Barreiro e Seixal contestam fecho dos CTT

Autarcas revoltados com a decisão da administração dos correios 

O presidente da Câmara do Seixal, Joaquim Santos, lamentou a decisão anunciada pelos CTT de encerrarem o balcão da aldeia de Paio Pires, referindo que já solicitou uma reunião à empresa e ao Governo. Os CTT confirmaram, nesta terça-feira, o fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação, que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho. Uma dessas lojas é a da localidade da aldeia de Paio Pires, concelho do Seixal. "Ficamos surpreendidos, como presumo que ficaram muitos autarcas. Infelizmente no nosso caso já é o segundo balcão que encerra num curto espaço de tempo. Não conseguimos ver fundamentação nesta decisão", afirmou à agência Lusa o autarca do Seixal. O balcão dos correios do Lavradio, no Barreiro, segue o mesmo caminho. A presidente da União de Freguesias do Barreiro e Lavradio já afirmou que está indignada com o encerramento e garante que irá tomar medidas para a “resolução ou mitigação da decisão”.
Autarcas do distrito preocupados com encerramento de balcões 

Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal, referiu que a loja em questão é utilizada não só por muitos particulares como também por muitas empresas localizadas no local.
"Já pedimos uma reunião aos CTT e ao ministro do Planeamento (Pedro Marques) para que nos esclareçam os motivos para este encerramento e que alternativas é que existem", apontou.
Entretanto, o autarca adiantou que irá participar na próxima semana numa ação de protesto, promovida por populares, contra o encerramento do balcão dos CTT da Aldeia de Paio Pires.
A empresa referiu que o encerramento de 22 lojas situadas de norte a sul do país e nas ilhas "não coloca em causa o serviço de proximidade às populações e aos clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respetivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente".

Junta do Lavradio critica encerramento e exige respostas 
A presidente da União de Freguesias do Barreiro e Lavradio afirmou hoje que está indignada com o encerramento do posto dos CTT do Lavradio, garantindo que irá tomar medidas para a "resolução ou mitigação da decisão".
Esta terça-feira,  o Lavradio "foi confrontado com uma triste notícia, o possível encerramento do posto de atendimento dos CTT. Como cidadã barreirense e presidente da Junta de Freguesia da União de Freguesias de Barreiro e Lavradio torno publica a minha indignação e contestação perante esta decisão", afirmou Gabriela Guerreiro (PS), numa mensagem nas redes sociais.
A autarca referiu que o Lavradio tem uma "grande parte da população" que é idosa e de parcos recursos, necessitando de serviços de proximidade que tornem o seu dia-a-dia mais cómodo.
"Tudo farei pela defesa dos direitos desta freguesia, que colhe hoje os frutos de processos cegos de privatização e de desrespeito pelos princípios de uma sociedade mais justa, mais coesa e mais solidária, protagonizados pelo governo PSD/CDS-PP", salienta.
Gabriela Guerreiro garante que está contra o encerramento e que vai desenvolver "todas as diligências com vista à resolução ou mitigação da decisão".

"Desmantelamento de um serviço público essencial ao país e às populações" 
O PCP do Barreiro também se manifestou contra o encerramento dos CTT do Lavradio, considerando que é "mais um passo no desmantelamento de um serviço público essencial ao país e às populações".
"Os CTT, privatizados durante o governo anterior de PSD/CDS têm vindo a assumir uma postura de mercantilização dos serviços de correios, numa empresa que até então era pública e viável, abrindo horizontes a outras tipologias de negócios, degradando cada vez mais um serviço que conta com mais de 500 anos de existência", refere em comunicado.
O PCP lembra que no concelho do Barreiro já tinha sido encerrada a estação da Quinta Grande, o que provocou "elevadíssimos impactos diretos na população da Verderena e Alto do Seixalinho".
Os CTT confirmaram o fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação anunciado em meados de dezembro passado que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho.
O jornal 'online' Eco tinha avançado que os CTT iriam encerrar 22 lojas. Em causa estão os seguintes balcões: Junqueira, Avenida (Loulé), Universidade (Aveiro), Termas de São Vicente, Socorro (Lisboa), Riba de Ave, Paços de Brandão (Santa Maria da Feira), Lavradio (Barreiro), Galiza (Porto), Freamunde, Filipa de Lencastre (Belas), Olaias (Lisboa), Camarate, Calheta (Ponta Delgada), Barrosinhas (Águeda), Asprela (Porto), Areosa (Porto), Araucária (Vila Real), Alpiarça, Alferrarede, Aldeia de Paio Pires e Arco da Calheta (Madeira), de acordo com informação disponibilizada pela Comissão de Trabalhadores dos CTT.
Num esclarecimento enviado às redações, os CTT referem que "tal como já tinha sido tornado público anteriormente, (...) confirmam o plano de adequação da sua rede envolvendo estes 22 pontos de acesso, inseridos nos mais de 2.300 existentes e dos mais de quatro mil agentes PayShop, que nesta fase ainda não tem data marcada".
O encerramento destas 22 lojas "não coloca em causa o serviço de proximidade às populações e aos [...] clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respetivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente", garantem os CTT.

Agência de Notícias com Lusa

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