Animais, dizem os moradores deixam relvados rasgados, lixo espalhado e o medo de poderem causar acidentes
Setúbal vive dias de tensão entre o betão e a natureza. Os javalis têm descido da serra da Arrábida para o centro urbano, surpreendendo peões, condicionando o trânsito e deixando um rasto de danos. Apesar de não ser um fenómeno novo, a intensidade dos avistamentos em 2025 está a causar maior inquietação.![]() |
Javalis surpreendem transeuntes nas ruas de Setúbal |
O que antes era uma curiosidade pontual tornou-se uma presença regular em algumas zonas urbanas da cidade. Já não é raro ver javalis a "passear" pelas ruas de Setúbal. Nesta altura do ano, estes animais deixam os seus habitats na serra da Arrábida e aventuram-se por zonas urbanas, em plena convivência com transeuntes e automóveis.
Embora o fenómeno não seja novo, este ano os avistamentos têm sido mais frequentes e impactantes. As redes sociais enchem-se de vídeos e fotografias que mostram os animais em áreas residenciais e comerciais, gerando surpresa - e preocupação - entre os setubalenses.
As consequências da passagem dos javalis estão à vista: jardins públicos e relvados danificados, contentores tombados e lixo espalhado pelas ruas. Os residentes temem não só pelos prejuízos materiais, mas também pelo risco de acidentes rodoviários ou interações perigosas.
"O aumento dos avistamentos é expectável", diz ICNF
Em declarações à Antena 1, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) garantiu que a população de javalis na região se mantém estável, apesar dos números impressionarem.
“O aumento de avistamentos de javalis em áreas urbanas, nesta altura do ano, é expectável e não decorre necessariamente de um crescimento descontrolado da população ou da escassez de água e alimento nas zonas habituais de presença da espécie”, explicou o ICNF à rádio pública portuguesa.
Segundo o Instituto, este comportamento está relacionado com uma fase natural do ciclo de vida da espécie. “Está muitas vezes associado ao período pós-nascimento, fase em que os animais exploram novos territórios, tornando-se mais visíveis para as populações humanas”.
“O aumento de avistamentos de javalis em áreas urbanas, nesta altura do ano, é expectável e não decorre necessariamente de um crescimento descontrolado da população ou da escassez de água e alimento nas zonas habituais de presença da espécie”, explicou o ICNF à rádio pública portuguesa.
Segundo o Instituto, este comportamento está relacionado com uma fase natural do ciclo de vida da espécie. “Está muitas vezes associado ao período pós-nascimento, fase em que os animais exploram novos territórios, tornando-se mais visíveis para as populações humanas”.
Mais de duas mil javalis abatidos desde 2021
Só no Parque Natural da Arrábida e áreas limítrofes, são abatidos anualmente entre 400 e 600 javalis, um número que se mantém constante nos últimos anos. Desde o início de 2025, o ICNF já autorizou 53 ações de correção de densidade, o que corresponde à emissão de 499 selos de abate.
No entanto, não existem dados absolutos sobre o número total de javalis. “Trabalha-se com base em estimativas”, revelou a entidade.
Só no Parque Natural da Arrábida e áreas limítrofes, são abatidos anualmente entre 400 e 600 javalis, um número que se mantém constante nos últimos anos. Desde o início de 2025, o ICNF já autorizou 53 ações de correção de densidade, o que corresponde à emissão de 499 selos de abate.
No entanto, não existem dados absolutos sobre o número total de javalis. “Trabalha-se com base em estimativas”, revelou a entidade.
Abates em cidade? "Não é da competência do ICNF"
Apesar dos impactos urbanos, o ICNF sublinha que não tem autoridade para ordenar abates em zonas residenciais ou urbanas. “Não tem competência para autorizar o abate de javalis em áreas urbanas, por estarem em causa questões de segurança pública”, sublinha o instituto.
A responsabilidade, nesses casos, recai sobre as forças de segurança, nomeadamente a PSP e a GNR, através do SEPNA – Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente.
Apesar dos impactos urbanos, o ICNF sublinha que não tem autoridade para ordenar abates em zonas residenciais ou urbanas. “Não tem competência para autorizar o abate de javalis em áreas urbanas, por estarem em causa questões de segurança pública”, sublinha o instituto.
A responsabilidade, nesses casos, recai sobre as forças de segurança, nomeadamente a PSP e a GNR, através do SEPNA – Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente.
Agência de Notícias
Fotografia: Facebook/DR
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