Crise afunda Tortas de Azeitão


Empresa despediu mais de metade dos funcionários

A crise instalou-se nas empresas portuguesas e nem as tradicionais tortas de Azeitão estão a resistir ao embate. A fábrica de bolos tradicionais, no concelho de Setúbal, despediu mais de metade dos funcionários no último ano e estima prejuízos de um milhão de euros. O fundador aposta tudo agora no mercado angolano de onde pode vir a “salvação”.

Vendas caíram 50 por cento e empresa tem de se reestruturar 

"A pior coisa que um empresário pode fazer é adiar os problemas". É desta forma que António Martins justifica a reestruturação da Fábrica de Tortas Azeitonenses, em Setúbal, que implicou o despedimento de quase metade dos empregados.
Assumindo que a sua empresa começou a sofrer com o início da crise em 2009, reflectindo-se numa quebra de 50 por cento nas vendas, António Martins explica que a solução foi reduzir a despesa com o pessoal.
"Éramos 40 e tal, hoje somos 16", conta o fundador da empresa, esclarecendo que as pessoas foram saindo e que nada lhes deve, embora o pagamento tenha sido feito em prestações, dada a situação difícil da empresa.

Exportação para Angola pode recuperar empresa
"Houve todo um critério e cuidado, não despedimos de qualquer maneira", insiste António Martins, que explica que até os credores, sobretudo a banca, acreditaram na recuperação da empresa.
"As tortas não são um bem de primeira necessidade e as pessoas hoje pensam duas vezes quando têm de gastar 5 ou 10 euros", frisa o fundador da fábrica de tortas de Azeitão.
Com uma faturação de menos 530 mil euros em 2011, face ao ano anterior, contra dois milhões de euros em 2009, a empresa olha para a exportação como uma das vias para a recuperação. A exportação é a última esperança da fábrica, que está a escoar produtos para Espanha, França e Itália e vai começar a chegar a Angola. "Mas o processo é longo, porque esses países também estão a valorizar os seus próprios produtos". Angola é, assim, uma das grandes apostas das Tortas de Azeitão. “É para este mercado que conta produzir tortas, por encomenda de uma outra empresa portuguesa que trabalha com aquele mercado, a Eurofrozen”, diz o responsável.
"Acredito que vamos recuperar", declara o fundador da empresa de doçaria que nasceu em Pinhel, Distrito da Guarda, e desde sempre esteve ligado à doçaria porque nasceu no seio de uma família ligada à pastelaria. Com ele na fábrica das tortas tem já a trabalhar filha e genro.

Agência de Notícias

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