Desvio de meio milhão da União Mutualista do Montijo

Antiga presidente detida por suspeita de ‘desviar’ meio milhão

Uma antiga responsável da União Mutualista do Montijo e o ex-marido foram detidos pela PJ de Setúbal pelos crimes de peculato, abuso de poder, administração danosa, fraude contra a segurança social qualificada e branqueamento. Em causa está o alegado desvio de pelo menos meio milhão de euros da instituição de solidariedade social. A detida, Elisabete Gomes, liderou a União Mutualista Nossa Senhora Conceição entre 2003 e este ano. Desviou as verbas através de vários esquemas, alguns dos quais já haviam sido identificados numa sindicância do Ministério da Segurança Social, em 2013. Elisabete Gomes foi sempre negando as irregularidades.
PJ de Setúbal prendeu ex-diretora da União Mutualista 

Diretora-geral e presidente do conselho de administração da União Mutualista Nossa Senhora Conceição, no Montijo, entre 2003 e 2013, Elisabete Gomes, de 58 anos, terá, com a ajuda do marido Diogo, desviado pelo menos meio milhão de euros dos cofres da instituição, do bolso dos utentes e de verbas da Segurança Social.
Foram esta terça-feira detidos pela PJ de Setúbal. Segundo as autoridades querem agora avançar para a apreensão dos bens comprados com o dinheiro desviado, mas para já só apanharam um carro porque tudo o resto, acredita a PJ, foi passado de Elisabete para Diogo num "divórcio fictício" tendo em vista esconder os bens à Justiça.
De acordo com fonte policial, as suspeitas contra Elisabete Gomes, bancária de origem, partiram do interior da mutualista e após a sua saída da direção em 2013.

Sindicância já havia apontado irregularidades 
Uma sindicância do Ministério da Segurança Social identificou um aumento de ordenado ilegal atribuído a ela própria em 2003 e que em 10 anos terá ‘rendido’ meio milhão de euros. Há ainda suspeitas de se apropriar de dinheiro deixado à instituição por utentes, presencialmente ou em testamento.
Num caso, uma idosa deixou milhares em ouro para quando morresse. Elisabete Gomes vendeu-os com a utente ainda viva e terá entregue à mutualista apenas uma parte.
A mulher terá ainda remetido para a Segurança Social listagens de utentes em número superior aos que efetivamente apoiava no lar de idosos, apoio domiciliário e creches. Com isso enganou o Estado em mais alguns milhares de euros.

Agência de Notícias

Comentários