No Distrito de Setúbal são múltiplas as festas de Carnaval

Sesimbra, Alhos Vedros, Pinhal Novo, Montijo e Sines cumprem tradição

Por terras e lugares do distrito de Setúbal, ultimam-se máscaras e carros alegóricos para saírem à rua em mais uma época carnavalesca feita de animação e sátira política. E, até porque é Carnaval, ninguém leva a mal e todos ficam em casa uns dias em brincadeiras, bailaricos e em corsos, mais ou menos, populares. Em Sesimbra, há o samba e o calor [se o tempo ajudar] do outro lado do Atlântico. E também haverá a maior concentração de palhaços do mundo. Esperam-se milhares de pessoas por lá. No sul, em Sines, o tempo é de grande folia e o Carnaval começa a ganhar fôlego, com a contagem decrescente para os três dias que prometem ser de arromba. No Pinhal Novo há corso na terça-feira gorda onde o popular se junta ao trapalhão e em Alhos Vedros, na Moita, comemora-se “A Velhinha é uma animação”, com mais um grande desfile nas ruas da vila. A celebração do Carnaval está de volta à cidade do Montijo, com animação de rua no sábado à tarde e à noite na Praça da República, culminando com os Corsos Carnavalescos nas tardes de domingo e terça-feira, num percurso desde a Frente Ribeirinha, passando pela Avenida dos Pescadores e terminando na Praça da República. Até 14 de Fevereiro, vão ser seis dias de muita animação, diversão e folia. A não perder!
O samba é o ponto forte do Carnaval de Sesimbra 

Os desfiles das escolas de samba e grupos de axé, nos dias 11 e 13 de Fevereiro, domingo e terça-feira, são os pontos altos do Carnaval de Sesimbra, e atraem milhares de visitantes à vila. Os preparativos iniciaram-se com meses de antecedência e envolvem centenas de voluntários. Gente de todas as idades dedica os seus tempos livres a criar fatos, ultimar adereços, aperfeiçoar coreografias, passos de dança e a afinar vozes e instrumentos. Realizado por seis escolas de samba e dois grupos de axé, que reúnem mais de mil elementos, os desfiles percorrem cerca de um quilómetro junto ao mar, e são garantia de muita cor, ritmo e animação.
Sesimbra é também um dos poucos locais do país que ainda mantém viva a tradição das Cegadas. O costume da zona rural, com mais de cem anos, está de volta durante o Carnaval às freguesias do Castelo e de Santiago. O grupo de cegantes do Zambujal, constituído exclusivamente por homens, promete muitos momentos de boa disposição, na rua e em cafés. Em verso, e acompanhados à guitarra, o grupo vai apresentar, ao estilo das antigas canções de escárnio e maldizer, alguns dos acontecimentos mais marcantes da sociedade sesimbrense e portuguesa. Este ano, a Cegada do Zambujal tem como tema Todos Diferentes, Todos Iguais. De 10 a 13, o grupo de cegantes passa por Sesimbra, Azoia, Meco, Zambujal, Aiana de Cima, Caixas e Alfarim.
No dia 17, sábado, às 21h30 horas, fazem a última apresentação do Carnaval no Cineteatro Municipal, em Sesimbra, repetindo o êxito conseguido nos últimos anos.
No dia 12, segunda-feira, a vila de Sesimbra acolhe, uma vez mais, um dos maiores desfiles de palhaços do mundo. A iniciativa, que começou por ser uma brincadeira de um grupo de amigos, em 1999, para animar a tarde de segunda-feira de Carnaval, conquistou um lugar de destaque, e são milhares os mascarados de todas as idades e de vários pontos do país, que se deslocam a Sesimbra neste dia. Para participar basta boa disposição e aparecer devidamente trajado.
No dia 13, terça-feira, às 15 horas, as Cavalhadas, costume típico das zonas rurais e que no concelho de Sesimbra têm acompanhado várias gerações, voltam animar a aldeia de Alfarim. Demonstrando a sua perícia, um grupo de homens, a cavalo, de bicicleta ou de mota, vai recriar hábitos medievais e surpreender o público de todas as idades.
Os festejos carnavalescos no concelho encerram no dia 14, quarta-feira, às 21h30 horas, com o habitual Enterro do Bacalhau, que apresenta a história de um homem que teve uma vida muito preenchida e animada. No “enterro” vão estar a viúva, que descobre nesse momento que o seu bacalhau afinal tinha várias amantes. Estas personagens, acompanhadas pelo padre, o sacristão e os amigos, vão fazer o público chorar… a rir, neste momento de boa disposição.

