CDU e PSD "chumbam" orçamento no Montijo

Orçamento em suspenso por falta de entendimento entre executivo e oposição 

O orçamento da Câmara do Montijo, apresentado pelo executivo liderado pelo PS [sem maioria], foi chumbado na passada semana pela oposição comunista e social-democrata. O Orçamento Municipal para 2017 apresentava, diz o executivo, "um valor total de 25 milhões 754 mil euros. A receita corrente prevista era de 25,4 milhões de euros e a despesa corrente de 22,1 milhões de euros. A despesa de capital, ou seja, dos investimentos inscritos nas Grandes Opções do Plano, ascenderia a 3,6 milhões de euros". PSD e CDU inviabilizaram ainda as Grandes Opções do Plano (2017-2020), o Quadro Plurianual Municipal e o Mapa de Pessoal para 2017. Os vereadores do PSD votaram contra o orçamento apresentado pelo presidente da autarquia para 2017, por considerarem que “é mais do mesmo” e por “não apresentar qualquer inversão da linha política seguida anteriormente”. O executivo socialista vai ouvir as propostas da oposição para um possível entendimento. 
Câmara do Montijo ainda sem orçamento aprovado 

"Os votos contra da CDU e do PSD colocam em causa a realização de investimentos ao abrigo do Portugal 2020, através do Pacto de Desenvolvimento e Coesão Territorial da Área Metropolitana de Lisboa e do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano – PEDU", diz a autarquia liderada por Nuno Canta, do PS. O executivo lembra que estão incluídos "investimentos como a Casa da Música Jorge Peixinho, o Jardim da Quinta das Nascentes, a reabilitação das Piscinas Municipais, a recuperação de escolas, a recuperação da Ermida de Santo António, a intervenção na Praça 1.º de Maio, a pedonização da Rua Miguel Pais e, ainda, o apoio e melhoria de infraestruturas nos bairros mais desfavorecidos".
A consequente não aprovação do Mapa de Pessoal para 2017 "vai criar dificuldades acrescidas na contratação de pessoal para áreas essenciais à qualidade de vida das populações, como são o caso da educação, da higiene urbana e dos jardins", sublinha o executivo.
Perante este impasse, o presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, "irá continuar a procurar a convergência e o consenso político com as oposições, CDU e PSD, para uma possível viabilização dos documentos previsionais para o ano de 2017", explica o executivo socialista, em comunicado.

"É mais do mesmo", diz o PSD
Os vereadores do PSD na Câmara do Montijo votaram contra o orçamento apresentado pelo presidente da autarquia para 2017, por considerarem que “é mais do mesmo” e por “não apresentar qualquer inversão da linha política seguida anteriormente”.
Os social-democratas afirmam que o principal entrave ao desenvolvimento do concelho do Montijo é mais uma vez “a postura politicamente incompetente do presidente da autarquia, que ao invés de fazer as obras necessárias, só pretende passar uma imagem de vitimização, em que ninguém já acredita”.
“A atual governação de Nuno Canta não cumpriu com propostas relevantes que assumiu com o PSD para o orçamento de 2016, nomeadamente o Arranjo do Largo da Feira de Canha e a concretização das obras e arruamentos do Bairro da Bela Colónia, para as quais tinha a respetiva verba e que estiveram na origem da viabilização pelo PSD do anterior orçamento”.
Para os vereadores do PSD, o executivo de Nuno Canta “afastou-se de vez” de qualquer agenda de governação sustentável, dando prioridade à realização das suas ações de promoção e propaganda, “correspondentes à sua constante pré-campanha eleitoral, iniciada no dia seguinte às eleições de 2013, procurando sempre a via do conflito e a sua constante vitimização”.
Outra das críticas apontadas “é a criação de dificuldades e de extremar as relações institucionais entre os membros eleitos nos vários órgãos municipais, na Câmara Municipal e também na Assembleia Municipal”.
“Não existindo mudança deste modelo de governação, e face à inevitabilidade do seu esgotamento, é possível testemunhar todo os dias o culminar da falência governativa do executivo liderado por Nuno Canta”, acrescentam.
Os vereadores do PSD afirmam que não se revêm no documento apresentado, pois entendem que “não conduz à resolução dos problemas, nem contém uma visão de futuro para o concelho do Montijo, para além de Nuno Canta continuar com falsas promessas que são constantemente adiadas nos orçamentos”.

Agência de Notícias

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