Homem assassina mulher em Setúbal


34ª mulher assassinada este ano por companheiros

Até Setembro deste ano morreram 33 mulheres vítimas de violência doméstica e 31 sofreram tentativas de assassínio por parte de companheiros ou ex-companheiros, segundo dados do Observatório da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta). No domingo, mais uma mulher foi vítima de violência doméstica em Setúbal. A 34ª vítima mortal. Carmen, de 38 anos, morreu depois do marido, Álvaro Santos, de 44 anos, ter disparado a queima-roupa para a cabeça. Carmen que tinha o filho de dois anos ao colo teve morte imediata. O marido suicidou-se logo depois também a tiro de caçadeira na cabeça. A criança escapou sem ferimentos… mas marcada para o resto da vida.

Só este ano já foram mortas 34 mulheres pelos companheiros 

Face à gravidade da situação, a presidente da UMAR, Maria José Magalhães, disse na segunda-feira esperar que a criação de um modelo de classificação de risco para vítimas de violência doméstica ajude a legitimar a actuação das forças de segurança.
"Esperemos que o novo modelo, que está ser desenvolvido há algum tempo, ajude a legitimar a actuação das forças policiais. Essa avaliação de risco é um dos elementos essenciais para pensar a intervenção e o apoio que se vai sugerir quer seja a nível jurídico, psicológico ou social", disse à agência Lusa Maria José Magalhães.
Palavras ditas após mais um crime passional. Desta vez em plena cidade de Setúbal.
O crime de  domingo na rua das Galroas, não vai sair tão cedo da memória dos moradores e dos vizinhos que assistiram ao [quase] dizimar de uma família. Pela manhã, Álvaro Santos assassinara a tiro de caçadeira a companheira, Carmen, quando esta tinha o filho bebé de ambos ao colo. Depois, acabou com a própria vida, usando a mesma arma. "O crime vai ficar para sempre na nossa memória de tão horrível que é", diz quem assistiu à barbaridade.

Um crime… esperado
Carlos Xavier vive em frente à casa onde tudo aconteceu. Estava a trabalhar quando ouviu o primeiro disparo. Eram 9h05 da manhã. "Primeiro não percebi bem o que tinha sido, mas quando ouvi o segundo pensei logo que tinha havido uma tragédia", recorda.
Pela rua, ele e José Pinto, também morador, assistiram ao pânico de Alberto (irmão de Álvaro, com quem este vivia)e da companheira daquele. "Eles é que salvaram o menino pela janela. O Alberto deu o pequeno à namorada, que fugiu logo com ele rua fora".
O desespero nos olhos da mulher assustou os vizinhos, que levaram logo o pequeno Álvaro, de dois anos - tem o mesmo nome que o pai - para a casa de José Pinto. "O menino perguntou à minha filha se os pais ainda estavam a dormir". O menor está agora aos cuidados de um outro tio, afirmam as testemunhas da rua das Galgoas.  
A relação entre Álvaro e Carmen durava há três anos e foi sempre marcada pela violência verbal e física. No último domingo, ela só disse à cunhada: "Vamos embora". Foi o suficiente para Álvaro disparar para matar. Uma tragédia esperada por alguns e… inesperada para outros tantos.

Agência de Notícias 

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