Em Reportagem: Tejo sem barcos a 2 de fevereiro

Transtejo e Soflusa avançam para a greve

 

Os trabalhadores da Carris e das empresas que fazem a travessia do rio Tejo, em Lisboa, decidiram esta tarde que vão participar na greve do setor dos transportes, marcada para dia 2 de fevereiro. Os trabalhadores da Soflusa e da Transtejo vão parar 3 horas por turno e, no caso das ligações Barreiro e Lisboa, a greve acontece também no dia 30 de janeiro. José Augusto Oliveira, da Comissão de Trabalhadores da Transtejo, entende que o Plano Estratégico dos Transportes é um atentado contra o serviço público e contra os direitos de quem trabalha.

Trabalhadores da Transtejo e Soflusa vão aderir à greve dos transportes 


Os trabalhadores da Transtejo, empresa responsável pelas ligações entre Seixal, Montijo, Almada e Trafaria com a capital, realizaram hoje um plenário, em Cacilhas, onde decidiram avançar com greve no dia 2 de fevereiro.
"Vamos aderir à greve no dia 2 de fevereiro no setor, três horas por turno. Ainda não decidimos mais nenhuma forma de luta pois ainda não tivemos conhecimento do que vai acontecer com as carreiras na Transtejo, ao contrário do que aconteceu na Soflusa, mas estamos atentos", disse à Lusa José Augusto da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS).
O responsável referiu que os trabalhadores estão conscientes da "ofensiva" contra os transportes públicos, mas garante que "não vão deitar a toalha ao chão".
Barcos do Barreiro param a 30 de janeiro e 2 de fevereiro
Os trabalhadores da Soflusa, a outra empresa do grupo que é responsável pelas ligações fluviais entre Barreiro e Lisboa, decidiram hoje em plenário realizar uma greve no dia 30 de janeiro, de três horas por turno nas horas de ponta.
"Os trabalhadores decidiram apoiar todas as lutas no setor dos transportes e no dia 30 de janeiro vamos avançar para uma greve de três horas por turno. Na Soflusa as tarifas vão aumentar e a oferta vai diminuir, estando previsto o corte de 49 carreiras", disse António Almeida, do Sindicato dos Fluviais.
O sindicalista disse ainda que os trabalhadores vão também aderir à greve do dia 2 de fevereiro no setor dos transportes, também em três horas por turno.
O responsável referiu ainda que serão cortadas 43 carreiras ao fim de semana e seis nos dias de semana.

Trabalhadores não "temem" luta

"Só ao fim de semana diminui 50 por cento da oferta. A última carreira passa a ser à 01h30 e não às 02h30, como acontece agora. A carreira das 06h30 será também suprimida e é muito utilizada pelas pessoas para se deslocarem para o trabalho", disse o responsável do sindicato dos Fluviais.
António Almeida referiu ainda que o ministro da Economia "faltou à palavra" quando disse que o Plano Estratégico dos Transportes iria ser conversado com os sindicatos e garantiu que os trabalhadores não temem a luta.
"Os trabalhadores não pretendem a luta mas também não a temem, ainda para mais com os postos de trabalho em risco. Só com esta redução, cinco turnos deixam de funcionar e a administração já disse que a dar-se a fusão entre a Soflusa e a Transtejo vão acontecer despedimentos", concluiu António Almeida.
As ligações entre a margem sul do Tejo e a capital estiveram esta tarde paradas para que os trabalhadores pudessem discutir as medidas a tomar em plenário. Milhares de pessoas ficaram, por isso, retidas, no cais à espera do fim dos plenários.

Paulo Jorge Oliveira 

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