António Costa esteve no Barreiro esta segunda-feira

Barreiro, Seixal e Almada são o "novo motor" da Península de Setúbal

O primeiro-ministro defendeu esta segunda-feira que o arco ribeirinho na margem sul do Tejo, englobando os municípios do Barreiro, Seixal e Almada, deve ser reabilitado economicamente e ambientalmente para se assumir como novo motor da Península de Setúbal. Esta posição foi assumida por António Costa no final de uma reunião de trabalho com os presidentes das câmaras do Barreiro, Carlos Humberto, do Seixal, Joaquim Santos, e de Almada, Joaquim Judas - todos eleitos pela CDU -, na qual também participaram em representação do Governo os ministros do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e do Mar, Ana Paula Vitorino.
Primeiro-ministro chegou ao Barreiro de catamarã 

A manhã de António Costa e da comitiva do Governo começou com uma curta viagem de barco entre a estação portuária do Terreiro do Paço e o Barreiro, tendo-se seguido uma reunião com os autarcas do chamado arco ribeirinho do Tejo, onde nas décadas de 60 e 70 do século passado floresceram grandes unidades industriais, mas cujos terrenos se encontram agora abandonados e, parte deles, contaminados.
"A valorização destes quase 900 hectares (entre as zonas da Quimiparque do Barreiro, da antiga siderurgia do Seixal e da Margueira em Almada) representa uma oportunidade para o desenvolvimento económico do país, sendo o trabalho em conjunto entre Estado e as autarquias considerado essencial. Esta zona pode ser o novo motor de desenvolvimento da Península de Setúbal", sustentou o primeiro-ministro.
De acordo com os dados divulgados pelo líder do executivo, para a reabilitação do arco ribeirinho da margem sul do Tejo já foram investidos pelo Estado cerca de sete milhões de euros.
"Brevemente, em Conselho de Ministros, será aprovado o decreto que permitirá retirar os terrenos da Margueira do domínio público, colocando-os imediatamente em valorização económica. Os estudos urbanísticos estão concluídos pela Câmara de Almada e trata-se de uma área que encaramos com grande potencial, designadamente na sequência do 'Brexit', para a atração de um conjunto de empresas que pretendam manter-se com representação na União Europeia depois da saída do Reino Unido", apontou António Costa.

Primeiro ministro anuncia investimentos na região
Perante os jornalistas, António Costa falou também em investimentos para a construção do novo Hospital do Seixal e para a construção de uma via rodoviária entre o Barreiro e o Seixal.
"No mesmo sentido, tem de ser encarado o desenvolvimento do metro do sul do Tejo, projeto em relação ao qual haverá um grupo de trabalho", disse.
Outro dos temas classificados como prioritários por António Costa relacionou-se com a mudança ao nível dos terrenos para a instalação do novo terminal de contentores no Barreiro.
Neste ponto, em concreto, o líder do executivo referiu que foi abandonada a localização prevista anteriormente, já que afetava a frente ribeirinha do centro da cidade do Barreiro.
"Sem prejudicar futuros desenvolvimentos das ligações do Barreiro com Lisboa, foi equacionada a possibilidade de uma nova zona (precisamente esta, a da Quimiparque) para instalação do terminal de contentores. Por outro lado, no Barreiro, vai ser instalada uma central de depuração de bivalves - um investimento de um milhão de euros e que visa dar segurança a uma atividade que tem sido desenvolvida nesta zona do Tejo", adiantou.
Por sua vez, o presidente da Câmara do Barreira confirmou o acordo com o Governo para a deslocação para "nascente" do futuro terminal de contentores.
"Isso permitirá que as vistas da marginal da cidade não sejam afetadas. Vai ser constituído um grupo de trabalho para que, de forma rápida, seja resolvida esta questão", frisou Carlos Humberto.
Em relação à reunião de trabalho dos três autarcas da margem sul do Tejo com o primeiro-ministro, o presidente da Câmara do Barreiro considerou essencial a "atratividade do território" do arco ribeirinho para a atividade económica.
Depois, falou sobre um ponto em que subsistem divergências entre estes municípios e o Governo.
"Falámos sobre as questões aeroportuárias e sobre a eventualidade da solução de aeroporto da Portela + 1. Os nossos pontos de vistas não são exatamente os mesmos", disse, numa alusão à possibilidade de se criar uma extensão do aeroporto de Lisboa no Montijo.

Agência de Notícias com Lusa

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