Marcha Contra o Desemprego passou por Setúbal


Meio milhar integrou a marcha na capital do distrito

Cerca de meio milhar participou, na quinta-feira, nas ruas da baixa de Setúbal na Marcha Contra o Desemprego, acção que culminou, sábado, em Lisboa, numa acção concertada pela CGTP. Para dia 14 de Novembro está marcada nova greve geral e agendou uma ação de rua para dia 31 de Outubro, coincidindo com a votação na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2013.
Marcha do desemprego uniu meio milhar nas ruas de Setúbal 

A chuva também apareceu para “marchar”, na última quinta-feira. A concentração teve lugar pelas 9.30 horas de ontem, junto ao cruzamento da GNR, na avenida Jaime Cortesão, de onde os cerca de 500 manifestantes rumaram em cortejo, munidos de cartazes e voz reivindicativa, à Praça de Bocage, com passagens pela desnivelada do Quebedo e avenida 5 de Outubro.
Naturalmente, esta acção implicou o condicionamento do trânsito automóvel por parte dos agentes da PSP, situação que se prolongou por cerca de três quartos de hora. Os manifestantes, representantes de organizações sindicais, de empresas e anónimos, mostraram faixas de reivindicação contra o actual estado do país, com especial enfoque para o avolumar do número de desempregados.
E foi na Praça de Bocage, em redor da estátua do Poeta, que aconteceu a concentração e os discursos da praxe, que se prolongaram por uma hora. Também o Teatro do Elefante colocou neste espaço um conjunto de caixotes de papelão, alusivos ao movimento nacional, ainda em curso, denominado “1 por cento para a Cultura”.


 “Isto foi uma prova de solidariedade”
Diversos presidentes de juntas de Freguesia do Concelho marcaram presença na acção, envergando coletes com a referência da Marcha Contra o Desemprego. André Martins, vice-presidente da Câmara de Setúbal tomou palavra nesta sessão, começando por frisar que “lutar contra estas sucessivas políticas é um imperativo nacional”.
Por parte da MTD – Movimento dos Trabalhadores Desempregados – associação que ostentou uma faixa a exigir mais emprego, interviu Maria João, advertindo os desempregados para que “não tenham vergonha desta situação catastrófica nacional”, mas que “venham para a rua mostrar a sua indignação, face a estas políticas que estão sendo implementadas”.
Entre apelos à luta popular e músicas transmitidas pelas colunas de som, também Luís Leitão, coordenador da União dos Sindicatos de Setúbal (USS) da CGTP, lembrou que esta marcha, que começou no dia 5 no sul do país, “concretamente no concelho de Setúbal, pretende dar voz a 8.382 desempregados”, de acordo com os números registados oficialmente.
A marcha esteve longe de, apenas, dar voz aos desempregados. Presentes estiveram muita gente no activo, nomeadamente em representação da Lisnave e Lisnave Yards, mas também do sindicato dos professores, da Portucel, da função pública e administração local.
José Augusto, em nome da CGTP-Intersindical tomou a palavra nesta manifestação junto ao pedestal de Bocage para lembrar esta “onda de indignação popular” proveniente do Algarve, rotulando-a de marcha da “combatividade e da esperança”. “Isto foi uma prova de solidariedade”, reconheceu o coordenador da União dos Sindicatos de Setúbal. “Mesmo aqueles que agora mantêm o seu posto de trabalho, deram hoje uma prova de solidariedade.

Agência de Notícias 

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