Cabo de fibra ótica liga Sines e a costa brasileira

O investimento vai criar duas dezenas de postos de trabalho qualificados

O primeiro cabo submarino de fibra ótica direto entre a Europa e a América Latina vai começar a ser instalado até ao início de 2018 a partir de Sines. O investimento, com um valor de 170 milhões de euros, terá um prazo de execução de 24 meses. Durante esse período serão colocados cerca de 10 mil quilómetros de cabo em pleno Atlântico entre a localidade do distrito de Setúbal e a cidade brasileira de Fortaleza. A estação desta estrutura vai ficar em Sines, no Centro de Negócios da Zona Industrial e Logística, gerido atualmente pela AICEP Global Parques. O investimento vai criar duas dezenas de postos de trabalho qualificados. Na cerimónia de apresentação do projeto, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, destacou a importância do investimento. "Reforça o papel de Sines na ligação não apenas marítima e logística mas também na área das comunicações", sublinhou o governante. 
Cabo de Fibra otica atravessa o Atlântico até Fortaleza 


Sines vai ser a porta de entrada do primeiro cabo submarino de fibra ótica, que liga diretamente a América Latina à Europa, sem passar pela América do Norte, através de um projeto da empresa hispano-brasileira Ellalink, que deve avançar entre o “final deste ano e o início de 2018”, disse à agência Lusa o diretor comercial da empresa, Jesús Bernad.
A empresa hispano-brasileira vai instalar a “estação” da estrutura em Sines, no Centro de Negócios da Zona Industrial e Logística, gerido pela AICEP Global Parques.
“Queremos converter Sines num ‘hub’ de cabos submarinos”, revelou Jesús Bernad, que esteve hoje na cidade alentejana para assinar o contrato para a instalação da estação de entrada na Europa do cabo submarino de comunicações.
Com prazo de execução de 24 meses, o projeto vai permitir maior rapidez nas comunicações, adiantou o mesmo representante da Ellalink, explicando que, além de o cabo passar a fazer uma ligação direta, mais curta em distância, é um equipamento de “última geração”, com “uma capacidade inicial de 50 terabytes, podendo chegar [no futuro] a 72 terabytes”.
A nova conexão de mais de 10 mil quilómetros vai ainda permitir, segundo divulgou num comunicado enviado à agência Lusa a AICEP Global Parques, “a redução de preço do serviço de Internet” e “dará maior segurança na comunicação direta entre a América Latina e a Europa”.
O cabo submarino vai ligar Sines, no distrito de Setúbal, em Portugal, a Fortaleza, no Brasil e, posteriormente, “numa segunda fase, Fortaleza a São Paulo”, sendo que o objetivo é que esteja operacional em 2019, adiantou ainda a AICEP Global Parques.

Investimento vai criar dezenas de postos de trabalho qualificados 
O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, que esteve hoje presente na assinatura do contrato entre a AICEP Global Parques e a Ellalink, considerou este investimento “muito importamte”, em declarações à agência Lusa.
“É um investimento muito importante, é um investimento estrangeiro para Portugal, mas que reforça o papel de Sines na ligação não apenas marítima e logística, mas também na área das telecomunicações e das comunicações”, disse o governante.
Eurico Brilhante Dias destacou ainda a importância da “ligação à América Latina”, tendo em conta que “Portugal tem vindo a reforçar do ponto de vista da política externa a relação com toda a área do Mercosur”.
A par disso, o secretário de Estado da Internacionalização acredita que “o aumento da necessidade de armazenagem de dados e de consolidar toda a informação entre os dois continentes”, que vai passar por Sines, “abre outras perspetivas de investimento, também na área das telecomunicações”.
O presidente da AICEP Global Parques, Francisco Mendes Palma, disse, no final da cerimónia, esperar que este projeto seja “o princípio de outros investimentos nesta área da tecnologia e das comunicações”.
Até aqui a ligação era feita entre a Europa e os Estados Unidos e depois para a América Latina. A estação desta estrutura vai ficar em Sines, no Centro de Negócios da Zona Industrial e Logística, gerido atualmente pela AICEP Global Parques. O investimento vai criar duas dezenas de postos de trabalho qualificados.

Agência de Notícias com Lusa

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