Fábrica de Palmela avança com laboração contínua

Marcelo Rebelo de Sousa apela a clima de paz social na Autoeuropa

A Autoeuropa admite avançar com um horário de trabalho de laboração contínua que lhe permita dar resposta ao volume de produção para satisfazer as encomendas do novo veículo T-Roc para 2018, em comunicado distribuído terça-feira aos trabalhadores.  "É indiscutível a necessidade de ter no início do novo ano um modelo de trabalho que responda às encomendas dos clientes para a primeira metade de 2018, sob risco de entrarmos em incumprimento com o programa de produção. Todos os colegas envolvidos no processo têm também de ser informados atempadamente", refere o comunicado da fábrica de Palmela que surge na sequência da rejeição de dois pré-acordos negociados previamente com os representantes dos trabalhadores. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu a necessidade da Autoeuropa "continuar a ser um exemplo não apenas de excelência e qualidade, mas também de convivência social".
Autoeuropa quer avançar para o trabalho contínuo 

"Será tomada uma decisão que cumpra com a lei, mantenha o emprego, assegure o crescimento da fábrica e o programa de produção. Em paralelo, a empresa vai manter abertos os canais de comunicação com as partes envolvidas", reforça o documento.
No comunicado, a administração da Autoeuropa lembra que "desde 2015, em que a laboração contínua foi considerada no acordo laboral, que se tem procurado construir um modelo de trabalho que seja o mais conveniente possível para todas as partes envolvidas", com "uma compensação adicional à prevista na lei" e a implementação de um terceiro turno com um esquema de rotação a pedido dos colaboradores e a atribuição de "25 por cento de subsídio de turno".
A administração da fábrica de automóveis de Palmela lembra também que "manteve os postos de trabalho, mesmo com a redução do volume de produção", que, nesse período, colocou cerca de 400 trabalhadores noutras fábricas do grupo alemão da Volkswagen e que esta semana dará por concluída a quarta fase do processo de recrutamento de dois mil novos trabalhadores.
Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da Autoeuropa escusou-se a fazer qualquer comentário sobre a eventual decisão de implementar novos horários de trabalho, referindo apenas que "continua a avaliar a situação decorrente da rejeição de dois pré-acordos por parte dos trabalhadores".
O último pré-acordo, negociado entre a Comissão de Trabalhadores e a administração da fábrica de Palmela, que previa a laboração contínua em 17 turnos de trabalho, com rotação semanal, foi rejeitado por 63 por cento dos trabalhadores no referendo realizado no passado dia 29 de Novembro.
No passado mês de Julho, 74 por cento dos trabalhadores da Autoeuropa também rejeitaram um primeiro pré-acordo sobre os novos horários e fizeram um dia de greve (30 de Agosto), a primeira por razões laborais na fábrica de automóveis de Palmela.
A Autoeuropa prevê um volume de produção do novo veículo T-Roc que deverá atingir as 240 mil unidades em 2018.

Marcelo apela à paz social em Palmela 
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou a que exista um clima de paz social na Autoeuropa de modo a que a fábrica de Palmela continue a ser um exemplo de excelência.
“É importante por aqueles trabalhadores, importante por trabalhadores que trabalham em empresas ligadas à Autoeuropa e é importante no fundo para o clima de paz social, estabilidade e crescimento económico que se tem vivido em Portugal nestes últimos dois anos”, disse aos jornalistas Marcelo Rebelo de Sousa.
Sem querer referir-se diretamente a esta situação concreta, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu a necessidade da Autoeuropa “continuar a ser um exemplo não apenas de excelência e qualidade, mas também de convivência social”.

Agência de Notícias com Lusa




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