Biblioteca de Pinhal Novo expõe presépios

Almerindo Silva expõe presépios no Pinhal Novo

“Enquanto houver artesãos, esta arte há-de ser para toda a vida”, diz-nos o Almerindo Silva que, desde o Natal de 2010, reinventa presépios únicos, usando telhas e cabaças. Um trabalho precioso feito por um homem auto-didacta que se inspira no momento da criação e que se recusa a produzir duas peças iguais. A Câmara de Palmela apoia a exposição de presépios, da autoria de Almerindo Silva, que está patente ao público na Biblioteca Municipal de Pinhal Novo até 31 de Dezembro. Trata-se de um conjunto de trinta presépios trabalhados em madeira e cabaças. 


Almerindo Silva a trabalhar 


Reformado há mais de dez anos, Almerindo nunca gostou de estar parado. “No princípio, entretive-me com uma horta. Hoje planto tudo o que a terra me queira dar”, conta. A arte artesã surgiu depois, muito devido ao incentivo da mulher Francisca que sempre soube do seu jeito e fascínio pelo artesanato de rua. “Comecei por fazer umas telhas que se venderam em menos de nada”, diz. Mais tarde, voltou-se para as cabaças que ele próprio cultiva e só depois começou a trabalhar presépios utilizando cabaças, gesso, madeira e telhas.
Em pouco tempo, vizinhos e amigos aperceberam-se do valor das suas peças e incentivaram-no a expor os seus trabalhos. Determinado, Almerindo Silva enviou uma carta ao departamento de Bibliotecas da Câmara Municipal de Palmela pedindo autorização para expor o seu trabalho na Biblioteca de Pinhal Novo. Há um ano não foi autorizado a fazer. Este ano, as portas da Biblioteca abriram-se e o artesão de presépios de Pinhal Novo pode mostrar o seu trabalho, até 31 de Dezembro.
Almerindo define a sua arte como o prazer de inventar, “o facto de ter de puxar pelo raciocínio, ainda para mais aos 70 anos. É um exercício de memória”. E hoje os seus dias são passados na garagem a ouvir a rádio sintonizada no canal de fado. “Passo horas aqui sozinho e sinto um prazer enorme”, comentou o ano passado em entrevista ao jornal Novo Impacto, no Natal do ano passado. 
          


O percurso de Almerindo
Colecção de presépios pode ser vista até 31 de Dezembro 

Natural de Santarém, Almerindo Silva vive em Pinhal Novo desde 2000. Actualmente reformado e com 70 anos, o seu trabalho é o exemplo perfeito de que o espírito criativo não tem idade. Começou o seu trabalho de artesão com peças a partir de telha, mas depressa percebeu que não era o material indicado para a sua imaginação, por ser demasiado limitativo. Surgiu, então, a ideia de trabalhar com cabaças, material mais criativo e fácil de manusear. A incursão nos presépios em cabaças surgiu há dois anos e desde aí o trabalho tem crescido. A miniatura sempre o fascinou e, com este trabalho de minúcia, já concorreu ao Concurso Nacional de Artes Decorativas, realizado pela Editorial Nascimento, tendo recebido uma menção honrosa. Recebeu, igualmente, o Primeiro Prémio no Concurso Artes Decorativas de Natal 2011, promovido pela revista da especialidade “Faça Fácil”.
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