Histórias do Mundo: Três mil candidatos "ao melhor trabalho do mundo"


O escolhido terá de ser alguém apaixonado por viagens

Nos finais de Julho, a agência de viagens Nomad, especializada em expedições e aventura, lançou um repto global: abriu uma vaga para "o melhor trabalho do mundo", o que, no caso, significa viajar, talvez por todo o planeta, como líder de grupos de viajantes. A fase de candidaturas terminou na semana passada e, segundo disse Tiago Costa – um dos fundadores da agência –  e foram recebidas mais de três mil propostas. A questão agora é que emprego só há um... ou nenhum, se nenhum perfil se enquadrar naquilo que a empresa pretende.


Tiago Costa oferece "o melhor trabalho do mundo" 

 "Há muita gente que se candidatou sem ter a consciência de que é mesmo um trabalho. Muita gente dizia algo como "viajo nas férias e poderia trabalhar com vocês", explicou Tiago Costa. "Identificámos três tipos base de candidatos, pessoas que têm outra profissão e sonham mudar de vida", as que "se dedicam profissionalmente" ao sector e as que "já se atiraram por gosto às viagens" e "viram nisto uma possibilidade de futuro", contou ao Publico.
Pelo meio, estão representadas quase todo o tipo de profissões, havendo também um diversificado e criativo registo de candidaturas. "Temos até um candidato que fez um vídeo com pessoas do mundo inteiro a promoverem os seus talentos", conta um dos fundadores da Nomad. 

Procura de novas pessoas
A empresa, nascida em 2007 e sediada no Porto, prepara-se agora para seleccionar "umas 15 pessoas" que passarão à fase seguinte, a da entrevista. Ao final, é quase certo que só chegará um candidato, embora Tiago Costa adiante que a decisão poderá ser reponderada, no caso de haver mais alguém com "motivações e currículo extraordinários". O inverso também pode suceder: se chegarem à conclusão que ninguém cumpre os requisitos, fica encerrada a campanha e a tão desejada vaga. E o melhor emprego do mundo esfuma-se por falta de perfil!
Reconhecendo que, além de um anúncio de emprego, a oferta também resultou em termos mediáticos, Tiago refere que esse foi apenas "um efeito colateral". "O que motivou a nossa procura foi o facto de até agora termos recrutado pessoas que já conhecíamos ou que se destacavam por alguma razão. Mas era quase um círculo fechado", resume. "Perguntámo-nos quantas pessoas haveria que se dedicam a viajar e que ninguém conhece. Foi por isso que abrimos o jogo. Para descobrir quem anda aí a entregar-se de corpo e alma à viagem." Porque o escolhido tem de ser mesmo "alguém apaixonado pelas viagens, que goste de transmitir conhecimentos e que queira transmitir essa paixão", além de detentor de "experiência e desenvoltura no terreno" ou "ser capaz de levar um plano de viagem do princípio ou fim e tratar da logística nos locais".

Salário... depende da complexidade da jornada
Quanto ao salário que caberá ao "vencedor", o responsável não adianta números, sublinhando que "varia muito", consoante o tamanho dos grupos ou a complexidade e dificuldade da jornada. E tratar-se-á mesmo do "melhor trabalho do mundo"? "É um trabalho inacreditável, que nos dá oportunidades excepcionais", diz Tiago Costa, sublinhando que acarreta também "muitas responsabilidades e dificuldades". "Isto é uma filosofia de vida. Ninguém se dedica às viagens para comprar um Mercedes. Mas para quem gosta do que faz, é o melhor do mundo".

Agência de Notícias 

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