo da recriação de uma feira medieval”.
E com tanta gente vinda do futuro que se mistura com outras gentes do passado, com mistura de feirantes antigos e compradores da era moderna, a organização vai “alargar o espaço desde o Parque das Salinas, adro da igreja, largo das festas, parque de estacionamento da Santa Casa da Misericórdia, pátio da biblioteca até ao largo do Pelourinho”, diz a organização.
Ou seja, será uma vila inteira de portas abertas às personagens vindas do livro de Fernando Pessoa e da própria história de um país de marinheiros que ambicionava conquistar terras desconhecidas.

Da história aos sabores da terra...
Do programa de animação constam combates e torneios, animação circense, música, danças palacianas e danças orientais, aves de rapina, cobras e dança de dragões, tasquinhas, artesanato nacional e oriental, desfiles e muito convívio.
Em simultâneo decorrerá a quarta Mostra de Artesanato Local, destinada aos “artistas” da terra. Por lá pode encontrar, ente outros, o Espaço Criativo “Ideias Truques e Tarecos”, de Paula Margarida e Paulo Caçador. Eles, segundo um artigo de um jornal local, vão vender sal aromatizado, açucares com sabores, azeites com aromas diversos, vinagres, biscoitos de aniz estrelado e sacos de alfazema, decorados com versos de poetas populares conhecidos.
E diz a própria dona da banca que “é importante transmitir que podem elaborar-se muitos produtos através do que brota da terra”. Afinal, conta Paula Margarida, “do pouco se faz muito” e tal como a história nos ensinou, prometem ensinar-nos agora a viver a apreciar o que é nosso...

Feira que atrai milhares de visitantes
Os torneios atraem centenas de pessoas a Alhos Vedros 
Promovida pela Alius Vetus – Associação Cultural História e Património, com o apoio da Câmara da Moita, da Junta de Freguesia de Alhos Vedros e de outras entidades, a Feira Medieval, que ano após ano atrai cada vez mais visitantes e amantes deste tipo de feira.
É o caso de Daniela Chaves e Damião Romão que viajam de Chaves até à vila de Alhos Vedros para “revisitarem o passado e descobrir sabores novos”. O casal, amante deste tipo de feira, tem viagem marcada para hoje, inicio da feira e só “arrumam as trouxas” no domingo à noite [ou segunda de manhã] no regresso a Trás-os-Montes. É a segunda vez que visitam a feira. Sara Garcia, de Lisboa, só falhou a primeira edição. “É um tipo de feira onde as pessoas aprendem muito e divertem-se a dobrar. E, desde sempre, tem sido um prazer conhecer pessoas que hoje confesso amigos. Além disso, é uma feira com uma matriz forte na verdade da história e, como apaixonada pela história do nosso país, sabe bem recuar no tempo e reviver a história que, afinal de contas, são as raízes do que hoje somos”. Das novidades do programa, há a destacar um Torneio de Armas com Quatro Cavaleiros, no dia 1, às 22 horas, e no dia 2, às 18 horas, e também um workshop de Aves de Rapina, nos dias 1 e 2, a partir das 14 horas.
A Associação Cultural História e Património vai lançar, durante a feira, a edição 8 da revista “Foral 2014”, como artigos de opinião de diversos historiadores.


Agência de Notícias 

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