Quinta do Conde quer Escola Secundária

Petição pela escola secundária entregue na Assembleia da República

Uma delegação composta pelo presidente da Junta de Freguesia da Quinta do Conde, Vítor Antunes, em representação do município, e pelas associações de Pais da Escola Básica Integrada da Quinta do Conde, da Escola Michel Giacometti e do Agrupamento de Escolas da Boa Água, entregou no início de Novembro, na Presidência da Assembleia da República, uma petição com seis mil assinaturas, pela construção da escola secundária na Quinta do Conde. O presidente da Junta de Freguesia da Quinta do Conde refere que “esta freguesia é uma das jovens do distrito de Setúbal” e que “diariamente são obrigados a sair perto de mil alunos para frequentarem estabelecimentos de ensino secundário nos concelhos limítrofes”. Autarcas e população já reivindicam construção de uma escola secundária desde os anos 90 do século passado.
Comunidade escolar  entregou petição no Parlamento 

O documento foi acompanhado de um ofício, dirigido ao presidente da Assembleia da República, que solicita prioridade no tratamento do assunto, e no qual estão expressas as preocupações da comunidade com a falta de uma escola secundária na freguesia, que tem motivado a saída de muitos estudantes para escolas de outros concelhos, o que, para além de ter reflexos no rendimento escolar, representa encargos acrescidos para as famílias e autarquia.
Após a entrega da petição, a delegação de Sesimbra foi recebida por representantes de todos os grupos parlamentares.
Este processo da petição começou em Fevereiro deste ano quando os pais e encarregados de educação da freguesia da Quinta do Conde, concelho de Sesimbra, reuniram com autarcas locais, com os representantes dos partidos políticos e com os diretores das escolas da freguesia para “debater estratégias para reivindicar a construção de uma escola secundária na Quinta do Conde”. 
A presidente da associação de pais da Escola Básica Integrada da Quinta do Conde disse na altura que uma das primeiras medidas que pretendem tomar é sensibilizar os pais e encarregados de educação e as entidades competentes para “assinarem uma petição”, onde “explicam a necessidade da construção de uma escola secundária na Quinta do Conde”. Ana Oliveira refere que para que este assunto seja “debatido na Assembleia da República é necessário recolherem no mínimo mais de quatro mil assinaturas”.
A também encarregada de educação revela que após a reunião “vão enviar uma acta para o Ministério da Educação e Ciência (MEC)” a informar o que foi debatido e que medidas pretendem tomar. Ana Oliveira considera que este é um “trabalho contínuo”, mas que “não vão desistir até que o MEC dê parecer positivo para a construção da escola secundária”.
A presidente da associação de pais da Escola Básica Integrada da Quinta do Conde entende que a construção da escola secundária traz “benefícios sociais e económicos”, uma vez que vai “criar postos de trabalho diretos e indiretos” e os alunos ao ficarem“mais perto de casa”, os pais e os encarregados de educação podem ter um “maior controle” sobre os mesmos, bem como “vai diminuir os custos com o transporte e alimentação”. Ana Oliveira ambiciona que este novo estabelecimento de ensino tenha “mais áreas de opção”, assim como “a vertente técnico profissional que cria oportunidades de emprego”.

Junta de Freguesia reivindica escola desde os anos 90 
Já o presidente da Junta de Freguesia da Quinta do Conde refere que “esta freguesia é uma das jovens do distrito de Setúbal” e que “diariamente são obrigados a sair perto de mil alunos para frequentarem estabelecimentos de ensino secundário nos concelhos limítrofes”.
O autarca lembra que esta é uma “reivindicação antiga”, pois desde os “anos 90 que reclamam a construção de uma escola secundária”, para servir as “freguesias da Quinta do Conde, São Simão e São Lourenço (no concelho de Setúbal)”, tendo mesmo a câmara de Sesimbra já “cedido um terreno” para a construção desta infra estrutura. Vítor Antunes recorda que a freguesia da Quinta do Conde “não tem uma escola secundária construída de raiz”, mas sim uma “escola do 2º e 3º ciclo que foi adaptada” e tem “algumas turmas do secundário”.
O presidente da junta de freguesia reconhece que a construção de um estabelecimento de ensino secundário“melhora a qualidade de vida das famílias” e vem “reparar uma injustiça” para os alunos e as suas famílias, que têm feito “esforços de vários níveis”, visto que “o ensino obrigatório é até ao 12º ano” e o “ministério da Educação deve criar condições” para que possam frequentar esse mesmo ensino.

Câmara de Sesimbra quer mais investimento a nível do ensino secundário 
Na última década a Câmara de Sesimbra realizou um forte investimento na educação, fazendo do concelho um exemplo a ter em conta nesta área. Atualmente, "o município tem um parque escolar consolidado ao nível do pré-escolar e 1.º ciclo, serviço de refeições em todas as escolas, presta apoios essenciais às famílias e dinamiza um conjunto de projetos que complementam o ensino na sala de aula", refere a autarquia.
Mas se os níveis de ensino da responsabilidade da autarquia apresentam indicadores muito positivos, o mesmo não acontece com o 2.º, 3.º ciclo e secundário, da responsabilidade do Ministério da Educação. "O caso mais grave é, sem dúvida, a falta de mais uma escola secundária na Quinta do Conde, o que obriga muitas crianças a terem que recorrer a outros concelhos para prosseguir os estudos", refere a Câmara de Sesimbra.
"Para além deste caso, há escolas que precisam urgentemente de obras de ampliação para continuarem a funcionar com todas as condições. Estão nesta situação a Navegador Rodrigues Soromenho e a Secundária de Sampaio", sublinha a autarquia.
Estes e outros assuntos  foram debatidos em reunião temática descentralizada, no passado sábado, que faz parte de um conjunto de iniciativas que a Assembleia Municipal dinamiza com o objetivo de aproximar os órgãos autárquicos da população e aumentar a participação cívica na vida do concelho.


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