Distrito e concelho de Setúbal lideraram nos abstencionistas

Moita, Setúbal, Seixal e Palmela foi onde menos se votou 

Setúbal ocupa o primeiro lugar entre os distritos e regiões com maior abstenção nas eleições autárquicas de domingo, com uma taxa de 54,45 por cento, estatuto que manteve em relação a 2013, e que se estendeu ao município, onde 59 mil 337 pessoas não foram votar. Numa análise aos resultados divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna constata-se que, dos 18 distritos e duas regiões autónomas, o distrito de Setúbal reduziu a abstenção para 54,45 por cento, com 398 mil 201 eleitores que não foram votar, num universo de 731 mil 365 votantes, quando nas anteriores autárquicas tinha registado uma taxa de 58,33 por cento. Além do concelho de Setúbal, os municípios de Moita, Seixal e Palmela foi onde menos eleitores foram votar no domingo. Ao invés, Grândola, Alcácer do Sal, Alcochete e Barreiro, registaram a menor taxa de abstenção. 
Distrito de Setúbal volta a liderar abstenção nacional 

No sufrágio de domingo, em que o país viu cair a taxa de abstenção nacional para 45,03 por cento (contra os 47,40 por cento em 2013), depois da região do Sado, os dois distritos com mais abstencionistas foram Faro, com 52,56 por cento (que aumentou face aos 52,43 por cento em 2013), e Lisboa, com 51,33 por cento  (menos do que os 55,46 por cento nas anteriores autárquicas).
O concelho da Moita, com 57,12 por cento, liderou a abstenção no distrito - destronando Sesimbra (2013) -, ainda assim menos do que os 59,65 por cento registados no anterior sufrágio. Neste concelho, onde a CDU lidera desde 1976, 33 mil 114 pessoas viraram costas ao voto.
A capital de distrito vem a seguir. A abstenção foi de 59,29 por cento, [em 2013 ultrapassou os 61 por cento], o que quer dizer que no dia 1 de Outubro, 59 mil 337 setubalenses e azeitonenses não foram votar. Seguido do Seixal, com 56,72 por cento (teve 61,14 por cento há quatro anos) e de Palmela, com 56,4 por cento (antes teve 61,49 por cento), de acordo com os dados dos serviços do MAI.  Montijo, Almada e Sesimbra tiveram mais de 55 por cento de abstenção.
Ao inverso, onde mais se votou, foi em Grândola, (38,09 por cento de abstenção), Alcochete, (43,24), Santiago do Cacém (45,48), Sines (47,57) e Barreiro, (49,96).
Em termos da preferência dos eleitores do distrito de Setúbal, a CDU continua a dominar, com 37,07 por cento (registou 41,49 por cento em 2013), seguindo-se o PS, com 31,52 por cento (26,07 por cento) e o-PSD, com 07,75 por cento (08,43 à quatro anos). O Bloco de Esquerda (6,88 por cento) e o Pessoas-Natureza-Animais conseguiu 2,58 por cento.
A nível de mandatos, a CDU tem as autarquias de Setúbal, Sesimbra, Palmela, Moita, Seixal, Alcácer do Sal, Grândola e Sines. O PS, governa no Montijo, Sines, Almada, Barreiro e Alcochete. Contas feitas: os comunistas perdem três Câmaras do distrito para os socialistas. 
Os três distritos com menos abstencionistas foram Portalegre, com 34,55 por cento (abaixo dos 36,86% por cento nas autárquicas anteriores), Braga, com 35,65 por cento e Beja, com 37,94 por cento (mais do que os 37,65 por cento em 2013).
De acordo com o apuramento nos 308 municípios e 3092 freguesias do país, o PS conquistou 161 câmaras (duas em coligação), o PSD ganhou em 98 (em listas próprias e com outros partidos), a CDU conquistou 24, os grupos de cidadãos eleitores (independentes) venceram em 17, o CDS-PP em seis e o JPP e o Nós, Cidadãos! ficaram com um presidente de câmara cada.

Câmaras ganhas pela CDU tiveram a taxa de abstenção maior
Nas 24 autarquias ganhas pela coligação entre o Partido Comunista e Os Verdes, mais de metade dos eleitores não foram às urnas. Dos cerca de 780 mil inscritos, 51,31 por cento não votaram. 
Moita, Setúbal, Seixal, Palmela, Sesimbra, Benavente e Évora (municípios onde a CDU ganhou) registaram valores de abstenção acima dos 50 por cento. Contudo, em Barrancos, uma das autarquias presididas pelo PCP-PEV, [mas perdida para o PS], a abstenção foi a mais baixa do país (19,11 por cento). 
Nas câmaras do PS, menos de metade dos eleitores (45,18 por cento) não exerceram o seu direito ao voto. Nestas 159 autarquias, dois milhões e 269 mil inscritos não votaram.
Já nas 79 autarquias que o PSD venceu em 2017, a abstenção ficou-se pelos 44,12 por cento. Dos cerca de um milhão e 622 mil inscritos nestes municípios, quase um milhão foi às urnas a 1 de Outubro. O concelho menos participativo foi Albufeira (60,71 por cento), que também ocupa o primeiro lugar na lista da abstenção a nível nacional. 
Quanto às autarquias ganhas pelas restantes forças políticas, a abstenção oscilou entre os 32,68 por cento, em Oliveira de Frades (onde o Nós Cidadãos venceu), e os 47,25 por cento, no Funchal, onde a coligação PS-BE-JPP-PDR-NC teve mais votos. 

Abstenção inferior a 2013
Nas eleições autárquicas de 2017, 45,03 por cento dos portugueses não foram às urnas. O valor é mais baixo do que o registado em 2013, quando 47,38 por cento dos inscritos não votaram. 
Contudo, este continua a ser o segundo valor mais elevado de sempre. A taxa de abstenção mais baixa alguma vez registada em eleições autárquicas, foi de 28,26 por cento, em 1979. 

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