Em Reportagem: O fim dos Aviocar na Base Área do Montijo

Ministro da Defesa admite vender “os velhos” Aviocar

O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, admitiu ontem que Portugal poderá vender alguns dos seus aviões Aviocar e assegurou que os cortes orçamentais não colocam em causa as missões de busca e salvamento. Em declarações aos jornalistas no final de uma visita à Base Aérea do Montijo, onde teve lugar a cerimónia de encerramento da actividade operacional da Esquadra 401, o governante disse que a venda dos Aviocar é "uma hipótese que irá ser avaliada". A Força Aérea possui ainda 22 Aviocar, mas apenas quatro estão em condições de operar. Trata-se de um fim de ciclo de vida operacional das aeronaves, que serão entregues ao Ministério da Defesa Nacional para possível venda. De resto, na cerimónia de encerramento, foram lembradas as muitas provas de profissionalismo dos militares portugueses que usaram estes aviões, nomeadamente a Esquadra 401, que tem por missão o reconhecimento aéreo.

Velhos Aviocar deixaram de voar pelos céus de Portugal 


Das muitas missões operadas, na ocasião, duas ganharam maior destaque mediático, como foram os casos do acidente da ponte de Entre os Rios, em 2001, e do naufrágio da embarcação Prestige, em 2002, que provocou uma tragédia ambiental. 
O general José Pinheiro, chefe de Estado-Maior da Força Aérea, fez questão de usar a palavra para agradecer todas as vidas que foram salvas com o meio aéreo que vai deixar de voar pelos céus de Portugal. Inicia-se um novo ciclo, com uma aeronave mais moderna, que, garantiu, irá fazer muito mais... com menos.
Viveu-se mais uma etapa da história da Força Aérea com a extinção deste avião. Muitas foram as missões operadas com sucesso, desde naufrágios, levantamentos aéro-fotográficos de vários locais. Esta é a hora do reconhecimento e do trabalho de dedicação destes militares”, disse o general José Pinheiro, garantindo que o sucesso das missões será para continuar com o C295. Refira-se que em Portugal já dispõe de 12 aeronaves C295, todas a operar na Base do Montijo. Ainda assim, existem sempre duas que estão em permanência nos Açores e Madeira.

Aviocar em livro

O evento aproveitou também para o lançamento do livro “C-212 Aviocar”. O primeiro exemplar foi assinado pelo ministro José Pedro Aguiar-Branco. Depois de mais de 170 mil horas de voo, chega ao fim o ciclo de um dos principais aviões de reconhecimento aéreo. 
É uma honra e um prazer entregar um louvor desta importância a uma esquadra que, nos últimos anos, tem sido os nossos olhos no ar, incluindo várias missões de busca, salvamento, vigilância marítima, combate à poluição, entre outras”, disse o ministro, que teve a oportunidade de entrar em muitas das aeronaves ao serviço da Força Aérea, como são os casos dos helicópteros Alouette III, EH101 e os aviões C-295M e os P-3 Orion, todos a operar na Base Aérea de Montijo, uma das mais importantes bases portuguesas.

Agência de Notícias 

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