Barreiro, Seixal e Almada mostram-se em Cannes

Autarquias e Baía do Tejo procuram "investidores" na maior feira do imobiliário da Europa 

A marca Lisbon South Bay – denominação criada para promover internacionalmente os activos geridos pela Baía do Tejo, situados nos concelhos de Almada, Barreiro e Seixal e que integram o projeto Arco Ribeirinho Sul – foi apresentada em Cannes, França, no MIPIM 2016, uma das maiores feiras europeias do imobiliário, que arrancou na quarta-feira.O pavilhão da marca, que junta a Invest Lisboa, a Baía do Tejo e três municípios do distrito de Setúbal mostra a localização e as condições dos parques empresariais do Barreiro e do Seixal e, sobretudo, a Cidade da Água, o mega-projecto imobiliário, de 1,2 mil milhões de euros, previsto para os antigos terrenos da Lisnave na Margueira, em Almada. 
MIPIM arrancou esta quarta-feira em Cannes, na França 

A iniciativa em Cannes, que constitui a primeira acção de promoção internacional da marca Lisbon South Bay, contou com a presença dos presidentes das câmaras municipais do Barreiro, Carlos Humberto, do seixal, Joaquim Santos, e de Almada, Joaquim Judas, e da administração da Baia do Tejo, presidida por Jacinto Guilherme Pereira. Além destas personalidades, estiveram presentes também elementos do executivo municipal de Lisboa e da Invest Lisboa.
Esta presença conjunta dos municípios da margem sul e de Lisboa representa a maior participação portuguesa de sempre no MIPIM.
Os autarcas estiveram presentes no MIPIM Mayor’s Think Tank – uma reunião geral dos presidentes das várias cidades europeias e de outras regiões – e na apresentação oficial da marca Lisbon South Bay no stand de Portugal/Lisboa/Lisbon South Bay, com um brinde e um apontamento artístico.
O pavilhão da marca, que junta a Invest Lisboa, a Baía do Tejo e três municípios do distrito de Setúbal mostra a localização e as condições dos parques empresariais do Barreiro e do Seixal e, sobretudo, a Cidade da Água, o mega-projecto imobiliário, de 1,2 mil milhões de euros, previsto para os antigos terrenos da Lisnave na Margueira, em Almada.
O projecto, também conhecido como Almada Nascente, tem 630 mil metros quadrados para construção de habitação e serviços, com dois quilómetros de frente de rio, e prevê a edificação de uma marina, um terminal multitransportes, hotéis, lojas e escritórios, além de áreas culturais e de lazer.
O plano da Parpública, que é a dona dos terrenos através da Baía do Tejo, é construir esta nova cidade com dinheiro privado, ao longo de 20 anos, mas, para passar do papel à prática, é necessário encontrar investidores interessados. É isso que a presença portuguesa, que é a maior de sempre em Cannes, procura, investidores estrangeiros, promotores imobiliários ou fundos financeiros imobiliários interessados em comprar os direitos e promover a construção da Cidade da Água, em Cacilhas.
Ao jornal Público, os autarcas e a administração da Baía do Tejo mostraram-se satisfeitos com a receptividade que encontraram no MIPIM. “É muito importante ver que há uma atracção cada vez maior por Portugal”, disse o presidente da empresa, que classifica a acção como “um sucesso”, até pelo “sinal de sintonia” entre as entidades da administração central e local que têm competências no processo burocrático de licenciamento e aprovação dos investimentos a realizar.

Autarquias defendem investimento no distrito de Setúbal
De acordo com o mesmo jornal, os chefes dos executivos municipais do Barreiro, Seixal e Almada defendem a necessidade de o Governo de António Costa decidir rapidamente os projectos que consideram estruturantes para a região de Setúbal, como a construção do Terminal de Contentores no Barreiro e o futuro do projecto do Arco Ribeirinho Sul.
“É urgente que o Governo se defina e que haja uma posição do Estado sobre estes projectos, que são os grandes projectos do país neste momento”, sublinha o presidente da Câmara de Almada. Joaquim Judas entende que “ainda é cedo para conclusões” de que o executivo PS tenha abandonado estes projectos, mas defende que é necessária uma “afirmação clara de vontade do Governo”.
Para Carlos Humberto, autarca do Barreiro é igualmente “urgente que o Governo clarifique a sua posição, não apenas por preocupação dos municípios ou da região, mas no interesse do país”.
Também o autarca do Seixal se queixa da omissão do Governo. “O Porto do Barreiro e o novo aeroporto são fundamentais para o desenvolvimento da região e há propostas [privadas] que pouco ou nada custam ao Estado”, afirma Joaquim Santos. O autarca do Seixal deu o exemplo da acção de promoção em França para dizer ainda que “as autarquias estão a fazer o que o Governo devia fazer, a promover os territórios da margem sul no estrangeiro", contou ao jornal Publico.


Comentários