"O Governo tem de fazer o Hospital do Seixal"
Para uma população a desesperar pela construção de um hospital, que melhor protesto do que improvisar um hospital? Em colaboração com a Cruz Vermelha Portuguesa e o Hospital Garcia de Orta, as seis freguesias do concelho do Seixal montaram um hospital de campanha na Arrentela. Não faltaram rastreios gratuitos, conselhos sobre nutricionismo e até insufláveis para as crianças.
O grupo de teatro amador ‘Desdramatizar’ animou a manhã, com uma peça sobre, claro está, a falta que faz ao concelho um hospital. Antes houve aula de aeróbica. Ninguém se queixou do frio. Nem podia. E em caso de algum problema de saúde... o hospital era logo ali. Mas afinal... era ficção. A realidade é diferente.
Governo diz estar a reavaliar novos hospitais...
Em 2009, Ana Jorge, na altura ministra da Saúde, esteve no Seixal e assinou o protocolo para a construção do equipamento. A nova unidade ficaria no Fogueteiro, custaria ao Estado cerca de 70 milhões de euros e com fim previsto para 2013. Beneficiaram da infra-estrutura os 170 mil habitantes do concelho do Seixal e os 50 mil de Sesimbra. Tudo em coordenação com o Garcia de Orta, permitindo escoar grande parte da lotação daquela unidade.
No entanto, a queda do Governo PS deixou tudo como estava. Na semana passada, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, revelou que a construção de novos hospitais está a ser reavaliada, devido à dívida do ministério. Os presidentes das autarquias de Almada, Seixal e Sesimbra pediram uma reunião com o ministro mas, segundo Alfredo Monteiro, não obtiveram resposta.
”Temos uma reunião pedida há três meses, sem qualquer resposta. O processo de reavaliação que está a ocorrer tem de ouvir o poder local e as pessoas. Existe um autismo completo”, sublinhou Monteiro
Natal dos Hospitais... a 10 de Dezembro
Cada pessoa que se juntou ao protesto recebeu uma pequena fita azul. A cor é a da cidade do Seixal. Agora passou a ser a da indignação pela falta do hospital. Centenas de fitas foram atadas a uma corda já com destino traçado.
”Senão formos recebidos pelo ministro, vamos ao ministério entregar-lhe a corda nos próximos dias. É o nosso símbolo de luta”, explicou Alfredo Monteiro.
”Queremos um hospital no concelho do Seixal” foi o grito que população mais fez ouvir. Depois da cerimónia, perto de um milhar de pessoas assistiu ao descerrar de um ‘outdoor’ a lembrar que a luta não vai acabar.
”Esta luta já significou, há alguns anos, uma petição com 75 mil assinaturas e um cordão humano à volta da baía. O concelho do Seixal tem 50 mil pessoas sem médico de família. A situação de saúde é dramática. Vamos lutar até que esta prioridade seja uma realidade”, concluiu o presidente da Câmara do Seixal.
A manhã do dia 7 de Novembro foi de indignação no Seixal. A população protestou contra a falta da construção de um hospital no concelho. As queixas começaram há dez anos e, avisam os populares e o poder local, não vão parar até à infra-estrutura ser uma realidade. Até agora, por parte do Governo da nação, não há respostas claras. O Hospital está aprovado para abrir portas em 2013. Porém, as obras ainda nem começaram...
![]() |
Luta pela construção de Hospital já leva 10 anos |
Para uma população a desesperar pela construção de um hospital, que melhor protesto do que improvisar um hospital? Em colaboração com a Cruz Vermelha Portuguesa e o Hospital Garcia de Orta, as seis freguesias do concelho do Seixal montaram um hospital de campanha na Arrentela. Não faltaram rastreios gratuitos, conselhos sobre nutricionismo e até insufláveis para as crianças.
O grupo de teatro amador ‘Desdramatizar’ animou a manhã, com uma peça sobre, claro está, a falta que faz ao concelho um hospital. Antes houve aula de aeróbica. Ninguém se queixou do frio. Nem podia. E em caso de algum problema de saúde... o hospital era logo ali. Mas afinal... era ficção. A realidade é diferente.
Alfredo Monteiro, presidente da Câmara do Seixal, foi um dos mentores do protesto. A luta dura há uma década, quando um estudo realizado pela Administração de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo concluiu que faltava mais uma unidade hospitalar na Margem Sul do Tejo, apenas servida pelo Hospital Garcia de Orta e pelo do Barreiro. O Hospital S. Bernardo, em Setúbal e o Hospital do Montijo – que entretanto já encerrou as urgências aumentado ainda mais a falta de respostas de saúde no distrito – servem as populações do concelhos de Setúbal, Palmela, Montijo e Acolchete.
A situação é “dramática”, diz o presidente da autarquia do Seixal. “É um processo com mais de uma década. Esta é a pior situação de saúde a nível hospitalar do País. O Hospital Garcia de Orta foi construído para 150 mil habitantes e hoje serve 400 mil. Não pode responder”, concluiu Alfredo Monteiro.
Governo diz estar a reavaliar novos hospitais...
![]() |
Hospital Garcia d'Horta, em Almada está "lotado", dizem os autarcas |
Em 2009, Ana Jorge, na altura ministra da Saúde, esteve no Seixal e assinou o protocolo para a construção do equipamento. A nova unidade ficaria no Fogueteiro, custaria ao Estado cerca de 70 milhões de euros e com fim previsto para 2013. Beneficiaram da infra-estrutura os 170 mil habitantes do concelho do Seixal e os 50 mil de Sesimbra. Tudo em coordenação com o Garcia de Orta, permitindo escoar grande parte da lotação daquela unidade.
No entanto, a queda do Governo PS deixou tudo como estava. Na semana passada, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, revelou que a construção de novos hospitais está a ser reavaliada, devido à dívida do ministério. Os presidentes das autarquias de Almada, Seixal e Sesimbra pediram uma reunião com o ministro mas, segundo Alfredo Monteiro, não obtiveram resposta.
”Temos uma reunião pedida há três meses, sem qualquer resposta. O processo de reavaliação que está a ocorrer tem de ouvir o poder local e as pessoas. Existe um autismo completo”, sublinhou Monteiro
Natal dos Hospitais... a 10 de Dezembro
![]() |
População volta à luta a 10 de Dezembro |
Cada pessoa que se juntou ao protesto recebeu uma pequena fita azul. A cor é a da cidade do Seixal. Agora passou a ser a da indignação pela falta do hospital. Centenas de fitas foram atadas a uma corda já com destino traçado.
”Senão formos recebidos pelo ministro, vamos ao ministério entregar-lhe a corda nos próximos dias. É o nosso símbolo de luta”, explicou Alfredo Monteiro.
”Queremos um hospital no concelho do Seixal” foi o grito que população mais fez ouvir. Depois da cerimónia, perto de um milhar de pessoas assistiu ao descerrar de um ‘outdoor’ a lembrar que a luta não vai acabar.
”Esta luta já significou, há alguns anos, uma petição com 75 mil assinaturas e um cordão humano à volta da baía. O concelho do Seixal tem 50 mil pessoas sem médico de família. A situação de saúde é dramática. Vamos lutar até que esta prioridade seja uma realidade”, concluiu o presidente da Câmara do Seixal.
José Sales, da Comissão de Utentes, idealizou o protesto deste domingo e já pensa em próximas manifestações. “Hoje queríamos lembrar um pequeno hospital. No dia 10 de Dezembro, vamos organizar um Natal dos Hospitais, em Corroios”. A luta, prometem todos, não acaba!
Comentários
Enviar um comentário