Palmela é a Capital Europeia do Vinho 2012

Em nome da terra, da uva e do vinho 

O concurso visa distinguir uma cidade símbolo do desenvolvimento vitivinícola, a nível europeu e Palmela é, assim, a primeira capital europeia do vinho, numa iniciativa que terá carácter anual. Os sucessivos êxitos dos vinhos de Palmela e da região em certames nacionais e internacionais, o sucesso da experiência de parceria entre produtores, municípios e outros agentes económicos. O “pontapé de saída” ocorreu esta quarta-feira no Pavilhão do Turismo de Portugal na Bolsa de Turismo de Lisboa, na FIL, onde a autarquia de Palmela deu a conhecer ao país e ao mundo o que de melhor tem e faz.
 
Moscatel de Setúbal em destaque na BTL

“Palmela apresentou uma candidatura exigente e esforçada que, por mérito próprio, lhe valeu uma votação unânime. Este prémio é o reconhecimento desse empenho, numa área em que se impõe com uma expressão e peso cada vez maiores, fruto da qualidade dos produtos que apresenta”. O elogio partiu de Paulo Varandas, presidente da Rede Europeia das Cidades do Vinho (RECEVIN) e presidente da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), na noite em que o concelho de Palmela foi distinguido com o título “Cidade Europeia do Vinho 2012”.
Os critérios de avaliação tidos em conta para esta eleição foram, para além da condição de associado da RECEVIN, “o facto de ser apresentado um conjunto de atividades em que os critérios qualitativos e quantitativos, bem como o número de parceiros envolvidos e a sua distribuição ao longo do ano, espelhassem um projeto catalisador para o desenvolvimento da cidade a médio e longo prazo, sendo que este projeto seja uma oportunidade para o crescimento de parcerias duradouras”, explicou o responsável da RECEFIN.

Grande montra dos vinhos de Palmela 
Empresários de Palmela "espreitam" oportunidades 

Ao ADN, Ana Teresa Vicente, presidente da Câmara de Palmela, disse que a autarquia “está muito empenhada em valorizar a nossa região, os nossos vinhos e, ao mesmo tempo, contribuir para valorizar o turismo de Portugal com este produto e esta riqueza que é o vinho da região de Palmela e Península de Setúbal”. 
O objetivo do programa, explica ainda Ana Teresa Vicente, “é levar mais longe o nome dos vinhos de Palmela e da Região Vitivinícola da Península de Setúbal/ Costa Azul, contribuindo para o seu posicionamento como produtos de grande qualidade”. O vinho é assumido “enquanto vetor de desenvolvimento, não só do setor vitivinícola, mas de todo o mundo agrícola, da grande variedade de produtos caracteristicamente locais – o queijo, o pão, a fruta, a gastronomia e doçaria, o artesanato – e fator de reconhecimento e atração para Palmela e para outros produtos turísticos e culturais”. 

As iniciativas da capital europeia do vinho 

Em nome da terra, da uva e do vinho, Palmela apresenta à Europa as suas melhores tradições. O programa Cidade Europeia do Vinho inclui atividades que já fazem parte da cultura local. É o caso, entre outros, do Festival Queijo, Pão e Vinho; a Mostra de Vinhos de Marateca e Poceirão; o Festival do Moscatel; a Feira do Vinho (Festas Populares de Pinhal Novo); a Feira Comercial e Agrícola de Poceirão e, sobretudo, a Festa das Vindimas que comemoram este ano os 50 anos e que acontece, como sempre, no final de agosto e princípio de setembro.

A procura de público especializado 

Ana Teresa Vicente quer levar o vinho de Palmela ao mundo 

Mas há mais: o Fins de Semana Gastronómicos temáticos; o Concurso de Gastronomia de Palmela. Eventos de carácter técnico e científico, para públicos especializados: o Seminário Marketing do Vinho; o Seminário Inovar a oferta Enoturística; Conferências sobre Agricultura e o Mundo Rural. 
Momentos que Ana Teresa Vicente quis destacar por serem “muito importantes”. E explicou porquê. “Porque estas iniciativas visam levar públicos específicos às nossas adegas; tal como jornalistas especializados, profissionais e empresários do setor”. A presidente espera “fazer muitas iniciativas para elevar e levar mais longe o nome dos vinhos de Palmela e da Península de Setúbal”. É, como disse ainda Ana Teresa Vicente ao ADN, “uma grande ação de promoção do nosso vinho que é muito bom mas que precisa ir mais longe na Europa e no Mundo”. 
Com isso, o município de Palmela, espera mais turistas e mais visibilidade para a zona de Setúbal. E desta forma, no programa, constam ainda iniciativas de âmbito cultural, lazer e lifestyle, que convidam a desfrutar do que de melhor a região tem para oferecer. Falamos, por exemplo, da Gala Cidade Europeia do Vinho, dos cruzeiros enoturísticos na Baía dos Golfinhos; dos circuitos enoturísticos diverso, da programação “Castelos no Ar”; do projeto “A Vida de um Vinho”; da programação do FIAR Palmela e de exposições de arte pública.

Visitantes da BTL “maravilhados” com Palmela 
Iniciativa atraiu muitos turistas e empresários ao evento 


A apresentação teve lugar em Lisboa porque, explicou a presidente da Câmara, “queremos levar mais gente a Palmela e trazer os vinhos de Palmela mais longe e, por isso, temos a noção de que a Bolsa de Turismo de Lisboa [que decorre até domingo na FIL] é um grande espaço, um grande mercado e uma grande montra do turismo e Palmela tem de aproveitar todas as grandes oportunidades para mostrar Palmela e levar o nossos vinhos para Lisboa, para o país e para o mundo”. 
E quem viu e provou os vinhos de Palmela gostou e prometeu visitar. É o caso de uma jornalista britânica que “adorou o vídeo promocional de Palmela” e sobretudo “apaixonou-se pelo moscatel de Setúbal”. 
João Pires, um empresário de Braga, também por ali andava e foi provando os “petiscos” da região, ou não fosse o “néctar dos deuses” um importante trunfo de afirmação local e internacional. “Portugal é um país com futuro. Se continuarmos a apostar nas nossas tradições, a beber da nossa memória coletiva e a trabalhar em conjunto, integrando esforços, conseguiremos crescer e colocar os nossos vinhos numa rota de excelência além fronteiras”, disse o empresário ao ADN. Porque o vinho, concluía, “é um eixo estratégico onde se conjugam cultura, património, turismo, economia”. 
Elementos de uma identidade popular de que a empresária brasileira do Rio Grande do Sul, Mónica Oliveira, quer transportar para o outro lado do Atlântico. “O vinho português já é muito pedido no Brasil. E é excelente”. Esta distinção de Palmela Capital Europeia do Vinho é “uma mais-valia para o posicionamento de Portugal e Palmela no país e no mundo”. Está garantida a uma visita a Palmela? “Claro, é um investimento que quero conseguir e para isso há que visitar a região e falar com os empresários locais”. Na lista de Mónica Oliveira está a visita à Mostra de Vinhos de Fernando Pó, em maio.




Vídeo promocional Palmela Cidade Europeia do Vinho 2012



















Paulo Jorge Oliveira 

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