Coluna da Psicologia por Cristina Rodrigues



Ansiedade Normal VS Ansiedade Patológica

Os transtornos de ansiedade são bastante frequentes. Estima-se que quase 25 por cento da população são afetados por um transtorno de ansiedade durante a vida (Kessler et al 1994., apud Gauthier, 1999). A ansiedade é uma emoção normal, experimentada por todos e exerce uma função importante, que é proteger o organismo de uma ameaça ou perigo.







Quando ocorre de maneira aguda, em um curto espaço de tempo, é caraterizada como reação de luta ou fuga e envolve uma serie de sensações físicas, como: taquicardia, sudorese, visão embaciada, formigueiro, entre outras (Brown, O´Leary e Barlow, 1999). Em outros momentos, a ansiedade pode ser difusa e orientada para o futuro e envolver sensações físicas como: tensão muscular, sintomas gastrointestinais, sudorese, etc. (Clark, 1997). Apesar de envolver sintomas nem sempre agradáveis, a ansiedade é adaptativa, podendo ser bastante benéfica em determinadas ocasiões, preparando-nos para futuros problemas, ajudando-nos a contorna-los e muitas vezes melhorando o nosso desempenho.
Entretanto, quando a intensidade ou duração da ansiedade é desproporcional á situação temida e passa a causar prejuízos na vida do individuo, esta passa a ser considerada inadequada. Alguns estímulos tornam-se aversivos ao sujeito e este passa a esquivar-se dos mesmos, ou a suporta-los com grande sofrimento. Quando isto ocorre, a pessoa preocupa-se em ficar exposta a eles no futuro, deixando o seu humor irritável e, dependendo da gravidade, podendo ate ajuda-la a ficar deprimida. A ansiedade inadequada pode ser caracterizada de diversas formas, como por exemplo: fobia específica, medo de um determinado estimulo (animais, altura, sangue, etc.), fobia social, (medo de ser avaliado negativamente pelas outras pessoas), transtorno de pânico (medo das sensações físicas de ansiedade) entre outros.
Grande parte dos casos é tratado por clínicos gerais, isto ocorre, porque, devido ao número elevado de sintomas físicos, os pacientes não admitem estar padecendo de um transtorno mental (Shinohara e Nardi, 2001). Gould, Saffren, Washington e Otto (2004), concluíram com a sua pesquisa, que o tratamento combinado (técnicas cognitivas, treino em relaxamento, procedimentos de exposição, fármacos) parece ter um efeito levemente maior do que o uso dos seus componentes separadamente. A Terapia Cognitivo Comportamental estabelece-se como oferecendo os melhores resultados (Borkovec e Ruscio, 2001; DeRubeis e Crits-Christoph, 1998; Borkovec, Abel e Newman, 1995), além de que está associada a uma menor probabilidade de recidiva (Howard, 1999). A Terapia Cognitiva é uma forma de psicoterapia baseada no objectivo de Beck, que consiste em modificar os pensamentos erróneos que as pessoas têm sobre si próprias e do mundo. Através da estratégia da reestruturação cognitiva, propõe-se à pessoa uma resposta racional que contradiga o seu pensamento automático, normalmente influenciado por enviesamentos cognitivos, propõe-se também que considerem os seus próprios pensamentos como hipóteses que convém testar de forma racional. Sendo assim, há que confrontar os pensamentos automáticos com a realidade (Hansenne, 2003).



Cristina Alves Rodrigues
Psicóloga Clínica
Guarda
x.tina@live.com.pt

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