Paula Brito e Costa "afastada" da Moita por 30 dias

PJ faz buscas no Ministério da Saúde e na casa de Paula Brito e Costa


A direção da Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras (Raríssimas) abriu um inquérito interno à alegada gestão danosa pela antiga presidente Paula Brito e Costa, segundo noticia a SIC Notícias. O anúncio foi feito depois ex-presidente da intuição ter comparecido esta quarta-feira para trabalhar nas instalações da Casa dos Marcos,  na Moita, onde foi recebida por funcionários em protesto. A direção da Raríssimas determinou assim a “suspensão preventiva por 30 dias”, com efeitos imediatos, de Paula Brito da Costa, do cargo de diretora-geral da associação, por indícios de “ilícito laboral”. Dezenas de inspectores da Unidade Nacional Contra a Corrupção da Polícia Judiciária estiveram no terreno a fazer várias buscas relacionadas com um processo-crime sobre a associação. As buscas foram efectuadas na casa de Paula Brito e Costa, no gabinete do antigo secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, e na Casa dos Marcos. A Procuradoria-Geral da República, numa resposta à Lusa, confirmou a realização das buscas, "no âmbito do inquérito que se encontra em investigação no DIAP de Lisboa".
Directora geral da Casa dos Marcos suspensa por 30 dias  

Paula Brito e Costa, presidente demissionária, mas ainda diretora geral da Raríssimas, apareceu, no último dia de Outono, de manhã na Casa dos Marcos, na Moita, acompanhada pelo marido e por dois seguranças que apresenta como “amigos”. Ao volante de um Mercedes, – o famoso BMW pertence à instituição e está estacionado à vista de todos – aparece no local de trabalho uma semana e quatro dias depois do início do escândalo.
Ninguém a viu. Ou, pelo menos, ninguém quer dizer que a viu. Entrou pela porta dos fundos – uma que nunca usava – e o rumor espalhou-se pelos corredores da Casa dos Marcos. “Começaram a dizer que a Paula andava aí, que agora já não é doutora Paula”, revela uma funcionária ao Observador. A polémica dirigente da IPSS fechou-se no gabinete e só reapareceu depois das cinco da tarde. Mas, entretanto, houve vida na Casa dos Marcos.
Vários funcionários esperaram à entrada da Casa dos Marcos, recordando o abaixo-assinado dos trabalhadores para afastar a ex-presidente da Raríssimas e também da Casa dos Marcos, onde ainda é diretora-geral. Em causa estão as acusações de que a presidente demissionária tenha usado dinheiro da entidade para diversos gastos pessoais.
A ainda directora geral acabou por ser suspensa por 30 dias, período durante o qual será iniciado um processo disciplinar para averiguar as queixas que recaem sobre a ex-presidente. Tratou-se de uma decisão consensual, tomada pela direção da associação e por Paula Brito e Costa, conforme a própria confirmou aos jornalistas.
Quarta-feira à  tarde, numa declaração lida aos jornalistas à porta da Casa dos Marcos, Marta Balula, vogal da direção, já tinha anunciado a “suspensão preventiva” de Paula Brito e Costa por indícios de “ilícito laboral”.
Os trabalhadores – desde a receção aos cuidados continuados, passando pelo gabinete de comunicação – têm medo de perder o emprego. Acham que a Casa dos Marcos pode fechar portas.
Às cinco e um quarto da tarde de quarta-feira, depois de manobras de diversão com dois carros, a ex-presidente da Raríssimas deixou a Casa dos Marcos.Saiu ao volante, sorridente, abriu o vidro e acenou de facto como uma rainha enquanto ao lado o marido seguiu de cara tapada. Paula Brito e Costa é a mulher do momento e não parece importar-se com isso.
Paula Brito e Costa formalizou o pedido de demissão da Raríssimas ao presidente da Assembleia Geral e solicitou que lhe enviassem documentação de trabalho para casa para exercer funções enquanto diretora-geral da associação.
O Ministério Público está também a investigar a possibilidade de uso indevido dos donativos feitos à associação, depois de uma denúncia anónima.

PJ faz buscas e ex-presidente foi constituída arguida
PJ esteve na Moita a recolher provas 
Falando à saída da residência de Paula Brito e Costa em Odivelas, que foi hoje alvo de buscas pela Polícia Judiciária (PJ), Pedro Duro afirmou que "não é previsível" que Paula Brito e Costa ou ele mesmo venham a prestar quaisquer declarações à comunicação social nos próximos dias.
O advogado de defesa disse desconhecer se a investigação dirigida pelo Ministério Público está em segredo de justiça, observando que, apesar de a Procuradoria-Geral da República poder emitir comunicados sobre o inquérito se o caso justificar, não é sua intenção ou da sua constituinte prestar quaisquer declarações à comunicação social nos tempos mais próximos.
"A orientação que dei foi que as declarações que tinham que ser prestados à comunicação social já foram dadas, não serão dadas outras", frisou, notando contudo que esta regra poderá ser alterada quando houver "alguma decisão relevante" que faça sentido quebra o silêncio para esclarecer um determinado pormenor.
Pedro Duro desvalorizou o facto de Paula Brito e Costa ter sido constituída arguida ou estar indiciada da prática de crimes, sublinhando que "inquéritos há muitos", mas quanto a uma condenação logo se verá.
O advogado recusou-se a precisar que documentos ou material foi apreendido pela Polícia Judiciária na busca domiciliária e de que crimes está a sua constituinte indiciada, dizendo ainda desconhecer quem são as testemunhas no processo.
Paula Brito e Costa foi constituída arguida no âmbito da operação Raríssimas desenvolvida pela Polícia Judiciária e Ministério Público, disse à Lusa fonte ligada à investigação.
Segundo a mesma fonte, decorreram buscas na casa de Paula Brito e Costa, na sede da associação Raríssimas em Lisboa, na Casa dos Marcos, na Moita, a um gabinete de contabilidade e às instalações da Secretaria de Estado da Saúde.
A operação está a ser conduzida pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.
Uma investigação da TVI mostrou documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente de Paula Brito da Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro para diversos gastos pessoais.
O caso já provocou a demissão do secretário de Estado da saúde Manuel Delgado, que foi consultor da Raríssimas, com um vencimento de três mil euros por mês, tendo recebido um total de 63 mil euros.

Agência de Notícias 

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