Palmela quer lucro da Amarsul ao serviço das populações

Autarquia quer o lucro da Amarsul  investido na melhoria do serviço às populações

O município de Palmela votou contra a distribuição de dividendos do exercício de 2015 da Amarsul, Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, aos acionistas, num total de mais de um milhão de euros. Esta tomada de posição, transversal a todos os municípios da Península de Setúbal, foi tomada na Assembleia Geral ordinária da Amarsul e pretende reafirmar as preocupações com o serviço público, manifestadas desde o início do processo de privatização da  Empresa Geral de Fomento pelo anterior Governo PSD/CDS-PP, e consequente venda a um grupo privado que integra a Mota-Engil e a SUMA, entre outras.
Amarsul serve os nove concelhos da Península de Setúbal 

Palmela defende que "os dividendos devem ser reinvestidos na empresa, nomeadamente, com a colocação de mais ilhas ecológicas e ecopontos e com a melhoria dos circuitos de recolha e do próprio funcionamento interno, no sentido da qualificação e modernização do serviço prestado às populações", refere a autarquia liderada por Álvaro Amaro em comunicado.
A não aplicação dos lucros na empresa implica que "a verba necessária ao seu funcionamento e à prossecução de novos objetivos seja refletida nas tarifas praticadas, com impacto direto na vida de milhares de munícipes dos nove concelhos", defende a autarquia.
Palmela tem praticado "aquele que é um dos tarifários mais baratos da Área Metropolitana de Lisboa, entre água, saneamento e resíduos, e ao longo dos 17 anos de existência da Amarsul, os Municípios sempre defenderam que os lucros revertessem a favor de novos investimentos na empresa, prevenindo aumentos e maior pressão sobre os orçamentos familiares", explica o município.
A privatização unilateral da maioria do capital social da Amarsul veio alterar o modelo de gestão, dificultando o relacionamento com os Municípios, acionistas minoritários da empresa, com 49 por cento do capital, e diminuindo drasticamente a sua capacidade de intervenção e decisão. "Não obstante, os municípios continuam a lutar pela manutenção do serviço público e contra o processo de privatização - estando, ainda, em curso ações judiciais - e rejeitam a visão puramente negocial sobre uma área tão determinante para a qualidade de vida dos territórios e das pessoas", conclui a nota da Câmara de Palmela. 

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