300 mil euros por morte de militar em Quinta do Conde

Nuno Anes, da GNR, foi morto a tiro em Agosto de 2015

Nuno Anes, guarda da GNR, tinha 25 anos e estava na primeira patrulha a chegar à rua da Quinta do Conde onde Rogério Coelho acabara de assassinar a tiro um vizinho PSP e o filho deste, em Agosto de 2015. O militar tentava ajudar as vítimas quando foi morto à traição, com um tiro pelas costas, na nuca. O ex-construtor civil, de 77 anos, morreu na cadeia antes de ser condenado. Mas a sua família vai ter de indemnizar em 300 mil euros os pais de Nuno Anes, decidiu o Tribunal de Setúbal. Segundo escreve o Correio da Manhã, que ouviu fontes próximas do processo, falharam todas as tentativas de acordo - antes e durante o julgamento - entre os pais de Nuno Anes e os herdeiros do homicida (mulher e filha).
Crime ocorreu no Verão de 2015, em Quinta do Conde 


Os pais do militar exigiram inicialmente 500 mil euros, enquanto o outro lado propôs a entrega da moradia de onde foram efetuados os disparos que resultaram no triplo homicídio. O tribunal decidiu-se pela atribuição de 300 mil euros aos pais do militar, por danos patrimoniais e não patrimoniais. 
Valor que aumenta em juros conforme for sendo adiada a sua liquidação. A sentença não foi alvo de recurso e já transitou em julgado. 
A família de Nuno Anes, escreve ainda o Correio da Manhã, já deu entrada da ação de execução de bens. A família de Rogério Coelho é conhecida na Quinta do Conde - a neta do homicida é Liliana Antunes, concorrente da Casa dos Segredos 5 - e são-lhes conhecidas várias propriedades.
Segundo a família Anes defendeu em tribunal, além da moradia do crime, têm duas vivendas geminadas em Fernão Ferro, no Seixal, alguns terrenos - um deles na Quinta do Conde avaliado em mais de 100 mil euros e já com projeto aprovado para habitação e comércio - e carros.
Há um ano, a família do militar recebeu do Estado português 126 mil 250 euros. A compensação ao guarda Anes seguiu-se a um inquérito feito pela GNR. Após habilitação de herdeiros ordenada pelo comando geral daquela força de segurança, os pais do militar foram declarados seus herdeiros legítimos.

A história de um crime fútil 
Na origem do crime estiveram desavenças entre Rogério Coelho e o vizinho António José Pereira, um PSP de 52 anos, ex-segurança do governo. Fez-lhe uma espera e matou-o e ao filho deste, Diogo, 23 anos. Rogério Coelho, de acordo com os vizinhos, fez fortuna na construção civil. Dizia-se que era o único construtor da Quinta do Conde que trabalhava sem empréstimos bancários. Teria milhões em bancos e deu à filha uma moradia de luxo que está à venda por 650 mil euros.
Nuno Anes era solteiro. O pai, com o mesmo nome, é militar da GNR na reforma. O irmão, Rui, também é guarda da GNR. Era solteiro e quando foi morto, em Agosto de 2015, estava a estrear casa nova. Amigos e família pediram à Câmara de Sesimbra que lhe desse o nome de uma rua. Está por concretizar.

Agência de Notícias 
Fonte: Correio da Manhã 

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