Utentes do Seixal, Montijo e Barreiro em protesto

Passageiros das ligações fluviais do Tejo em protesto contra deterioração do serviço

As comissões de utentes de transportes do Seixal, Montijo e Barreiro realizam, esta quarta-feira, uma marcha simbólica entre o Cais do Sodré e o Ministério das Finanças, em Lisboa, em protesto contra a deterioração das ligações fluviais. De acordo com Miguel Dias, representante da Comissão de Utentes do Cais do Seixalinho (Montijo), a concentração dos utentes será no Cais do Sodré pelas 17 horas, simbolicamente, por se tratar do local onde convergem todos os barcos que fazem a travessia, “com exceção da travessia do Barreiro”. “Depois da concentração no Cais do Sodré, seguiremos para o Terreiro do Paço, onde os utentes da travessia do Barreiro se vão juntar à marcha, antes de seguirmos para o Ministério das Finanças”, afirmou em declarações à agência Lusa.
Avarias constantes tem prejudicado passageiros da Margem Sul  

O objetivo desta marcha é entregar ao ministro das Finanças, Mário Centeno, uma “carta aberta onde é sublinhada a situação caótica que se vive no transporte fluvial no rio Tejo e exigir a orçamentação urgente das empresas públicas Transtejo e Soflusa”.
O representante da comissão de utentes do Cais do Seixalinho afirma que é urgente “orçamentar e munir a empresa de verbas suficientes”.
“Com esta carta aberta queremos pedir ao Ministério das Finanças que atente no desinvestimento e na falta de fundos que, aparentemente, existe nas empresas que fazem as ligações fluviais. É necessário regular o funcionamento das empresas para que haja uma operação sem falhas”, reforçou.
A Soflusa faz a ligação entre o Barreiro e Lisboa, enquanto a Transtejo é a empresa responsável pelas ligações do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão à capital.
A manifestação acontece no mesmo dia em que o conselho de administração da Transtejo/Soflusa é ouvido na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas do parlamento.

Câmara do Seixal exige que o Governo resolva a falta de barcos

Também a autarquia do Seixal exigiu já ao Governo que “cumpra o prometido” para resolver os problemas nas ligações fluviais no Tejo, por considerar inaceitável que as populações continuem a ser prejudicadas.
O presidente do município, Joaquim Santos, considera que esta situação é “insustentável” e mostrou o seu desagrado pelas ligações fluviais terem sido substituídas por ligações rodoviárias nos últimos dias.
“O tempo que leva a travessia de um e de outro meio de transporte é totalmente diferente. As pessoas pagam os seus passes mensais para utilizar o barco e não o autocarro”, refere.
O autarca, que diz estar solidário com os utentes da Transtejo, lembrou também que “apesar das várias reuniões e reivindicações da autarquia, até ao momento nada foi feito, apesar de em Junho de 2017 o Ministério do Ambiente ter anunciado um investimento de 10 milhões de euros para o plano de manutenção da frota de navios da Transtejo e Soflusa”.
Recorde-se que no dia 9 de Outubro de 2017, o presidente da Câmara Municipal em conjunto com o presidente da União das Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, António Santos, e vários elementos da Comissão de Utentes dos Transportes fizeram a travessia de barco como forma de mostrar a sua solidariedade para com a população.
“Nos últimos tempos os utentes do Seixal têm vindo a ver reduzido o número de carreiras diárias e que, apesar de apresentar milhares de reclamações, não obtém qualquer resposta. As inúmeras supressões de carreiras por parte da Transtejo têm sido alvo de reclamações e protestos por parte da população, que tenta assim ver resolvida a situação”, salienta a autarquia.
Segundo o município, desde 2011 já foram suprimidas 16 carreiras diárias e é notório que se tem vindo a “acentuar o desinvestimento da empresa na manutenção e reforço da frota”.
O transporte fluvial assume um papel de grande importância na mobilidade das populações, transportando cerca de cinco mil pessoas por dia para Lisboa, pelo que a Câmara Municipal “reitera a sua solidariedade para com a população na reivindicação de mais carreiras, mais investimento nas frotas e ainda a criação de novas carreiras que possam ligar os concelhos ribeirinhos do Seixal, Almada, Barreiro e Montijo”, conclui Joaquim Santos.

Agência de Notícias com Lusa 

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