Gangue da Cortiça foi detido no distrito de Setúbal

Vários detidos em operação ligada ao furto de cortiça em Grândola, Palmela, Setúbal, Sesimbra e Seixal 

Catorze pessoas foram detidas esta segunda-feira de manhã no decorrer de buscas domiciliárias no âmbito de uma investigação ao furto e recetação de cortiça no distrito de Setúbal, adiantou à agência Lusa uma fonte da GNR. "Na operação estiveram mais de 250 militares que fizeram 21 buscas domiciliárias e deram cumprimento de 12 mandados de detenção em cinco concelhos do distrito: Palmela, Sesimbra, Setúbal, Seixal e Grândola", explicou a GNR em comunicado. Além dos crimes relacionados com o furto de cortiça, numa das moradias onde foi efetuada uma busca domiciliária a GNR acabou também por detetar também a existência de um lar ilegal com 14 idosos, na localidade de Águas de Moura, em Palmela, que pertence a um casal detido nesta operação. 
Grupo dedicava-se ao roubo de cortiça  no Alentejo 

Quatro das catorze pessoas detidas, esta segunda-feira pela GNR, por suspeitas de envolvimento numa rede que se dedicava ao roubo e recetação de cortiça começaram a ser ouvidas no Tribunal de Setúbal, disse à agência Lusa fonte da corporação.
Na operação policial iniciada esta segunda-feira de manhã, e que só foi dada por concluída a meio da tarde, a GNR deu cumprimento a 12 mandados de detenção e ainda deteve mais duas pessoas, uma por posse de arma ilegal e outra por ameaça e resistência às autoridades.
Entre os 14 arguidos detidos, 12 homens e duas mulheres, há um cidadão de nacionalidade brasileira, sendo os restantes de nacionalidade portuguesa.
Além das 14 detenções efetuadas durante a operação policial, que incluiu 23 buscas domiciliárias em cinco concelhos do distrito - Grândola, Palmela, Sesimbra, Seixal e Setúbal -, a GNR apreendeu cerca de 40 mil euros em dinheiro, 21 armas de fogo, dezenas de machados utilizados na extração de cortiça e diversa documentação.
De acordo com o oficial responsável pela investigação que teve início após várias denúncias pelos crimes de furto de cortiça na região, ao longo do último ano a GNR já tinha feito várias apreensões de cortiça furtada, com um valor estimado de cerca de 200 mil euros.
"Os suspeitos, além dos prejuízos que provocavam com os furtos de cortiça, também danificavam as árvores, que deixavam de produzir pela forma como a extração de cortiça era feita", disse o responsável pela investigação, defendendo que os produtores eram "duplamente penalizados".
Referindo-se aos arguidos detidos, o oficial da GNR afirmou-se convicto de que integravam uma "estrutura organizada e devidamente hierarquizada", pelo que considerou haver "fortes indícios de associação criminosa".

GNR encontra lar ilegal em Águas de Moura
Além dos crimes relacionados com o furto de cortiça, numa das moradias onde foi efetuada uma busca domiciliária a GNR acabou também por detetar também a existência de um lar ilegal com 14 idosos, na localidade de Águas de Moura, em Palmela, que admite pertencer a um casal detido esta segunda-feira.
Por envolver crimes de fraude fiscal, a operação policial, que mobilizou 250 militares da GNR e 50 viaturas, foi efetuada de forma conjunta pelo Comando Territorial de Setúbal e Unidade de Ação Fiscal da GNR e contou com a colaboração da PSP de Setúbal, dado que duas buscas domiciliárias foram realizadas numa área da responsabilidade desta força.
Segundo a GNR, a Segurança Social já foi alertada e está a acompanhar a situação dos 14 idosos que se encontravam no lar, que não estava licenciado.
Ainda não são conhecidas eventuais medidas de coação para os quatro arguidos que começaram a ser ouvidos esta segunda-feira no Tribunal de Setúbal.










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