Reticências da Sociedade por Ana Sofia Horta


Amor

Sou viciada em amor,
viciada em paixão,
sentir asas a bater na barriga,
ficar a tremer,
enlouquecer à espera de uma sms,
de fazer a maratona na cama,
de sentir o outro corpo junto ao meu,
passar  tardes na ronha,
olhares fixados como se o tempo parasse.
Ter que dizer adeus por umas horas apenas,
e sentir já saudades de quem ainda não me despedi,
não querer vê-lo sair.
Sentir...
Sentir o corpo, o cheiro, o toque
Decorar o olhar
Decorar todas as formas do corpo,
Decorar o penteado,
Decorar o mau feitio,
Os amuos.



Passear de mão dada, ver o mar encostada e enroscada, sentir-me protegida, respeitada.
Partilhar gelados, risotas.
Ir para a praia e não querer braços em cima de mim por causa das marcas.
Inventar palavras para demonstrar o tamanho do que sinto,
Inventar nomes carinhosos que definem o meu amor.
Passar horas ao telefone até o telemóvel se desligar.
Ficar envergonhada e corada,
Sou viciada em amor..
Sou viciada em paixão,
O meu coração funciona assim,
Que saudades de por em pratica o meu vicio.
Que saudades de sentir...
Sentir que me amam verdadeiramente..
I’m the one and you, I don’t now who you are but you will be the one!



Ana Sofia Silva Horta 
Educadora de Infância no Desemprego 
Oeiras 



[Escreve todas as terças-feiras na rubrica Reticências da Sociedade]

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