Mercado do Vinho no Campo Pequeno, em Lisboa


Produtores de vinho apresentam até domingo marcas nacionais no Mercado do Campo Pequeno


A primeira edição do Mercado de Vinhos promovido na arena do Campo Pequeno arrancou ontem de manhã e durará até domingo, numa iniciativa que reúne 110 pequenos e médios produtores para apresentar marcas nacionais mas menos conhecidas.

Produtores nacionais mostram vinhos no Campo Pequeno 

"Temos aqui 110 pequenos e médios produtores nacionais. O objetivo é trazer à capital casos de sucesso que, por serem estruturas pequenas, têm uma dificuldade enorme em se darem a conhecer ao grande público", disse ontem à agência Lusa Filipe Frazão, diretor de marketing do Campo Pequeno, antecipando uma afluência global na ordem das 40 mil pessoas.
Em tempos de crise, a entrada livre convida os interessados a conhecerem vinhos que não se encontram facilmente nas grandes superfícies de distribuição e que primam pela qualidade e inovação.
"Selecionámos aqueles que entendemos que são dos melhores que existem em Portugal, para que os portugueses não só se habituem a comprar coisas portuguesas, mas que tenham acesso a produtos que não se encontram nos supermercados", realçou Filipe Frazão.
Do lado dos expositores, a iniciativa é elogiada porque, além de dar alguma projeção a marcas menos conhecidas do público, permite fazer negócio.
"Para nós é importante participar, até porque somos uma firma recente, com apenas dois anos, e o que interessa é dar a conhecer, e a provar, os nossos vinhos", frisou Rui Pedro, da Herdade da Madeira Velha, em Évoramonte, que tem como ponto de diferenciação o primeiro vinho tinto sem álcool do mercado português.
"É uma inovação e acredito que é um segmento que pode vir a crescer", considerou, explicando que, em Portugal, já havia um vinho branco e um rosé sem álcool, mas ainda não existia um tinto sem álcool.

Um vinho chamado Subsídio
Já Thomaz de Lima Mayer, da Quinta de São Sebastião, em Monforte, mostrou com orgulho o seu vinho de marca Subsídio, brincando com a difícil conjuntura económica do país.
"Tem que se encontrar um nome que as pessoas não se esqueçam. Acho que o Subsídio, numa altura destas, é um nome que as pessoas se lembram. Até no rótulo brincamos com o nome, dizendo que este Subsídio não vem de Bruxelas. É genuíno e vem do Alentejo", assinalou.
Brincadeiras à parte, o engenheiro admitiu que a situação do país é preocupante e tem levado a uma queda da procura interna, pelo que a exportação para países como Angola, Brasil e China "tem resolvido os problemas", havendo "uma grande recetividade" pelos vinhos portugueses.
No 'stand' da Quinta da Bica (Seia), Madalena Sacadura Botte é a representante de um negócio familiar com muitos séculos, que tem como curiosidade ser comandado só por mulheres.
"Estamos com muito sucesso, quer a nível nacional, quer em termos internacionais, com as exportações para os Estados Unidos, Polónia ou Suíça a representarem já 70 por cento da produção", salientou a responsável comercial de uma quinta que está desde o ano de 1650 na mesma família.

Outros produtos associados
Os melhores vinhos nacionais até domingo, em Lisboa 

E se, como se costuma dizer, o vinho alimenta a alma, a verdade é que o corpo também precisa de alimento, pelo que neste mercado também se encontram alguns produtores de queijos e enchidos, e mesmo chocolates e doces variados, ideais para acompanharem a degustação de um copo de vinho.
"Trouxemos o fumeiro de Mirandela, mel de Pedras Salgadas, queijos de Vila Verde de Braga e licores de Soutelo do Douro", revelou Ricardo Garcia, cuja banca estava particularmente concorrida.
"Neste tipo de certames é muito mais fácil divulgar os nossos produtos e, ao mesmo tempo, vender. E ganhamos outro tipo de clientes, enquanto nas grandes superfícies não há um contacto tão próximo com os clientes, logo, não os estamos a fidelizar", argumentou. 

Agência de Notícias 

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