Autoeuropa voltou ao trabalho

António Chora não acredita em despedimentos


Os cerca de três mil trabalhadores da Autoeuropa Palmela voltaram esta manhã ao trabalho e a apreensão está estampada nos rostos destes funcionários. O Correio da Manhã escreve que 600 postos de trabalho podem estar em risco. Mas o coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, António Chora, garante que não há qualquer ameaça de despedimentos na empresa, embora a situação da fábrica se possa complicar se não houver um novo modelo para produzir a partir de 2015. Os trabalhadores, por outro lado, já anunciaram à empresa que não quere os subsídios de férias e Natal diluídos ao longo do ano. 

 

 

Os três mil trabalhadores da fábrica de automóveis da Autoeuropa regressaram esta manhã ao trabalho depois de uma paragem de um mês, devido à crise do setor automóvel. Este regresso ao trabalho acontece depois de uma paragem de um mês, que juntou as férias de Natal a alguns dias de não produção.
Os dias de não produção (downdays) constituem um instrumento de flexibilização dos horários de trabalho, que está previsto no Acordo de Empresa e permite ajustar o número de veículos produzidos às necessidades do mercado, sem ser preciso recorrer a eventuais despedimentos. E este mês já estão marcados mais três dias de não produção.
O coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, António Chora, garante que não há qualquer ameaça de despedimentos na empresa de Palmela, embora a situação da fábrica se possa complicar se não houver um novo modelo para produzir a partir de 2015
Em entrevista à Antena1, António Chora afirma que a decisão sobre a produção de um novo modelo automóvel deverá ser conhecida ainda no primeiro trimestre deste ano. Em qualquer caso, não estão em causa despedimentos.
“Não há ameaça de despedimento nenhuma a pairar no ar, a não ser que houvesse uma catástrofe a nível europeu em termos económicos. Neste momento estamos tranquilos. Estamos a negociar com a empresa a colocação das pessoas, estamos esperançados de que seja tomada uma decisão positiva em relação a esta fábrica, e se assim for as coisas correram todas bem”, refere o representante dos trabalhadores.


Trabalhadores dizem 'não' à diluição dos subsídios 
Outra das questões preocupantes para os mais de três mil trabalhadores da fábrica de Palmela é a forma como irão receber os subsídios de férias e Natal. Se em duas vezes por ano, como sempre foi, se diluídos no ordenado normal. António Chora, da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, explicou que "quando a empresa colocou a questão, mostrámos a nossa intenção de receber os subsídios por inteiro". O sindicalista afirma que a entrega concentrada nos meses de férias e Natal "permite enfrentar momentos de maior despesas" e que por isso informaram a administração que a vontade dos trabalhadores é manter tudo como até aqui.
"A empresa ainda está à espera que a lei saia, mas a nossa intenção foi aceite. Agora, não sabemos se irão fazer uma sondagem caso a caso ou se irão seguir a vontade da maioria", detalhou. A administração da Autoeuropa responde que ainda é prematuro avançar uma decisão.
A legislação que irá regular a entrega dos subsídios deverá estar pronta no dia 15 de Janeiro. Depois o documento segue para a promulgação do Presidente da República.
Serão necessários pelo menos cinco dias para que os duodécimos sejam inscritos na lei. As empresas ainda mostram alguma indecisão quanto a esta matéria, e terão de continuar a ouvir os trabalhadores, porque apenas com um acordo escrito poderão fugir a esta regra que agora se impõe.

Agência de Notícias 

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