Vodafone MexeFest

Avenida da música

O nome mudou, mas o conceito manteve-se. Depois de quatro anos de Super Bock em Stock, a primeira noite do Vodafone MexeFest voltou a dar nova vida à periferia da Avenida da Liberdade com mais de uma vintena de concertos em dez salas de espectáculos lisboetas. Quem assistiu gostou e quer repetir esta noite. 
Luísa  Sobral cantou na igreja 

O sobe e desce constante, em passo mais ou menos apressado para não perder “aquele concerto”, ajudou a aquecer os corpos nesta fria noite de Dezembro. Quem não quis gastar a sola aos sapatos pôde usar as carrinhas, que fizeram os trajectos entre as várias salas, ou até mesmo os dois autocarros apinhados de gente e de música com os Salto e os Farra Fanfarra.
A Igreja de S. Luís dos Franceses, situada na Rua das Portas de Santo Antão, bem ao lado do Coliseu dos Recreios, parecia um bom ponto de partida para a longa maratona musical que nos esperava, mas houve quem tivesse de escutar Luísa Sobral cantar “Not There Yet” desde a rua.

Pearson, o cantador de histórias 

Pearson trouxe histórias cantadas

A lotação da inusitada sala de concertos estava esgotada quando passavam apenas 10 minutos das 20h45, a hora marcada para o início da actuação. A alternativa? Espreitar os Asterisco Cardinal Bomba Caveira à Sala 2 do Cinema São Jorge. Uma dose entusiasmante de energia rock e quatro miúdos com vontade de dar tudo em palco.
Às 21h30, descida meia avenida e antes de chegarmos ao coliseu, uma visita à entrada para a Sociedade de Geografia de Lisboa, outro espaço que habitualmente não recebe concertos, mas que vale a pena os três andares de escadas subidos.
Na sala centenária, de escadarias e varandins de ferro e cortinas vermelhas, as atenções estavam postas na mui barbuda personagem de Josh T. Pearson, um cantador de histórias de melodias sofridas a cada nota e a cada verso. Temas, como “Sweetheart I Ain't Your Christ”, feitos para escutar em silêncio - em oposição ao que acontecia não muito longe dali, na Casa do Alentejo.
Com o corpo a pedir uns minutos de descanso houve quem não parasse para ver A Banda Mais Bonita da Cidade. A banda brasileira estava à espera para um dos concertos mais emocionantes da noite. A vocalista estava emocionada por rever a família e amigos que vive em Portugal e todo o concerto foi marcado por uma energia doce e enternecedora.

Bebe, a provocadora 

Entrando pelo número 58 da Rua das Portas de Santo Antão, no exótico pátio neo-árabe, havia quem, com mais algumas décadas do que os festivaleiros, preferisse passar a noite de olhos postos na “bola” que passava na TV para ver a queda do Benfica, no Funchal, enquanto que, no piso superior, Eleanor Friedberger e a sua banda testavam a resistência sonora da velhinha sala de banquetes.
Garra pareceu não faltar também à espanhola Bebe na Sala 1 do São Jorge. Pop rock com salero pareceu-nos bem suficiente para animar o público com canções como “Malo” ou “Ska de la Tierra”, esta última com a participação do pai da cantora. E os enormes tacões dos sapatos e a curta minissaia de Bebe ajudaram a dar nas vistas. “As canções também saltam dos corpos bonitos”, dizia um espectador atento.

Música no Cabaret

Eleanor Friedberger, uma das revelações da noite 

Na primeira visita ao Teatro Tivoli, e atravessada a ponte montada especialmente para o MexeFest, ainda se vou os  Handsome Furs, pelas 22h20, ainda em fase de aquecimento, mas já com toda a plateia de pé. Dan Boeckner e Alexei Perry trouxeram na bagagem o novo álbum, “Sound Kapital”.
Às 23h00, o Cabaret Maxime reabriu as portas depois de quase um ano sem ver vivalma. A festa foi em grande com a energia do hip hop (feito de saudáveis misturas) dos Macacos do Chinês. “Rolling na Reboleira”, “Lázaro” e “Babilónia” foram pontos altos, de acordo com o público.





Um Metro de... Paus 
1ª noite acabou com música  no Metro 


Finish Line e Atlas levaram a uma enchente na Sala 1 do São Jorge com os Fanfarlo já bem perto da meia-noite, concerto que concorreu directamente com o dos canadianos Junior Boys no Tivoli, que também esteve cheio de público. E acompanhando mais uma onda de multidão, regressámos novamente ao Maxime, agora com uns Spank Rock, liderados pelo rapper Naeem Juwan, que “deitaram a casa abaixo”.
A partir da 1 da madrugada, o destino foi a estação de metro dos Restauradores. A bateria siamesa e o baixo e os teclados carregados de efeitos dos Paus ouviam-se na rua, onde várias dezenas de pessoas esperavam a sua vez para descer.
Lá em baixo, o som até estava bem definido, mas, banda nem vê-la - pelo menos para quem não conseguiu um lugar perto do improvisado palco. Valeu pela energia, a boa disposição de Quim e Hélio e rajadas rítmicas como “Deixa-me Ser” e “Pelo Pulso”.
E já acabou? Não, hoje há mais para ver...
Consulte o programa:

3 de Dezembro

Restaurante Terraço do Hotel Tivoli
- Foxes In Fiction (22h00 - 22h45)
- Beat Connection (23h15 - 00h00)

Cinema São Jorge - Sala 1
- Oh Land (22h20 - 23h10)
- Toro y Moi (00h15 - 01h30)

Cinema São Jorge - Sala 2
- EMA (21h30 - 22h15)
- Aquaparque (23h15 - 00h00)

Teatro Tivoli
- Dead Combo (21h45 - 23h00)
- James Blake (23h30 - 00h30)

Cabaret Maxime
- When Saints Go Machine (23h00 - 23h50)
- Lindstrom (00h40 - 02h00)

Sala SBSR - Estação de Metro dos Restauradores
- doismileoito (21h30 - 22h20)
- Blood Red Shoes (00h45 - 02h00)

Casa do Alentejo
- Algodão (22h15 - 23h05)
- WE TRUST (00h00 - 01h00)

Sociedade de Geografia de Lisboa
- Filho da Mãe (20h40 - 21h25)

Igreja de São Luís dos Franceses
- Coro Africano (20h30 - 21h15)
- Old Jerusalem (21h20 - 22h10)

Vodafone Bus
- Salto

- Farra Fanfarra

Agência de Notícias 

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