Sines convida a brincar ao Carnaval com dois mil foliões
Sines espera dois mil foliões neste Carnaval 
Carros alegóricos, escolas de samba, gigantones e cabeçudos, num total de dois mil foliões, vão desfilar pelo "sambódromo" de Sines, entre domingo e terça-feira, mas a folia começa na sexta-feira com o Carnaval dos Pequeninos.
O corso carnavalesco, o "ex-líbris" do Carnaval de Sines, no distrito de Setúbal, vai sair à rua, na avenida Humberto Delgado, nas tardes de domingo e de terça-feira, às 15h30, e na noite de segunda-feira, às 21 horas, ao som do samba criado pelo grupo local Skabalá Tuka.
No "sambódromo" são esperados, segundo os promotores, cerca de dois mil figurinos, distribuídos por grupos de foliões e de duas dezenas de carros alegóricos, gigantones, cabeçudos e escolas de samba, que vão dançar vestidos "a rigor".
"Há uma grande adesão, esperemos que corra bem e que o tempo ajude", disse à agência Lusa Rui Encarnação, presidente da Associação Siga a Festa, Associação do Carnaval de Sines, que não se atreveu a fazer uma estimativa relativa ao número de visitantes esperado, mas adiantou já ter sido contactado por "grupos de excursões" que pretendem assistir às festividades.
As noites de domingo, segunda e terça-feira terminam com o tradicional "Baile de Máscaras", no Pavilhão Municipal de Sines.
Na sexta-feira, a partir das 10 horas, cerca de 1300 crianças do ensino básico e pré-escolar do concelho vão "estrear" o "sambódromo", na avenida Humberto Delgado, na 27.ª edição do Carnaval dos Pequeninos.
A iniciativa, de acesso gratuito, é promovida pela Junta de Freguesia de Sines e conta com animação do Teatro do Mar, do Grupo Gigantones, da Companhia da Arte Velha - Associação de Artesãos e do grupo da Associação de Gaiteiros Vasco da Gama.
No sábado, há um "Baile de Máscaras Sénior", a partir das 15 horas, no salão do Povo de Sines, com a eleição da melhor máscara para maiores de 55 anos.
Ainda no mesmo dia, arranca o programa promovido pela Associação Siga a Festa, com a apresentação e desfile dos Reis do Carnaval, acompanhado pelo grupo de percussão Skabalá Tuka, que promete meter o centro histórico da cidade a dançar ao ritmo do samba.
A intenção "é voltar a levar o espírito de Carnaval ao centro histórico da cidade", disse Rui Encarnação.
A noite de sábado termina com mais música, numa festa com DJ no Salão da Música.
No programa, o desporto também não é esquecido, estando prevista uma partida de "Futebol Trabalhão", às 15 horas de segunda-feira, no Estádio Municipal de Sines.
Na quarta-feira, termina a festa com o tradicional "Enterro do Entrudo".
Os ingressos para o corso custam quatro euros e para o baile de Carnaval custam cinco euros. As crianças até aos dez anos têm acesso gratuito.

A vida são dois dias e o Carnaval, no Montijo, são…quatro!
Montijo volta a festejar o Carnaval de sábado a terça-feira 

De 10 a 13 de Fevereiro, a folia está de volta, num Carnaval que se diferencia pela autenticidade e envolvimento da população. Este ano, nos dias 11 (domingo) e 13 de Fevereiro (terça-feira), a partir das 15 horas, os Corsos de Carnaval vão contar com dez carros alegóricos e cerca de dois mil figurantes, provenientes de 36 associações do concelho do Montijo, que irão desfilar num percurso com 1500 metros pelo centro da cidade, que foi alargado face ao ano anterior devido ao número de carros e participantes.
O Carnaval do Montijo apresenta um pacote global de eventos de entretenimento, que se inicia no sábado, dia 10 de Fevereiro, às 16 horas, na Praça da República, com a apresentação de Cegadas Populares pela Universidade Sénior e com o espetáculo Zumba Carnaval pelo Estúdio Zumba Areias.
Ainda no dia 10 de Fevereiro, a partir das 21h30, uma Noite Mágica a não perder! Numa performance de grande impacto, robots e bailarinas com os corpos pejados de led’s de diferentes cores vão trazer mais emoção ao Carnaval no Montijo! A este espetáculo irá juntar-se o Guitos Live Percussion e a participação especial de Bocage 2.0 (MC e DJ).
A estes eventos de entrada livre, juntam-se os Bailes de Carnaval que vão decorrer, nos dias 10 e 12 de Fevereiro, em várias coletividades da cidade e do concelho.
"Em 2017, foram milhares de pessoas que nos visitaram e marcaram presença nas ruas da cidade para celebrar cada dia dos Corsos Carnavalescos. É, com orgulho, um Carnaval como nenhum outro na região, de feições populares, sem muita exuberância e luxúria, mas com muita alegria e folia, num verdadeiro espetáculo que vai ser animado por diversos carros alegóricos e contará com a participação de mais de 1 500 foliões, de mais de 30 clubes, associações e tertúlias da cidade e do concelho de Montijo", disse a vereadora da Câmara do Montijo, Sara Ferreira.
Criado e mantido pelo povo, "o nosso Carnaval é genuíno, espontâneo, livre, onde o espírito crítico, o lúdico e a sátira se associam à emoção e à folia, reavivadas ano após ano", diz a autarca.
O Carnaval do Montijo é organizado pela Banda Democrática 2 de Janeiro, Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, Motoclube do Montijo, Clube Desportivo Cultural e Recreativo “Os Unidos”, A Quadrada ACD e o Grupo "Os Comilões", com o apoio da Câmara Municipal do Montijo e a Junta de Freguesia da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro.

