Palco ADN - Smashing Pumpkins enchem Campo Pequeno

Smashing Pumpkins e a sua guitarrista morena

Com a pompa e circunstância que a história de amor, duradoura, entre os portugueses e os Smashing Pumpkins merece, o Campo Pequeno, em Lisboa, encheu duas noites seguidas para receber a banda de Billy Corgan. O músico norte-americano, único que resta da formação original, apresentou-se rodeado de músicos competentes (depois de duas loiras e uma ruiva, o músico tem agora uma baixista morena) e apresentou um espectáculo que terá agradado aos fãs que os acompanham lealmente desde o início mas que poderá ter alienado admiradores ocasionais. 


Corgan trouxe ao Campo Pequeno a sua nova guitarrista 
Pouco comunicativo - na realidade, só bem perto do final do concerto é que se dirigiu ao público - Corgan passeou-se sem grandes interrupções por duas fases bem distintas da carreira dos Pumpkins: a que abarca os três primeiros álbuns (dois dos quais, o primeiro e o segundo, voltam agora às lojas em re-edição de luxo) e a que compreende os dois últimos ( Oceania , o novo, só verá a luz do dia em 2012). A restante discografia foi praticamente ignorada (as muito aguardadas "1979" e "Disarm" ficaram, também, de fora) e apesar de o alinhamento ser coeso, houve muito poucos momentos de respiração. Os fãs, de uma faixa etária média mais elevada que a que costuma povoar os concertos rock nos dias de hoje, resistiram aos moshes ou aos empurrões que a música pedia e permaneceram impávidos e serenos durante grande parte do concerto na Praça de Toiros da capital portuguesa. 

Guitarras que tocam alto 
Público delirou com as "guitarradas" loucas 


As melodias sedutoras, entrelaçadas e estraçalhadas por guitarras portentosas e distorcidas, continuam a viver bem no imaginário criado por Corgan, mas foram as guitarras arranhadas do velhinho e suave "Starla" que primeiro levaram o público a manifestar-se. A força de "Geek U.S.A.", com a sua bateria desenfreada, manteve os ânimos em alta até que a primeira verdadeira explosão chegou: "Muzzle", tema retirado daquela que é considerada a obra-prima da banda,Mellon Collie and the Infinite Sadness , foi obviamente um dos momentos mais aplaudidos da noite. Por esta altura já nos apercebíamos de que os nossos ouvidos não iam sair intactos do Campo Pequeno, enquanto Corgan observava o público sem falar.

Um final em crescendo
Smashing Pumpkins tocaram duas noites em Lisboa 

Foi durante os quatro momentos finais do espectáculo que o público realmente acordou: "Tonight, Tonight" foi servido em modo apressado - talvez porque, como o vocalista explicaria no início do encore, a baixista estava a sofrer do mesmo mal que ele sofrera no concerto do dia anterior em Madrid: uma intoxicação alimentar - e com um gigantesco coro; "Today", já no encore e depois de Corgan assumir que a banda não costuma ir buscar o tema, levou à histeria generalizada; e "Zero" e "Bullet with Butterfly Wings" aumentaram o volume (emitido dentro e fora de palco) para níveis quase insuportáveis. 
A dose foi repetida em duas noites, 8 e 9 de Dezembro, para os que conseguiram resistir a dois dias seguidos ou para os que já não conseguiram bilhete para a primeira noite. 


Agência de Notícias 

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