Municípios de Setúbal contra aeroporto no Montijo

Municípios da região de Setúbal são contra a ideia de ter um aeroporto complementar

A Associação de Municípios da Região de Setúbal  anunciou que está contra a solução do aeroporto complementar no Montijo e que vai solicitar uma reunião urgente ao primeiro-ministro."Perante os dados que existem, a solução de que o país precisa é um novo aeroporto no campo de tiro de Alcochete, cuja construção pode ser de forma faseada. O aeroporto complementar no Montijo não serve a região e não é uma alavanca de crescimento económico", disse o presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal, Rui Garcia, que é também presidente da Câmara da Moita. O município de Alcochete também está contra a 'aterragem' de um "terminal de aeroporto" no Montijo e defende a construção de um novo aeroporto porque "possibilita um melhor e mais equilibrado ordenamento urbano do distrito de Setúbal, melhores acessibilidades, incluindo ferrovia", e “permite também a conclusão da Plataforma Logística do Poceirão e a construção da terceira travessia sobre o Tejo”, sublinha Luís Miguel Franco. 
Base Área do Montijo vai receber aeroporto complementar a Lisboa 

"Perante os dados que existem, a solução de que o país precisa é um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, cuja construção pode ser de forma faseada. O aeroporto complementar no Montijo não serve a região e não é uma alavanca de crescimento económico", disse o presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal, Rui Garcia, que é também presidente da Câmara da Moita (CDU).
O responsável falava, esta segunda-feira, aos jornalistas numa conferência de imprensa na Câmara de Alcochete, após uma reunião da associação para discutir o tema do novo aeroporto. Dos municípios associados da Associação de Municípios da Região de Setúbal, apenas o Montijo é liderado pelo PS, sendo os restantes presididos por autarcas comunistas.
Presentes na reunião estiveram representantes de quase todos os municípios associados - Alcochete, Seixal, Moita, Almada, Palmela, Barreiro, Montijo e Sesimbra -, com exceção de Setúbal, que justificou a ausência com motivos de última hora.
"Setúbal partilha desta opinião de que a solução é a instalação do aeroporto no Campo de Tiro. A Câmara do Montijo também esteve na reunião e participou na discussão, mas não marcou presença nesta conferência por não estar de acordo com a tomada de posição", afirmou Rui Garcia.
O presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal lamentou que os municípios não tivessem sido ouvidos durante este processo, com exceção do Montijo, liderado pelo socialista Nuno Canta, e anunciou que vai ser pedida de imediato uma "reunião urgente" com o primeiro-ministro, António Costa.
"Perante os dados que são públicos, não existe fundamento para se alterar a decisão de construir no campo de tiro um novo aeroporto. É possível e é necessário para o desenvolvimento da região. Um terminal na base aérea não é alavanca para coisa nenhuma", salientou o autarca da Moita.

Alcochete defende aeroporto no campo de tiro  

O presidente da Câmara de Alcochete, Luís Miguel Franco, defendeu que o único estudo válido foi efetuado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e que esse documento comprova que a melhor solução é o Campo de Tiro de Alcochete.
Segundo Luís Miguel Franco, “o campo de tiro é melhor porque permite a expansão do aeroporto, adequando a dimensão ao crescimento de tráfego, compatibiliza-se melhor com as questões ambientais”, possibilita um melhor e mais equilibrado ordenamento urbano do distrito de Setúbal, melhores acessibilidades, incluindo ferrovia, e “permite também a conclusão da Plataforma Logística do Poceirão e a construção da terceira travessia sobre o Tejo”, sublinha o autarca de Alcochete. 
"De acordo com o contrato de concessão assinado entre o Governo e a concessionária dos aeroportos, existem as duas possibilidades, de construir um novo aeroporto ou a possibilidade de maximização do sistema de operacionalidade da Portela. Não compreendemos como é que o Governo, perante a possibilidade de impor à ANA a construção de um novo aeroporto, está a adotar a posição que é mais confortável para a entidade privada", diz Luís Miguel Franco.
O autarca de Alcochete defendeu que é importante perceber "se o Governo está a defender os interesses de Portugal", considerando que a solução do Montijo "vai esgotar-se muito rapidamente no tempo, sem qualquer possibilidade de expansão".

Acordo assinado esta quarta-feira 
O Governo e a ANA - Aeroportos de Portugal assinam na quarta-feira um memorando de entendimento que visa "estudar aprofundadamente" a solução de um aeroporto complementar no Montijo para aumentar a capacidade do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
"O acordo de entendimento é assinado depois de o aeroporto de Lisboa ter ultrapassado os 22 milhões de passageiros em 2016, um ano de recordes de tráfego em todos os aeroportos portugueses", afirma em comunicado a ANA, gerida pela VINCI Airports.
O primeiro-ministro afirmou na passada quarta-feira que uma decisão definitiva sobre a localização do futuro aeroporto no Montijo está condicionada à conclusão de um relatório sobre o impacto da migração de aves naquela zona, nomeadamente para a segurança migratória
O autarca o Montijo tem uma “clara opção pela localização do novo aeroporto no Montijo”, e recorda que apoia essa opção “desde que a intenção do Governo passou a ser a expansão do actual aeroporto de Lisboa”.
O autarca socialista demarca-se da posição da maioria dos autarcas vizinhos, afirmando que a Associação de Municípios da Região de Setúbal devia ponderar se quer estar “no lado certo ou lado errado da história”.
O apoio de Nuno Canta ao Governo, em matéria de aeroporto, vai ao ponto de “acompanhar as preocupações” de António Costa, manifestadas durante o último debate parlamentar quinzenal, relativamente à necessidade de estudos que avaliem o impacte do aeroporto na BA6 no que diz respeito à migração de aves.
















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