A Velhinha é uma Animação” em Alhos Vedros 
Alhos Vedros terá corso no domingo e terça-feira 
“A Velhinha é uma Animação” é o tema deste ano do Corso de Carnaval de Alhos Vedros, no concelho da Moita, que vai sair à rua nos dias 11 e 13 de Fevereiro, pelas 15 horas, enchendo as principais ruas da vila do concelho da Moita com muita cor, alegria e personagens animadas.
O desfile de Carnaval, deste ano, vai contar com quatro carros alegóricos, “Super Heróis”, “Sítio do Pica-pau Amarelo”, “Bruxas” e “Princesas”, e cerca de 350 figurantes. O que significa que nestes dois dias, as ruas de Alhos Vedros se vão encher-se com as mais diversas personagens, como a Pantera Cor-de-rosa, a Pipi das Meias Altas, os Flinstones, a Alice no País das Maravilhas, os Marretas, o Homem Aranha, o Batman, o Super-homem, as Tartarugas Ninja, entre muitos outros.
Organizado, uma vez mais, pela Sociedade Filarmónica Recreio e União Alhosvedrense “A Velhinha” (a mais antiga colectividade do concelho, fundada em 1869), com o apoio financeiro da Câmara da Moita, Junta de Freguesia de Alhos Vedros e comércio local, este desfile distingue-se da maioria dos que acontecem um pouco por todo o país por não convidar figuras públicas para o papel de Rei e Rainha do Carnaval.
Para este Carnaval, o que “A Velhinha” propõe “é que os mais velhos abram o baú das suas memórias de infância e que os mais novos se divirtam com algumas das personagens que fazem parte do seu dia-a-dia. Vamos tentar mexer com o inconsciente de cada um, que querendo ou não, vai lembrar-se das personagens que vão desfilar na avenida”, diz a organização.
A Rainha foi escolhida pela própria população, semanas antes do desfile. Inês Machado foi a escolhida deste ano e no corso será acompanhada pela 1ª Dama, Soraia Pereira, e pela 2ª Dama, Andreia Lourenço.
Como também já é tradição no concelho da Moita, esta sexta-feira, a partir das 10 horas, as principais ruas de todas as freguesias vão receber os pequenos mascarados nos Desfiles de Carnaval das Escolas.

Pinhal Novo com corso na terça e enterro do bacalhau na quarta
Pinhal Novo volta a celebrar o Carnaval esta terça-feira  

Em Pinhal Novo, no concelho de Palmela, o Grupo Carnavalesco Amigos de Baco promove o já tradicional Corso Carnavalesco, que desfilará pelas ruas da vila no dia 13 de Fevereiro, a partir das 15h30. O desfile contará com a participação do movimento associativo da freguesia, contando com a participação de várias centenas de figurantes. O Carnaval caramelo, em Pinhal Novo, é assim: uma festa imensamente popular. Não é de vedetas brasileiras nem tem estrelas das academias nem sequer actores como bombos da festa. No Pinhal Novo não há nem reis nem rainhas e os apoios são escassos para tamanha divulgação da vila, mas há sempre uma grande festa. É o que garante os Amigos de Baco que organizam um desfile na terça-feira, onde não faltarão muitas beldades e matrafonas para coloriram e animaram o cortejo, que desfila no centro da vila. O cortejo mantém o percurso habitual: Avenida da Liberdade, Rua António Santos Jorge, Avenida Alexandre Herculano, Jardim José Maria dos Santos e regressam de onde partiram, aos Bombeiros.
E ainda há tempo para que na quarta-feira de cinzas se cumpra, como sempre, o enterro do bacalhau que na vila de Pinhal Novo se chama simplesmente José Maria, uma homenagem a um dos fundadores da vila.
Os dias de folia em Pinhal Novo que são vividos com a intensidade que os Amigos de Baco entendem e desde de 1992 (então um grupo de amigos da Tasca do Xico) organizam os desfiles e na quarta-feira de cinzas matam o bacalhau – que em Pinhal Novo se chama José Maria – lá para as tantas da noite no coração verde da vila: o Largo José Maria dos Santos.
Há enterro, ladainha, uma viúva a chorar a triste perda e, claro, um testamento que promete este ano distribuir muita “merda” e outras coisas parecidas aos ilustres da terra... no final ninguém levará a mal... enquanto o José Maria Bacalhau arde em lume brando.

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