PS quer travar penhora de casa


“Temos de proteger as pessoas que menos têm e menos podem"

O Partido Socialista quer que as dívidas por falta de pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) não impliquem a penhora da casa, e vai propor, em sede de Orçamento do Estado, que o valor em falta possa ser saldado com a entrega de outros bens de valor equivalente que não a habitação própria.

PS não quer fisco a penhorar casas por dívida do IMI

"Em tempos de grandes sacrifícios, temos de proteger as pessoas que menos têm e menos podem", justifica o secretário-geral do PS, António José Seguro, que confirma, assim, a intenção que o partido estudava, já em Junho, de prevenir a perda da habitação por dívidas de baixo valor, como actualmente acontece.
Até Maio deste ano, a administração fiscal já tinha vendido 12 787 casas penhoradas. Com o agravar da crise, o aumento do desemprego e das dificuldades económicas, cresce também o incumprimento das famílias no pagamento das obrigações fiscais, como o IMI, o que acaba por resultar na penhora dos bens.
Quando não existem, por exemplo, automóveis ou contas bancárias, o último recurso é a penhora da habitação, muitas vezes por valores entre os 40 e os 50 euros, segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), que admitiu que a situação tenderá a aumentar com o deteriorar do cenário económico do País.
A isso, soma-se o fim da cláusula de salvaguarda do IMI e a obrigação das autarquias de subirem para o máximo todas as taxas municipais, incluindo o IMI, caso se candidatem ao Programa de Apoio à Economia Local, o que aponta para um aumento geral do imposto em 2013.
A proposta socialista vai ao encontro das ideias que PCP e Bloco de Esquerda também já defenderam para travar a execução da hipoteca para agregados em situação de carência financeira, em que o valor dos créditos assumidos represente mais de 50 por cento dos rendimentos. O valor do imóvel também não pode ultrapassar os 175 mil euros.

Contribuintes sem salvaguarda
Até à semana passada, o aumento do IMI estava limitado ao máximo de 75 euros ou um terço da diferença entre o novo valor de IMI a pagar e o IMI que se pagava em 2011. Mas com o anúncio de novas medidas de austeridade, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, anunciou também a queda da cláusula de salvaguarda, que permitia uma subida gradual do imposto até 2015, data que o Governo estipulava para se estar a pagar o valor total da nova avaliação de que todos os imóveis vão ser alvo.

Marcelo garante que mudar o IMI é "um erro gratuito"

Marcelo Rebelo de Sousa considerou, ontem na TVI, que a mudança no Imposto Municipal sobre Imóveis "é um erro gratuito", pois indicia que o ministro das Finanças "pode querer cobrir-se" perante novos erros de previsão.
Além disso, "é um erro desnecessário": vai "criar problemas" nos tribunais, a sua aplicação "não vai ser" a que o Governo espera e, ao eliminar a cláusula de salvaguarda, "perde a face" por mudar uma norma por si aprovada e antes de entrar em vigor.

Agência de Notícias

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