Palmela na direção da Rede Europeia de Cidades do Vinho

Fernando Pó ganha estatuto de Centro Rural do Vinho 

O presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, foi eleito para o conselho de administração da RECEVIN, a Rede Europeia de Cidades do Vinho. A Associação de Municípios Portugueses do Vinho apresentou uma candidatura vencedora e assume, agora, a liderança da Rede, sendo o seu presidente José Calixto, autarca de Reguengos de Monsaraz. Integram, ainda, o conselho de administração, os municípios de Cartaxo e Lamego. Um dos objetivos é criar uma rede de museus do vinho na Europa. A associação esteve reunida em Palmela no final de Março e aprovou a criação de uma rede nacional de aldeias vinhateiras, que deverá reforçar a oferta turística que já existe no sector do vinho em diversos pontos do país. Fernando Pó, no concelho de Palmela, vai receber o Centro Rural do Vinho.
Portugueses vão liderar Rede Europeia de Cidades do Vinho

A eleição decorreu na sequência da assembleia-geral da RECEVIN, realizada no dia 2 de Abril, em Valdobbiadene, Itália, onde foi decidido, também, que todas as cidades portuguesas associadas da Associação de Municípios Portugueses do Vinho passam a integrar a rede europeia. De acordo com a associação, "a presença portuguesa destacada na RECEVIN é demonstrativa do reconhecimento internacional que o trabalho da associação e dos seus municípios tem vindo a conquistar". Recorde-se que Palmela foi a primeira Cidade Europeia do Vinho, em 2012.
A criação de uma rede de Museus do Vinho da Europa, o estabelecimento de uma estrutura de acesso aos fundos comunitários, a constituição das Rotas do Vinho da Europa e de uma base de dados dos territórios vinhateiros e o incremento do enoturismo são algumas das prioridades estabelecidas pela nova direção, "que aposta, ainda, na promoção dos interesses comuns das regiões vitícolas na economia europeia e no desenvolvimento de um grupo de trabalho em Bruxelas para defesa e valorização dos territórios produtores de vinho", explica fonte da Associação de Municípios Portugueses do Vinho.
Recorde-se que a RECEVIN tem o apoio das associações nacionais de cidades do vinho que existem na maioria dos 11 países membros da rede (Alemanha, Áustria, Bulgária, Eslovénia, Espanha, França, Grécia, Hungria, Itália, Portugal e Sérvia), que se traduzem na força de 800 cidades de toda a Europa.

Palmela aprovou criação de rede de aldeias vinhateiras
A Associação de Municípios Portugueses do Vinho esteve reunida em Palmela no final de Março e aprovou a criação de uma rede nacional de aldeias vinhateiras, que deverá reforçar a oferta turística que já existe no sector do vinho em diversos pontos do país.
"Esta rede tem como objectivo procurar financiamentos comunitários para criarmos a possibilidade de se visitar as seis aldeias que já estão constituídas na zona do Douro, mas também outras aldeias vinhateiras um pouco por todo o país", disse à Lusa José Arruda, secretário-geral da associação, que representa 65 municípios de todo o país.
"Existem aldeias em que o tema do vinho é importante em termos sociais, culturais e económicos. Esperamos ter cerca de uma centena de aldeias vinhateiras dentro de dois ou três anos. O que nós queremos é construir essa rede e introduzi-la no mercado do turismo", acrescentou José Arruda, salientando que já houve manifestações de interesse de algumas aldeias vinhateiras de diversos pontos do país, incluindo Madeira e Açores.
O secretário-geral falava às Lusa após uma reunião do Conselho Diretivo da Associação de Municípios Portugueses do Vinho, para aprovação da candidatura à presidência da Rede Europeia das Cidades do Vinho, e da Assembleia Intermunicipal, que, além do projeto das aldeias vinhateiras, aprovou a admissão dos municípios de Arcos de Valdevez (Vinhos Verdes) e Carregal do Sal (Dão) e o regresso do município de Arruda dos Vinhos (Lisboa).
"Temos a noção de que, cada vez mais, o vinho tem uma importância muito grande para as pessoas visitarem Portugal", frisou José Arruda, salientando que a importância do vinho na promoção turística é reconhecida pela Organização Mundial de Turismo.
"Num estudo feito no ano passado pela Organização Mundial do Turismo, na questão colocada aos turistas sobre o motivo que os levava a visitar Portugal, o tema do vinho foi um dos temas prioritários. Antes indicavam o sol e a praia", disse o responsável da associação, destacando a importância do trabalho desenvolvido pela associação na última década.

Fernando Pó vai ter Centro Rural do Vinho 
O presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, que também sublinhou a importância do setor na região e no país, anunciou a intenção do município palmelense de corresponder à estratégia da Associação de Municípios Portugueses do Vinho de valorização das aldeias vinhateiras e do enoturismo.
"Estamos empenhados na estratégia da associação para a criação da Rede nacional de Aldeias Vinhateiras, que até agora estava confinada à região do Douro", disse o anfitrião do encontro.
O autarca palmelense adiantou que a autarquia já apresentou o projeto `Centro Rural Vinho´ na localidade de Fernando Pó, que terá sido recebido com entusiasmo pelos vitivinicultores e pela população local.
"Está assegurado financiamento público para a requalificação de espaços, reaproveitamento da antiga escola primária, que será um centro de interpretação, a par de oportunidades para pequenos negócios, para que quem visita Fernando Pó possa ali permanecer mais algum tempo, não se limitando a visitar as adegas da região", concluiu Álvaro Amaro.

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