Reticências da Sociedade por Ana Sofia Horta

Parabéns Avó

“Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!”
Fernando Pessoa – Álvaro de Campos


Mais um ano em que não apareceste no teu dia de anos, mas não foi por issoque foi passado em vão, e por alguma razão calhou no dia da mãe. Continuas a fazer falta, continuo a derramar lágrimas pela tua ausência, mas sinto-te em mim, sinto a tua presença. Foste Avô, Pai, a minha inspiração, o meu modelo, agora um anjo num reflexo sem poder vê-lo.
Sabes onde te espero encontrar, sabes que espero que esperes por mim, ai se as saudades falassem, se as lágrimas contidas desabafassem, há sempre tanto por dizer e espero que tenhas ouvido e que oiças tudo o que te digo todos os dias. Porque te perdi de forma injusta? Porque te perdeste no meio daquela doença?
Hoje pela segunda vez e para mais gente faço-te uma homenagem porque te amo, porque te amei e porque te amarei. “Para mim ainda vives porque te sei”
As palavras não são suficientes nunca foram durante estes 7 anos de ausência.
You are my angel!





Ana Sofia Silva Horta 
Educadora de Infância no Desemprego 
Oeiras 


O terceiro dia semana tem sempre uma reticência. O mundo pula e avança mas, à Terça-feira, Ana Sofia Horta chega ao ADN com uma história de vida ou uma estória pessoal. Uma visão muito pessoal e uma opinião muito real da sociedade. Para ler, saborear, pensar e analisar. 


Consulte todos os artigos da autora

Comentários