Criticas Soltas - by Joana Teófilo Oliveira

Há justiça em Portugal?


A justiça portuguesa é como aqueles miúdos que vão para a escola de calções e suspensórios, sapatos de verniz, laçarote e espalham aos quatro ventos que detestam jogar à bola. Que amam o Darwin  e o Eurico, o Presbítero e não sei quê mais... Depois chegam a casa a chorar porque passaram o dia “mal". Estavam à espera de quê? De ser o delegado de turma? O miúdo cool? Não. Claro que não. A justiça portuguesa é o puto ranhoso a cheirar a mofo e bolas de naftalina. O desgraçado que sofre o maior número de barrelas anuais de toda a turma D. As virilhas da justiça portuguesa são as melhores amigas do creme gordo.
Pouco me interessa se o senhor Isaltino foi preso e não devia ter sido. Para dizer a verdade estou-me a marimbar para o senhor Isaltino. Se a douta e informada população de Oeiras gosta e até vota para manter um presidente de Câmara que foi condenado a uma pena de prisão efectiva de 7 anos! (reduzida para 2 anos após recurso) eles que o gramem. Felizmente vivo em Palmela e, por cá que eu saiba, os nossos autarcas são sérios e cumpridores.
Para ser sincera, é-me igual. Aliás, neste país e relativamente a quase tudo gostamos de apontar o dedo e dizer mal das escolhas dos outros. O que realmente importa é constatar que a justiça portuguesa é uma rebaldeira. Ninguém se entende. Ninguém se preocupa. Um tribunal chuta para o outro. E a imagem que passa para o cidadão comum é a de uma lixeira a céu aberto com o respectivo cheiro a condizer. Ouço alguns advogados a apelidarem de ignorantes quem acha que este caso, como tantos outros, é uma aberração -"coitados não sabem o que dizem". E cumulo dos comulos, ainda se processa a “coitada” da juíza!
Mas a verdade é que este caso não é de agora e sim relativo a 2005. E quase sete anos volvidos ainda andam nesta fantochada. Pergunto: Está tudo à espera de quê? Que prescrevam os crimes? É impressão minha ou ninguém parece verdadeiramente interessado em resolver este caso atempadamente? E porquê?
"Os crimes pelos quais Isaltino Morais foi condenado, numa sentença ainda dependente de um recurso para o Tribunal Constitucional, poderão prescrever em 2012", li à dias no Público.
2012? Isto diz tudo não é!




Joana Teófilo Oliveira
Estudante de Ciências da Educação

Quinta do Anjo


(Escreve todas as segundas-feiras na rubrica Criticas Soltas) 


 

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